Pular para o conteúdo principal

MP REQUER QUE COPASA SEJA OBRIGADA A DESPOLUIR E RECUPERAR RIBEIRÃO QUE CORTA TIRADENTES


As águas acinzentadas e o forte odor que exala do Ribeirão Santo Antônio, que corta o centro de Tiradentes, nas Vertentes, podem estar com os dias contados. 

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ajuizou Ação Civil Pública (ACP) pedindo que a Justiça obrigue a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) a adotar uma série de medidas para despoluir e recuperar o córrego, regularizar a coleta e o tratamento de esgoto no município histórico e revitalizar fontes e chafarizes da cidade. 

A ação foi distribuída à Segunda Vara Cível de São João Del Rei no dia 15 de junho.

Caso a Justiça acate os pedidos do MPMG, a população de Tiradentes já poderá sentir efeitos imediatos. 

A instituição requer, em caráter liminar, a imediata redução do valor da tarifa cobrada da Copasa e a manutenção da medida até que todos os consumidores locais sejam alcançados pelos serviços prestados pela empresa. 

O MPMG apurou que a companhia coleta atualmente pouco mais de 75% dos esgoto proveniente dos imóveis da cidade.

Além disso, o MPMG pede que, em até 120 dias, a Copasa apresente projeto de revitalização de fontes e chafarizes de água do Beco dos Escravos, Pocinho da Canjica, Pocinho do Cascalho, Chafariz da Santíssima Trindade e Pocinho do Pacu e que, em até 18 meses, execute o projeto. 

Os mesmos prazos devem valer para que a empresa apresente e execute projeto de revitalização do Bosque Mãe D´água.

Já em relação ao Ribeirão Santo Antônio, o MPMG requer que projeto de despoluição e revitalização do bem natural, desde as suas nascentes até a foz, seja elaborado em até 180 dias e executado em até 36 meses.

Devido aos danos morais coletivos e danos materiais decorrentes da lesão ao meio ambiente, ao patrimônio cultural, paisagístico e turístico de Minas Gerais, o MPMG pede que a Copasa seja condenada a indenizar valor estimado em R$ 1 milhão, a ser revertido para o Fundo Estadual de Direitos Difusos Lesados.

A companhia também poderá ser obrigada a ressarcir aos consumidores, em dobro, os valores ilicitamente cobrados por serviços não prestados desde o ano de 2013 até a data de total adimplemento das obrigações contratuais.

Descumprimento de obrigações
Apesar de deter um dos mais importantes conjuntos arquitetônicos coloniais de Minas Gerais e do Brasil e de constituir-se destino turístico que anualmente recebe milhares de visitantes, a cidade de Tiradentes enfrenta, segundo o MPMG, um grande problema ocasionado pela degradação do Ribeirão de Santo Antônio, que recebe todo o esgoto das residências, comércios e empresas sem tratamento prévio.

A necessidade de despoluição do córrego foi atestada por relatório de vistoria do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. 

Além da péssima aparência visual, foi verificado que as águas acinzentadas do local, que é afluente do Rio das Mortes, exalam mau cheiro, atraindo moscas, roedores e causando incômodos às pessoas.

Para o MPMG, a situação é inaceitável, já que, desde 2010, a Copasa detém concessão dos serviços de abastecimento de água e tratamento de esgoto na cidade e já deveria coletar, dispor e tratar adequadamente os dejetos produzidos no município. 

“Não bastasse receber 100% do valor da tarifa dos consumidores e não prestar os correspondentes serviços, conforme estabelecido em contrato, a empresa aufere lucro ilícito e lesa os direitos dos cidadãos que arcam com o pagamento integral de algo que não recebem”, afirmam, na ação, os promotores de Justiça Adriana Vital do Valle e Marcos Paulo de Souza Miranda.

Eles lembram que a própria empresa confessou que coleta 76,14% dos esgotos provenientes dos imóveis na cidade. 

O restante permanece sem a devida destinação. “Mais de um quinto dos domicílios sequer têm o esgoto coletado, a mais basilar das obrigações relacionadas à gestão dos esgotos”, ressaltam os integrantes do MPMG.
da assessoria

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

VIGILÂNCIA SANITÁRIA INTENSIFICA FISCALIZAÇÕES PARA PREVENIR O COMÉRCIO DE BEBIDAS IRREGULARES

A Vigilância Sanitária de Varginha está realizando uma ação intensiva de fiscalização em distribuidoras e mercados da cidade para prevenir a comercialização de bebidas adulteradas e irregulares. Até o momento, foram apreendidas bebidas com prazo de validade vencido e sem procedência, mas nenhum caso de bebida falsificada ou adulterada foi identificado no município. Cinco equipes da VISA estão vistoriando 40 estabelecimentos, com foco em bebidas destiladas como cachaças, vodcas, whiskies e gins. A ação faz parte do trabalho preventivo da Secretaria Municipal de Saúde para proteger o consumidor e garantir produtos seguros. Dica importante: Antes de comprar, verifique o lacre e o rótulo, desconfie de preços muito baixos e, em caso de dúvida, entre em contato com o fabricante pelo SAC informado na embalagem. 📞 Denuncie bebidas suspeitas! Vigilância Sanitária de Varginha Telefone: (35) 3690-2204 Site: visavarginha.com.br/index.php/denuncias/

BOLSONARO CONDENADO

Nesta quinta-feira (11), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu, por maioria, condenar os oito réus do Núcleo 1 da ação penal 2668, a trama golpista. A AP 2668 tem como réus os oito integrantes do Núcleo 1 da tentativa de golpe, ou “Núcleo Crucial”, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR): o deputado federal Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF; o general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro (réu-colaborador); o ex-presidente da República Jair Bolsonaro; o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e o general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa. A acusação envolveu os crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de E...

DECOLONIZAR A FILOSOFIA

Sinopse: "Política de Descontinuidade: Ética e Subversão" é uma obra provocativa que mergulha nas complexidades éticas e políticas da sociedade contemporânea. Escrito com clareza e profundidade, o livro lança luz sobre as dinâmicas de poder que moldam nossas interações diárias, especialmente no que diz respeito ao reconhecimento e à marginalização dos corpos designados como dissidentes. Com o Prefácio de Adilson Moreira, a obra Políticas de descontinuidade: ética e subversão tem como propósito compreender a dinâmica das estruturas discriminatórias e seu apreço péla retroalimentação do poder. Deste modo, propor, por meio de uma ética da diferença, da solidariedade e antidiscriminatória, a corrosão desses sistemas de precarização e aniquilamento. O autor, Thiago Teixeira, explora como conceitos como racismo e ciseterobrutalidade reforçam uma hierarquia injusta entre os indivíduos, perpetuando fronteiras entre vida e morte e reforçando normas sociais que marginalizam e oprimem. ...