Serra de Três Pontas
Durante a primeira metade do século XIII, os primeiros viajantes, tropeiros e escravos fugidos passavam pela região e utilizavam uma montanha com um formato peculiar como ponto de referência.
Em 1746 havia uma confederação denominada Quilombola do Campo Grande, que chegou a ter uma população de 20 mil habitantes em meados de 1752 e chegou a incorporar 27 vilas, tendo seu ponto central o Quilombo do Ambrósio, próximo ao município de Cristais, no Sul de Minas.
Com sua destruição, os escravos fugidos se espalharam por toda a região, e alguns deles se dirigiram para a Serra da Três Pontas, onde formaram o Quilombo do Cascalho, pelo relato dos Capitães Bartolomeu Bueno do Prado, Antônio Francisco França e outros, em setembro de 1760, quando de uma incursão vinda da cidade de Lavras que passou entre os rios Grande e Sapucaí, a fim de exterminar quilombos e à procura de ouro passaram pelo Quilombo Cascalho, relatando o local estar abandonado.
Representantes do Conselho Gestor Municipal de Área de Proteção Ambiental Serra de Três Pontas e Membros da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Três Pontas
Anos depois já em 2006 pela Lei Municipal nº 2.733, de 09 de outubro de 2006, a Serra de Três Pontas se tornou um área de proteção ambiental e culturalmente teve seu esboço lançado pelo cantor Milton Nascimento, como marca de um dos movimentos mais emblemáticos da música pop brasileira, o Clube da Esquina.
Em 2015, fruto do anseio da comunidade trespontana, formou-se uma equipe multidisciplinar com a participação voluntária dos membros na obtenção de dados para subsidiar o desenvolvimento de pesquisa acadêmica no município, para propor alternativas eficazes para proteção e gestão da área ação que foi sintetizada no livro Proteção da Serra de Três Pontas.
Em 3 de agosto de 2017, no Departamento de Ciências Florestais (DCF) da Universidade Federal de Lavras (UFLA), foi realizada a primeira reunião com representantes do Conselho Gestor Municipal de Área de Proteção Ambiental Serra de Três Pontas e membros da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Três Pontas, para o desenvolvimento luís de um plano de ação, em parceria para o levantamentos de Fauna e Flora e o levantamento arqueológico do sítio histórico quilombo do Cascalho.
Foi firmada com entidades como a Agência Regional de Proteção Ambiental da Bacia do Rio Grande (ARPA)
Desde período até agora, o projeto intitulado Projeto APA Serra de Três Pontas vem se estruturando passo a passo, firmando parceria com entidades como a Agência Regional de Proteção Ambiental da Bacia do Rio Grande (ARPA), sendo o projeto e orientado pelo professor Marco Aurélio Leite Fontes, do Departamento de Ciências Florestais da UFLA e, coordenado pelo discente Tiago Henrique da Silva, graduando em Engenharia Ambiental e Sanitária, com a participação de demais estudantes da graduação da UFLA.
Recentemente foi conquistada uma nova parceria com o foco no levantamento arqueológico do quilombo do cascalho com a adesão e colaboração do professor adjunto do Departamento de Antropologia e Arqueologia e do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal de Minas Gerais UFMG.
O professor Luís Cláudio Pereira Symanski estará vindo conjuntamente com o mestrando Geraldo Pereira Junior da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em uma visita à UFLA no próximo dia 3 de maio, para ministrar palestra com o tema: "Arqueologia da Diáspora Africana no Brasil".
O evento tem com objetivo apresentar o estado da arte das pesquisas e atividades realizadas no campo da arqueologia da diáspora africana no contexto nacional e busca apresentar aos estudantes uma visão ampla das atividades realizadas neste campo do conhecimento. Além tratar de uma abordagem prática do que será realizada no levantamento do sítio arqueológico Quilombo do Cascalho, localizado na Área de Proteção Ambiental Serra de Três Pontas.
Nos dias 4 e 5, será realizada a primeira expedição da equipe do projeto, abrindo mais uma página desta história, com uma visita técnica que realizará os trabalhos iniciais de levantamento arqueológico que será realizado pela equipe que será coordenada pelos professores Luís Cláudio Pereira Symanski, da UFMG e Marco Aurélio Leite Fontes, da UFLA e, discentes de graduação e de mestrado das duas universidades, além da presença de representantes do Conselho Gestor Municipal de Área de Proteção Ambiental Serra de Três Pontas e representante do Conselho Municipal de Politicas de Igualdade Racial (COMPIR) Três Pontas.
Os levantamentos iniciais no sítio têm como objetivo realizar vistoria de superfície, marcação de pontos via utilização de Global Positioning System (Sistema de Posicionamento Global) - GPS, em locais que apresente construções e estrutura aparentes, realização de documentação fotográfica dos locais e cadastramento do sitio com ficha do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Espera-se que outros sítios no território do município também possam ser visitados. Também ocorrerá reunião com o historiador local professor Paulo Costa Campos, colaborador do projeto e que apresentará um pouco de seu conhecimento a respeito da história destes quilombos no município.
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