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SUPERAÇÃO DAS DESIGUALDADES NO ENSINO SUPERIOR

Perfil mostra maior número de pretos e pardos e estudantes da região do entorno dos campi da UFOP

Em tempos de ataques frequentes à educação pública e ao programa de cotas implantado nas universidades federais — que, conforme a Lei nº. 12.711/2012, reserva 50% das vagas nos cursos de graduação a estudantes provenientes de escolas públicas, parte deles com baixo nível socioeconômico, preto, pardo e indígena —, o perfil dos estudantes convocados para realização da matrícula presencial da 1ª à 4ª chamada na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) revela pontos importantes sobre os ingressantes na universidade neste segundo semestre de 2018. 

Dentre os convocados, os autodeclarados pretos, pardos e indígenas têm um índice alto de inscrições, ultrapassando o número de brancos. São 689 candidatos selecionados entre os que se autodeclaram pretos, pardos ou indígenas. Já os autodeclarados brancos são 595. 

Segundo o pró-reitor adjunto de Graduação da UFOP, Adilson P. Santos, "do ponto de vista do acesso, a composição étnico racial da população brasileira começa a ser refletida na UFOP, no meu entendimento, em função dos efeitos da Lei de Cotas, que alcança sua fase de plena implementação. Houve uma ampliação do percentual de reservas, favorecendo a chegada desses sujeitos. Estamos observando o campus refletir a sociedade como um todo". 

Outro dado importante que revela o potencial inclusivo da educação pública é o número de selecionados na reserva de vagas para deficientes. No total, foram 13 candidatos, além de outros oito candidatos com deficiência que não se inscreveram na modalidade e também foram selecionados. 

Isso porque a UFOP dispõe, desde 2005, do Núcleo de Educação Inclusiva (NEI), que tem como principal objetivo apoiar alunos e servidores que apresentam algum tipo de deficiência. 

Outro aspecto do relatório preliminar que vale ser destacado é a UFOP ter se tornado referência na região e no estado de Minas. Se em 2007 o percentual de estudantes das cidades de Ouro Preto, Mariana e Itabirito era de cerca de 10%, atualmente o percentual chega a mais de 20%. 

A maioria dos convocados para matrícula deste semestre é de alguma das três cidades onde a Universidade possui campus (Ouro Preto, Mariana e João Monlevade) ou das cidades do entorno (Ouro Preto - 190 convocados; Belo Horizonte - 148; Mariana - 113; Itabirito - 47; João Monlevade - 47 convocados), sendo Minas Gerais o estado com maior número. 

Dos 1.358 convocados em todo o território nacional, Minas Gerais lidera com 1.143 inscritos, seguido por São Paulo (112), Espirito Santo (28) e Rio de Janeiro (24). 

Por último, os números apontam também para o perfil jovem dos estudantes convocados: 31% estão na faixa etária entre 17 e 18 anos, o que leva a crer que participaram do Sisu pela primeira vez neste ano de 2018.

com assessoria

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