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PESQUISA DA EPAMIG EM PARCERIA COM A UFLA TESTA SISTEMA DE CULTIVO DE ROSAS INÉDITO

Pesquisa desenvolvida poderá ser alternativa para cultivo da flor em solos improdutivos

No sistema, totalmente automatizado, as rosas são plantadas em vasos, ao invés de diretamente no solo

A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) testa, no Campo Experimental Risoleta Neves, em São João del-Rei, uma tecnologia pioneira para o cultivo de rosas no Brasil. O sistema, bastante utilizado para outras culturas na Europa, é inédito como alternativa para a produção da flor no país.

No sistema, totalmente automatizado, as rosas são plantadas em vasos, ao invés de diretamente no solo, e recebem periodicamente uma solução nutritiva. Depois de um período específico, esta solução é drenada e estocada em tanques para reciclagem e reutilização.

Segundo a pesquisadora Elka Almeida, as doenças do solo e a salinização causada pelo excesso de fertilizantes muitas vezes impossibilitam a produção das rosas e a utilização das estufas. “O sistema cultivo sem solo, realizado em vasos e com sistema de irrigação fechado, denominado ebb and flood, permite aproveitar a estrutura de estufas já montada e utilizar esses solos improdutivos”, explica.

A pesquisa, que vem sendo desenvolvida desde 2013 pela Epamig em parceria com a Universidade Federal de Lavras (UFLA), a Universidade de Alfenas (Unifenas) e a Universidade Federal de São João del- Rei (UFSJ), está em fase de testes.

“A vantagem do sistema se dá em função da possibilidade de cultivo em regiões com solos pobres, salinos e improdutivos. Ainda serão feitos diversos testes, até para avaliar a viabilidade econômica, mas os resultados preliminares mostram que é possível produzir rosas de qualidade desta forma”, completa Elka.

Plantas que atraem insetos benéficos
A Epamig também pesquisa o manejo integrado de pragas. Uma das linhas de estudo envolve a utilização de plantas, alocadas próximas às roseiras, que atraiam inimigos naturais e não prejudiquem as flores. 

“O Cravo-de-Defunto e o Manjericão, por exemplo, forneceram resultados bem interessantes, pois repeliram as pragas da flor e atraíram insetos benéficos, como joaninhas e outros predadores que se alimentam das pragas”, relata a pesquisadora Lívia Carvalho.

Outra pesquisa que vem sendo realizada é a liberação de ácaros predadores no cultivo de flores. “Estes ácaros controlam o ácaro praga”, explica. A ideia por trás da pesquisa é reduzir a utilização de produtos químicos na floricultura, o que também pode impactar o custo de produção do produtor, já que, em geral, as alternativas podem ser mais baratas do que os agrotóxicos.

Pesquisas valorizam floricultura
De acordo com a pesquisadora e coordenadora do Núcleo Tecnológico Epamig Floricultura, Simone Novaes Reis, o foco das pesquisas desenvolvidas no Campo Experimental Risoleta Neves está na produção sustentável de flores. 

“Além das consequências ambientais, as flores contaminadas, mesmo não sendo ingeridas, são prejudiciais à saúde, pois o contato com a pele também pode ser uma via de contaminação dos funcionários de campo, dos lojistas que preparam os buquês e arranjos e do consumidor final”, defende Simone.

O Núcleo Tecnológico também promove palestras para divulgar o plantio de flores e as boas práticas aos produtores. Foi em um destes eventos que o produtor de leite José Renato Ferreira descobriu a floricultura.

Hoje, além da criação de gado, ele dedica um quarto de seu terreno no município de Prados para o plantio de Copos-de-Leite, Rosas e Bastão do Imperador. 

“Em um primeiro momento, fui atraído pela possibilidade financeira. Porém, peguei gosto pelas flores, pois são muito bonitas”, conta.

O produtor recebeu orientação completa da Epamig, que cedeu as mudas e treinou José Renato e a esposa para o cultivo. Três anos depois, seu faturamento mensal cresceu 20% com a venda das flores.

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