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SERTANEJO É O GÊNERO PREFERIDO DOS MINEIROS, SEGUNDO PESQUISA DA UFLA


Nesta segunda-feira, 1º, foi comemorado o Dia Internacional da Música, que foi criado em 1975, com o objetivo de promover paz e amizade por meio da música em toda sociedade. Um estudo desenvolvido pelo Programa de Pós-graduação em Gestão Estratégica, Marketing e Inovação do Departamento de Administração e Economia (DAE) da Universidade Federal de Lavras (UFLA), revelou informações sobre o gosto musical dos mineiros. 

A pesquisa “Consumo e distinção social no campo cultural da música: um estudo no estado de Minas Gerais”, da doutora Aline Pereira Sales Morel, foi realizada de dezembro de 2016 a janeiro de 2017, em três cidades de Minas Gerais: Belo Horizonte, Juiz de Fora e Lavras. 

“O objetivo foi identificar os fatores que influenciavam o gosto musical dos entrevistados e os padrões de consumo”, explica a pesquisadora.

De acordo com o professor Daniel Carvalho de Rezende, orientador do projeto, na pesquisa, foi aplicado o conceito de consumo cultural, que seria o modo de como as pessoas fazem uso das diversas formas de cultura e arte. 

“Procuramos trabalhar com a evolução do consumo cultural em diversos campos, como, por exemplo, na questão da identidade por parte do consumidor: como ele se identifica com os artistas e como os artistas e as obras representam essas pessoas. Além disso, procuramos entender como o gosto se relaciona com outras variáveis, como classe social, sexo, idade e religião.”

Para a pesquisa, foram feitas cerca de 1.200 entrevistas com homens e mulheres, com idade entre 18 e 70 anos. Os resultados apontaram que, na resposta espontânea, o gênero musical que os mineiros mais apreciam é o sertanejo (23,5%), seguido pelo rock (18,5%) e a MPB (16,5%).  

O estudo da UFLA comparou os resultados com dados de um dos serviços de música digital mais utilizados no Brasil, que comprovou que, entre as 50 músicas mais tocadas no país em 2017, 48% foram sertanejas.

Entre os artistas mais citados pelos entrevistados, 69% eram brasileiros, com destaque para Jorge e Matheus, Roberto Carlos, Milton Nascimento, Chico Buarque, Eduardo Costa e Marisa Monte. Para ouvir suas músicas preferidas, a Internet foi apontada como o principal recurso para ouvir músicas gratuitamente.

Aline explica que os dados mostraram que a classe social é um fator decisivo na escolha de um estilo musical. “Há uma tendência de as classes sociais mais altas ainda preferirem gêneros considerados de status, em oposição às classes mais baixas, que tendem a preferir gêneros populares. ” Segundo a pesquisadora, gêneros de status superior seriam, por exemplo, a música clássica, o jazz, o blues e, no Brasil, também o rock e a MPB.

O estudo também mostrou uma controversa, conforme explica a doutora: “É interessante destacar que o valor simbólico dos gêneros musicais considerados de status é um fenômeno culturalmente constituído, que é legitimado e reproduzido por indivíduos dos diversos estratos sociais. Isso fica evidente quando gêneros como o rock e a MPB aparecem como os mais apreciados sendo que, na escuta de música, que é quando ocorre o consumo, isso não se verifica.” Um exemplo dessa contradição seria o funk: que liderou a lista dos gêneros menos apreciados, com 42,5% das respostas dos entrevistados, e configura 20% das 50 músicas mais ouvidas, em 2017.

Para se manter no mercado e aumentar a popularidade, a pesquisa apontou que os artistas fazem o que os pesquisadores chamam de transgenia: “é a mistura de gêneros em relação ao mesmo artista, como por exemplo a cantora Anitta, que esteve entre uma das mais ouvidas ano passado e suas músicas transitaram pelo funk, pop, sertanejo, pagode e até por outros estilos.” 

De janeiro a dezembro de 2017, 8 músicas da cantora Anitta foram lançadas em parceria com outros artistas e todas estiveram entre as mais ouvidas.

Conforme explica Aline, os resultados da pesquisa serão de grande contribuição para o mercado musical. 

“Essas informações poderão auxiliar em estratégias mercadológicas, na exploração de eventos musicais e até mesmo nas organizações, para saber, por exemplo, o que tocar dentro de um varejo para agradar um maior número de pessoas. Outra contribuição do estudo seria à Administração pública, como forma de democratizar o acesso aos gêneros musicais, ampliando a oferta cultural para o interior, por exemplo, onde as opções se mostram mais restritas, para que, assim, as pessoas possam ter mais opções para definir o seu gosto musical."

com Karina Mascarenhas - da assessoria da UFLA

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