quarta-feira, 13 de maio de 2020

RIBEIRÃO VERMELHO DIZ 'NÃO' À PRIVATIZAÇÃO DOS CORREIOS


O município da região do Sul de Minas, por meio de sua Câmara Municipal, mostrou-se contrário à venda da empresa pública na segunda-feira, 11. Em sessão realizada na Casa Legislativa da cidade, foi apresentada moção de repúdio à privatização dos Correios, de iniciativa da vereadora Celeste Cortez (PSD). Ribeirão Vermelho é a cidade de número 92 no Estado a se declarar contrária a essa intenção do governo federal.

O município é um dos menores de MG, com população em torno de 3.800 pessoas, segundo o último censo do IBGE. Para cidades do tamanho de Ribeirão Vermelho, os serviços prestados pelos Correios são de grande importância. Muitas localidades no País têm como representação do governo federal somente uma unidade da empresa pública. Essa é a realidade de 3.342 municípios brasileiros (60% deles). Por isso, a estatal funciona como agente de integração dessas cidades a outras regiões econômicas de MG e do Brasil.

Na moção apresentada, a atividade essencial da empresa pública foi ressaltada. “É do interesse coletivo que os Correios permaneçam atuando como verdadeiro braço do governo federal em todo o território nacional”.

Em Minas, outras 91 cidades já apresentaram moções repudiando a venda dos Correios. Em todas elas as proposições foram aprovadas. Desde localidades menores, passando pelas de médio porte e incluindo também as cidades maiores, a lista de municípios em defesa da estatal só cresce. 

Os vereadores são os responsáveis por apresentarem proposições que demonstram preocupação com a iniciativa do governo federal em privatizar os Correios. Entre as localidades que já se manifestaram contrárias à ideia estão: Belo Horizonte, Bom Despacho, Barbacena, Cataguases, Juiz de Fora, Mariana, Montes Claros, Pará de Minas, Pedro Leopoldo, Sete Lagoas, Tiradentes, Varginha, Viçosa.

Essas são apenas algumas das localidades da lista. A relação completa das cidades que já votaram as moções em defesa dos Correios pode ser conferida aqui. Depois de votados, os documentos são enviados aos representantes do governo federal e do Congresso Nacional.

O cenário causado pelo novo coronavírus mostrou que muitas atividades públicas são essenciais. É justamente nos momentos de crise que serviços dessa natureza fazem muita diferença na assistência da população. Claro que a área de saúde é a primeira a ser lembrada nesse sentido. 

O que seria de profissionais como enfermeiros, técnicos de laboratório, médicos, pesquisadores entre tantos outros trabalhadores do setor, que estão na linha de frente no combate ao vírus. Mas há também outros profissionais, como os carteiros, atendentes, lixeiros, policiais, profissionais do transporte público, que fazem as cidades funcionar.

Os serviços de logística são muito importantes agora. O abastecimento das cidades é fundamental e não pode parar. Além disso, várias empresas já partiram para vendas e atendimento online, no sentido de diminuir o atendimento presencial, e elas precisam do setor de logística para movimentar produtos. Muitas delas dependem dos Correios, como principal operador logístico do Brasil. A empresa é importante, por sua capilaridade, para integrar os diversos municípios brasileiros aos principais polos econômicos do País.

Outro papel social dos Correios de destaque nesse momento é o transporte de itens de saúde, assim como foi feita a entrega de material biológico a universidades e centros de pesquisa para ajudar no estudo e desenvolvimento de vacinas. Nas situações em que a população precisa dos Correios, seja nos momentos de normalidade, ou nos críticos, a empresa está sempre presente. Por isso, os serviços postais foram considerados como de atividade essencial por meio do Decreto 10.828/2020 e pela Medida Provisória 926/2020 do Governo Federal, emitidos em 20 de março.

Não é de hoje que os Correios são parte dessas ações de ajuda humanitária ou apoio em iniciativas de caráter social de governos de todos os níveis. No caso das catástrofes provocadas por chuvas, este ano vimos um bom exemplo de união entre a estatal e o Governo de Minas. 

Na verdade, desde 2008 que, especificamente para o caso de assistência às vítimas de chuvas, os Correios já fazem esse papel. Em vários momentos, a empresa pública esteve presente e atuante, ao lado de populações atingidas.

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