A praça central e as ruas de Alfenas, no Sul de Minas, se encheram de cores no último domingo, 21. A cidade sediou a 11ª Parada do Orgulho LGBTTTs do Sul de Minas. Mas antes, houve intensa programação durante a 10ª Semana Sul Mineira da Diversidade Sexual.
Única parada de toda a região, o evento contou com a presença de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis, simpatizantes e famílias, com muita festa e luta por direitos.
A concentração ocorreu na Praça Getúlio Vargas, no Centro de Alfenas, em seguida a parada seguiu até a avenida José Paulino da Costa.
“Não queremos mais, nem menos. Queremos direitos iguais”, enfatizou Sander Simaglio, presidente do MGA. O militante apontou dados da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, que demonstram o aumento de 47% dos índices de violência contra homossexuais.
O terceiro relatório de violência homofóbica, publicado no dia 26 de janeiro deste ano pelo então Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, destacou: ao menos cinco casos de violência homofóbica são registrados todos os dias no Brasil.
O estudo se refere a dados do ano de 2013. Isso que demonstra relativa dificuldade e demora dos órgãos públicos em apurar estas denúncias. O relatório tomou como base o conceito de homofobia para tratar de preconceito ou discriminação (e demais violências) contra pessoas em função de sua orientação sexual e/ou identidade de gênero.
Naquele ano, foram registradas 1.965 denúncias de 3.398 violações relacionadas à população LGBT, envolvendo 1.906 vítimas e 2.461 suspeitos.
São captadas as queixas feitas por meio das ouvidorias do SUS e das antigas secretarias de Políticas para Mulheres e de Direitos Humanos, por meio do Disque 100, mostrando que esses dados estão longe da realidade diária.
O relatório, elaborado pelo ministério, esclarece que "as violências ocorridas cotidianamente contra os LGBT [são] infelizmente muito mais numerosas do que aquelas que chegam ao conhecimento do poder público. Salienta-se que a falta de um marco legal que regulamente a punição de atos discriminatórios contra a população LGBT aprofunda a dificuldade de realização de diagnósticos estatísticos desta natureza."
A Parada do Orgulho LGBTTTs foi organizada pelos militantes do movimento e diretoria do Movimento Gay de Alfenas (MGA), além do Projeto de Extensão de DST/AIDS da Universidade de Alfenas (Unifenas), do Coletivo Quilombo da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG), da Rede Emancipa e do Coletivo Juntos.
O evento também contou com o apoio da prefeitura, TV Alfenas, Jornal dos Lagos e Rádio Fama.
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