segunda-feira, 28 de março de 2016

LIDERANÇAS PEDEM REFORÇO NO POLICIAMENTO E AÇÕES SOCIAIS NO DISTRITO DE CÓRREGO DO OURO

Distrito no Sul de Minas denuncia aumento da violência. Vereadores acreditam que razão é a retirada do efetivo policial

Representante da Polícia Militar disse, na audiência, que serão estudadas formas para se resolver o problema

A Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) sediou na última quarta-feira, 23, audiência pública para discutir medidas de combate à violência no distrito de Córrego do Ouro, que pertence ao município de Campos Gerais, no Sul de Minas.

Vereadores de Campos Gerais disseram que a principal causa do problema seria, segundo eles, a retirada do efetivo policial do local.

Já a Polícia Militar contesta a informação e reforça a necessidade de registrar as ocorrências para que seja possível estudar as melhores maneiras de se enfrentar o problema. 

Muitos arrombamentos e assaltos a mão armada têm ocorrido e existe ainda uma relação desses crimes com o tráfico de drogas na região. Umas ações discutidas, é intervir junto às autoridades para melhorar o policiamento, como o aumento do efetivo do 5º Pelotão de Polícia Militar de Campos Gerais.

A reunião contou com a presença de vereadores de Campos Gerais, do vice-prefeito do município e morador do distrito, João Carlos Coelho, e do chefe da Assessoria de Articulação Operacional da Seção de Planejamento Operacional do Estado Maior da Polícia Militar de Minas Gerais, major Israel Calixto Júnior, representando a Polícia Militar.

Os vereadores Maurílio Antônio e Djalma Santos afirmaram que a principal atividade econômica do município, a produção de café, tem sido prejudicada pela falta de segurança na região, já que muitos produtores rurais venderam suas propriedades e abandonaram o distrito de Córrego do Ouro.

Segundo o vereador Aloísio Pereira e a vereadora Maria de Oliveira Rocha, a situação do distrito é de descaso e abandono por parte das autoridades, já que a Polícia Militar está ausente no local. 

“O distrito de Córrego do Ouro vivia tranquilamente quando um subdestacamento de três policiais atuava ali, mas agora nenhum policial trabalha no distrito mais”, explicou o vereador Maurílio Antônio Pereira. 

“O povo está acuado, com medo. Nem registram mais as ocorrências porque não acreditam que vai resolver. Entraram na minha casa recentemente, temos indícios de quem foi e, mesmo assim, nenhuma atitude foi tomada”, completou outro vereador, Djalma Santos Pereira. 

Ele acrescentou, ainda, que muitos fazendeiros e sitiantes estão indo embora da região por medo da violência.

Eles acreditam que além do combate à violência, é preciso também que ocorram iniciativas de prevenção ao uso de drogas e criação de oportunidades de trabalho por meio do esporte para retirar os jovens da criminalidade.

O major Israel Calixto Júnior disse que “a Polícia Militar está sempre atenta aos anseios da população referentes à segurança pública, porém, no caso do distrito de Córrego do Ouro, as estatísticas oficiais sobre a violência não condizem com os relatos dos vereadores, provavelmente devido à falta de registro de ocorrências pelos habitantes”. 

Ele destacou a importância de mobilizar a população do município para que as ocorrências sejam registradas, a fim de se obter dados precisos sobre a situação da violência na região e, assim, facilitar a formulação de medidas de segurança pública.

O major sugeriu ainda que, caso não aconteça o retorno do subdestacamento da PM ao distrito de Córrego do Ouro, seja feito um esquema de policiamento especial na região, com patrulhamento programado e rotineiro, sobretudo nos horários em que há maior demanda e de maneira a não onerar o município.

O representante da Polícia Militar disse, ainda, que é sensível às questões apresentadas e que serão estudadas formas para se resolver o problema. 

“Não consigo dar a melhor resposta agora, mas me parece que o ideal não seria o retorno do subdestacamento ao distrito, mas um plano de policiamento especial”, disse. Segundo ele, isso deverá ser discutido com o tenente no município, mas reforçou que nem sempre o subdestacamento é a melhor opção.

Requerimentos
Ao fim da reunião, foram apresentados vários seguintes requerimentos. Será enviado um ofício ao Comando-Geral da Polícia Militar e à Chefia da Polícia Civil solicitando providências para realização de operações conjuntas de repressão qualificada.

Também será encaminhado ofício à Chefia da Polícia Civil pedindo intensificação das ações no município, ofício à Promotoria de Justiça de Campo Gerais para, no âmbito de sua competência, contribuir no enfrentamento à violência.

Quanto ao Judiciário, será oficiado ao juiz Titular da Vara Única de Campos Gerais solicitando providências, e especialmente a realização de uma visita técnica da Comissão de Segurança Pública ao Comando-Geral da PMMG, ao 5º Pelotão da Polícia Militar e à Polícia Civil em Campos Gerais.

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