terça-feira, 29 de outubro de 2019

NOVA BEBÊ GORILA DO ZOOLÓGICO DE BH TEM NOME ESCOLHIDO POR VOTAÇÃO POPULAR


A nova moradora do Zoológico de Belo Horizonte, uma filhote de gorila nascida no dia 8 de junho deste ano, já tem nome. Escolhido por votação popular pública, o nome dado à bebê gorila foi Anaya, que significa “olhar para Deus”. 

Ela é a primeira do sexo feminino nascida em um zoológico da América Latina. Os outros três filhotes já nascidos na região, também no Zoológico de Belo Horizonte e irmãos de Anaya, são todos machos. Ao todo, foram registrados mais de cinco mil votos. 

O processo da escolha do nome da filhote, como já é tradição, contou com a participação dos funcionários e de alunos de 45 escolas públicas municipais, que definiram três nomes a serem enviados para a votação popular. 

Aproveitando a ocasião festiva, foram trabalhadas, em sala de aula ao longo do mês de setembro, informações como as características do animal, seu habitat natural, as ameaças que vem sofrendo ao longo do tempo no ambiente em que vive e também aspectos da cultura africana, já que a espécie Gorilla gorila gorilla, a qual a pequena Anaya pertence, é predominante naquele continente e está ameaçada de extinção.

Os outros dois nomes que disputavam a preferência do público, Maisha (Vida) e Gimbya (Princesa), receberam 4.127 e 1.808 votos, respectivamente. 

Sobre Anaya 
A bebê gorila é motivo de dupla comemoração para a equipe técnica do Zoológico de Belo Horizonte. 

“É a primeira fêmea nascida na América do Sul, já que o nosso grupo de gorilas é o único reprodutivo daqui. E esse é outro orgulho. Anaya é o quarto filhote nascido no Zoológico da capital, de forma natural, em cinco anos. Isso reforça que estamos no caminho certo, comprovando nossa experiência no manejo desta espécie e o sucesso das práticas aqui adotadas”, explica o gerente do espaço, Humberto Mello. 

O gerente ressalta que isso é resultado do ótimo trabalho de uma equipe qualificada e empenhada em fazer funcionarem os mecanismos necessários para garantir um bom espaço, alimentação de qualidade e manejo correto, entre outros. Ele destacou ainda o programa de Bem-estar Animal como um excelente instrumento para proporcionar a melhor qualidade de vida para os animais que estão sob cuidados humanos.

Entre o nascimento, em junho, e a revelação do sexo do bebê, em agosto, a expectativa da equipe técnica do Zoológico foi grande. O grupo atual já conta com três filhotes machos: Sawidi e Jahari (ambos com cinco anos de idade, filhos das fêmeas adultas Lou Lou e Imbi, respectivamente, com o macho Leon) e Ayo, o então caçulinha do grupo, com dois anos. A descoberta de que o novo integrante era uma fêmea foi bastante comemorada: em todo o mundo é mais expressivo o nascimento de filhotes machos de gorila nos zoológicos.

Conservação ambiental
Há mais de 40 anos o Zoológico de BH mantém gorilas da subespécie Gorilla gorilla gorilla (também chamada popularmente de “gorila da planície ocidental”) em seu plantel e, desde então, busca a manutenção e reprodução dos animais. Os adultos atuais chegaram a Belo Horizonte vindos de instituições diferentes: as fêmeas Lou Lou e Imbi vieram do Reino Unido (do Zoológico Howletts – Fundação Aspinall) e o macho Leon (nascido em Israel) de Tenerife, na Espanha (do Zoo Loro Parque). 

A chegada dos animais somente foi possível após a recomendação da Associação Europeia de Zoológicos e Aquários (European Association of Zoos and Aquaria, EAZA, em inglês) e depois da obtenção de licenças junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e ao Ministério da Agricultura. 

Para o presidente da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica, Sérgio Augusto Domingues, o sucesso da manutenção desse grupo de gorilas em Belo Horizonte é resultado do reconhecimento da comunidade internacional sobre o grande empenho e dedicação da equipe técnica. 

“Nenhuma outra cidade da América do Sul hoje possui sequer um indivíduo da espécie. E nós temos um grupo, uma família, agora com sete gorilas. Após muitos anos de capacitação e aprimoramento das ações relacionadas aos cuidados com esses primatas é possível comemorar a solidez de um trabalho coletivo que envolve conhecimento nas áreas de bem-estar animal, biologia e veterinária. Todo esse esforço representa a essência e importância da existência de zoológicos bem estruturados: a conservação das espécies e o potencial para desenvolvimento de ações de educação ambiental”, afirma Sérgio. 

Sobre os gorilas
Os gorilas da planície ocidental aparecem na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) como espécie “Criticamente Ameaçada”. Isso em decorrência de fatores como caça comercial, doenças e perda de habitats. 

Na natureza, os gorilas vivem, em média, 35 anos, em grupos constituídos por cinco a 30 indivíduos, entre jovens imaturos, fêmeas e seus filhotes, liderados por um macho adulto dominante. Esse é facilmente reconhecido por apresentar as costas cinza-prateadas, denominado “silverback”. 

Quando atingem a maturidade sexual, os animais saem do grupo no qual nasceram. Os machos podem formar grupos de solteiros ou ficar solitários até encontrar fêmeas para constituir seu próprio grupo. Para as fêmeas, essa migração se dá por volta dos oito anos e a partir dos 11 anos para os machos. 

Conheça o grupo de gorilas do Zoológico de Belo Horizonte 

IMBI - Nascimento: 2000/ Quando chegou ao Zoo de BH: 2011/De onde veio: Reino Unido

LEON - Nascimento: 1998/Quando chegou ao Zoo de BH: 2013/De onde veio: Espanha

LOU LOU - Nascimento: 2004/Quando chegou ao Zoo de BH: 2013/De onde veio: Reino Unido

SAWIDI - Nascimento: 5 de agosto de 2014, no Zoo de BH/Pais: Lou Lou e Leon

JAHARI - Nascimento: 10 de setembro de 2014, no Zoo de BH/Pais: Imbi e Leon

AYO - Nascimento: 8 de maio de 2017, no Zoo de BH/Pais: Imbi e Leon

ANAYA - Nascimento: 8 de junho de 2019, no Zoo de BH/Pais: Lou Lou e Leon

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