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MACHADO DIZ QUE TEMER PEDIU R$1,5 MILHÃO

Sérgio Machado ficou no comando da subsidiária da Petrobras de 2003 a novembro de 2014. Delator foi líder do PSDB no Senado durante o governo de FHC

Temer pediu propina de R$ 1,5 milhão para Chalita, diz Machado

Em um dos depoimentos prestados em acordo de delação premiada, o ex-presidente da Transpetro e ex-senador pelo PSDB, Sérgio Machado, disse que o presidente interino Michel Temer (PMDB) pediu para que Machado o ajudasse a conseguir recursos ilícitos para a campanha do então candidato à prefeitura de São Paulo, Gabriel Chalita (PMDB).

No depoimento, de mais de 400 páginas, Machado citou que mais de 20 políticos que teriam recebido propina via doação oficial. 

Machado afirma que o presidente interino Michel Temer negociou com ele, em 2012, o repasse de R1,5 milhão em propina para financiar a campanha de Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo. 

Esses recursos, de acordo com o ex-presidente da Transpetro teriam sido dados pela construtora Queiroz Galvão.

De acordo com o ex-presidente da Transpetro, a negociação aconteceu em setembro de 2012 na base área de Brasília e o repasse foi feito pela construtora Queiroz Galvão.

Temer apoiava Chalita nas eleições de 2012, que vinha tendo problemas durante a campanha. No depoimento, o ex-presidente da Transpetro disse que o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) entrou em contato com ele. 

“O depoente foi acionado pelo Senador Valdir Raupp para obter propina na forma de doação oficial para Gabriel Chalita", diz o documento da delação. 

O delator diz ainda que se encontrou com Temer na Base Aérea de Brasília em 2012 para tratar do tema, "havendo Michel Temer pedido recursos para a campanha de Gabriel Chalita”, disse em um de seus depoimentos.

O contexto da conversa que teve com o presidente interino “deixava claro que o que Michel Temer estava ajustando com o depoente era que este solicitasse recursos ilícitos das empresas que tinham contratos com a Transpetro, na forma de doação oficial para a campanha de Chalita”, afirma Sérgio Machado.

Financiamento
Em outro depoimento, Sérgio Machado diz que o presidente interino Michel Temer “disse que estava com problema no financiamento da candidatura do Gabriel Chalita e perguntou se o depoente poderia ajudar; que, então, o depoente disse que faria um repasse através de uma doação oficial no valor de R$ 1 milhão e 500 mil reais; que a doação oficial feita pela construtora Queiroz Galvão a pedido do depoente ao diretório nacional do PMDB”. Segundo Machado, o contato foi feito diretamente com Ricardo Queiroz Galvão e com o Ildefonso Colares.

“Esse valor, na realidade, é oriundo de pagamento de vantagem indevida pela Queiroz Galvão, de contratos que ela possuía junto a Transpetro; que o depoente ligou para Michel Temer e avisou que a contribuição ocorreria”, diz o documento.

Outro lado
O presidente interino Michel Temer disse, em nota, que, “em toda sua vida pública”, sempre respeitou estritamente os limites legais para buscar recursos para campanhas eleitorais. Ele afirmou que nunca permitiu arrecadação “fora dos ditames da lei, seja para si, para o partido e, muito menos, para outros candidatos que, eventualmente, apoiou em disputas.”

A construtora Queiroz Galvão divulgou nota em que fiz que não comenta investigações em andamento e acrescentou que “as doações eleitorais obedecem à legislação".

Gabriel Chalita afirma que não conhece Sérgio Machado. Já o senador Valdir Raupp disse que repudia “com veemência as ilações do sr. Sérgio Machado  na sua delação e afirmou que nunca  solicitou  ao delator doações para campanhas eleitorais”.

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