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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS INICIA OFICIALMENTE AS COMEMORAÇÕES DE SEUS 90 ANOS


Em solenidade na Sala de Sessões da Reitoria, a UFMG deu início oficialmente às comemorações de seus 90 anos, que serão completados em 7 de setembro de 2017. 


Durante a cerimônia, que reuniu o reitor Jaime Ramírez [foto], a vice-reitora Sandra Goulart Almeida, pró-reitores, diretores e os reitores das três últimas gestões, foram lançados o hotsite dos 90 anos, com informações sobre a programação das festividades, vídeo com referências a fatos da história da instituição e selo que vai ilustrar produtos informativos e de comunicação alusivos à programação nos próximos meses.

Na abertura da cerimônia, a vice-reitora Sandra Goulart Almeida entregou uma placa ao professor e historiador José Carlos Sebe Bom Meihy, que doou para a UFMG os cadernos da escritora Carolina Maria de Jesus, hoje sob a guarda do Acervo dos Escritores Mineiros, 21 gravuras de Candido Portinari sobre a obra-prima de Miguel de Cervantes, Dom Quixote de la Mancha e o exemplar raro da publicação D. Quixote: Cervantes, Portinari, Drummond. 

Este último também inspirou exposição aberta nesta quinta-feira no saguão da Reitoria. A mostra foi organizada pela Diretoria de Ação Cultural (DAC), com curadoria do professor Fabrício Fernandino.

“Esses acervos representam dádivas de grande valor, presentes maravilhosos”, disse, emocionada, a vice-reitora Sandra Almeida ao entregar a placa ao professor José Carlos.Surpreso com a homenagem, Meihy, que é vinculado à USP, disse que os acervos foram “doados de coração”. 

Vice-Reitora Sandra Goulart entrega homenagem a José Carlos

“Eles têm uma história de desafogo. Um grande momento na vida de uma pessoa é quando ela completa 60 anos, pois passa a pensar como vai passar o resto de seus dias e o que fazer em vida com as coisas que acumulou.”

Sobre os escritos de Carolina Maria de Jesus, hoje microfilmados e à disposição para consulta no Acervo de Escritores Mineiros, José Carlos Meihy lembrou que a UFMG é uma das três únicas instituições do mundo a contar com esse acervo – as outras são as bibliotecas Nacional, no Rio de Janeiro, e a do Congresso dos Estados Unidos.

Meihy contou que a primeira viagem marcante de sua vida teve Belo Horizonte como destino. Aqui, ele se encantou pelos painéis de Portinari que adornam a Igreja da Pampulha, projetada por Oscar Niemeyer. 

“Portinari, Pampulha, Carolina [Maria de Jesus], que é mineira, tudo convergia para Minas. Por isso, decidi que esses acervos tinham que ficar aqui”, disse o professor, que é amigo dos professores Constância Lima Duarte e Eduardo de Assis Duarte, da Faculdade de Letras, que intermediaram as doações.

Cara da UFMG
Os professores Ana Lúcia Gazzola, reitora da UFMG de 2002 a 2006, Ronaldo Tadêu Pena (2006 a 2010), e Clélio Campolina Diniz (2010 a 2014) também prestigiaram a cerimônia. 

Ana Lúcia, que ingressou, ainda na adolescência, no antigo Colégio Universitário, se diz profundamente identificada com a Universidade. 

“Já me disseram que eu tenho a cara da UFMG”, relatou, acrescentando que aqui recebeu ótimos presentes e “passou os melhores tempos de sua vida”.

Seu sucessor na Reitoria, Ronaldo Pena, outro que ingressou na UFMG por meio do antigo Colégio Universitário, também manifestou seu orgulho de um dia ter dirigido a Instituição. 

“Quando me pediam para fazer um resumo do meu currículo, eu dizia apenas o seguinte: reitor da UFMG. Não há título acadêmico maior do que este.”

O professor Clélio Campolina Diniz, cujo vínculo com a UFMG já dura quatro décadas, aposentou-se recentemente em função do limite de idade, mas ainda continua exercendo atividades de pesquisa na instituição. 

“Eu vim de outra instituição, e entrei aqui porque queria construir uma carreira de professor universitário”, diz ele. 

Para ele, a “UFMG é um patrimônio de Minas” e parte importante de um sistema de ciência, tecnologia e inovação que é fundamental para a construção de um “país mais justo, solidário e menos desigual”.

Memória e futuro
No encerramento da sessão, o reitor Jaime Ramírez agradeceu aos diretores da UFMG pela parceria cotidiana e aos reitores que o antecederam no comando da UFMG. “Cada um a seu jeito e no seu tempo prepararam as gerações seguintes para dar continuidade a essa obra.”

Leda Maria Martins, diretora de Ação Cultural, que organizou a exposição com os desenhos de Portinari, Fabrício Fernandino, responsável pela curadoria, o professor José Carlos Meihy, o reitor Jaime Ramírez e a vice-reitora Sandra Goulart Almeida

Sobre as comemorações dos 90 anos, que chamou de “momento ritualístico”, Jaime Ramírez lembrou que a atual geração que integra a UFMG tem enorme desafio pela frente. 


“Precisamos respeitar a nossa memória e o nosso passado, ter a consciência dos desafios do presente, sobretudo em tempos nebulosos, e anunciar o futuro de nossa instituição – que se depender de nossa geração será de qualidade, de referência, com inserção social e, sobretudo pública e gratuita, para concretizar o sonho daqueles que ainda não conhecemos”, finalizou.

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