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TERMINA NESTE SÁBADO, O III FESTIVAL DE MÚSICA HISTÓRICA DE DIAMANTINA


Desde o último dia 23 de abril, o público está conferindo a programação do III Festival de Música Histórica de Diamantina. Realizado em formato totalmente digital e gratuito, por meio de recursos da Lei Aldir Blanc do estado de Minas Gerais, esta edição minicursos, apresentações musicais, exposição, rodas de conversa, escutas de acervos, além de relatos de experiências relacionadas à memória e aos acervos.

A edição apresenta a temática “O acervo somos nós”. A proposta é explorar os diversos acervos de música existentes, com ênfase em Minas Gerais. 

Compostos não apenas de conjuntos de partituras e de instrumentos presentes em museus e espaços culturais, os acervos são também caracterizados por sua dimensão social, comunitária e corporal - os acervos vivos - como mestres instrumentistas e cantadores da cultura popular, a dinâmica musical dos povos indígenas presentes no estado, bem como as práticas musicais comunitárias que consolidam espaços de preservação da memória sonora, como as linguagens de sinos, as bandas e os terreiros. 

Por conta deste amplo recorte, a programação também propõe formas variadas de compreensão, com atividades em formato de diálogo, apresentações artísticas, minicursos, escuta informada e exposição visual, voltadas para todos que se interessem em conhecer mais sobre a história, as dinâmicas e a preservação da diversidade musical não apenas em Minas Gerais mas relacionada à produção cultural brasileira.

Importante salientar que os acervos musicais também são considerados atrativos fundamentais das políticas de turismo de base comunitária, de geração de renda e de construção de diversidades. 

Num momento em que atividades culturais foram paralisadas devido à pandemia de Covid-19, a direção do festival compreende a necessidade de ampliar as percepções sobre o patrimônio sonoro material e imaterial a partir da memória musical dos povos, constituindo tarefa relevante de reconhecimento dos nossos próprios recursos como resposta aos desafios atuais e também futuros. 

“Conhecer nossa memória viva e suas narrativas em épocas de tantas incertezas é imperativo de um tempo de apagamentos e de constante desvalorização das expressões artísticas e culturais. Que nossos acervos resistam e sejam a comunicação do que somos e desejamos”, destaca uma das coordenadoras do festival, Marcela Bertelli.

Entre os destaques destes últimos dias de programação estão: nesta quinta haverá uma roda de conversa com Odette Ernest Dias e Berenice Menegale, duas mulheres que são consideradas guardiãs de uma vasta memória musical, além de um concerto com o músico Sérgio Pererê, destacando a temática “Áfricas de mim”.

Na sexta-feira, a programação começa com o Relato de experiência de Daniel Magalhães com as Bandas de taquaras do Vale do Jequitinhonha e receberá o pernambucano Antônio Nóbrega para uma roda de conversa com o tema: Rima: onde mora o acervo das palavras cantadas. A programação do penúltimo dia termina com a transmissão de um sarau “Numa cidade de pedra”, gravado na Gruta do Salitre, reunindo a participação de diversos artistas.

No sábado, a programação terá início com a Roda de conversa com Isael Maxakali, Delcida Maxakali e Rosângela Tugny com o tema “Memórias que caminham: a música do povo Maxakali”. Outro destaque do dia é a escuta do acervo do grupo Collegium Musicum de Minas, com Mary Angela Biason e os membros do grupo. 

O Collegium Musicum de Minas foi um grupo de Belo Horizonte (Brasil) dedicado à pesquisa e à execução da música colonial brasileira. Criado em 1993, sob a coordenação musical e de pesquisa do musicólogo Domingos Sávio Lins Brandão, gravou três CDs ("Ninguém morra de ciúme", 1997; "Senhora del Mundo", 1998; "A origem", 2000) e participou da trilha sonora da novela "Xica da Silva". O grupo encerrou suas atividades em 2003, deixando um legado de pessoas que se apaixonaram pela música histórica graças ao trabalho realizado por eles. 

Ainda no sábado, o festival exibirá um concerto dedicado ao inventor e construtor de instrumentos musicais Marco Antonio Guimarães(um dos fundadores do Grupo UAKTI), expondo seu conjunto de instrumentos hoje abrigados em uma sala com seu nome, no estúdio New Doors Vintage em Belo Horizonte, com novas composições e arranjos sob direção musical de Felipe José e participação dos músicos Yuri Vellasco, Paulim Sartori e João Paulo Drumond. 

É a primeira vez que os instrumentos serão expostos ao público desde que foram adquiridos pelo músico Alê Fonseca há cerca de 5 anos.

Toda a programação é gratuita e oferecida em formato online. As apresentações artísticas, rodas de conversa, relatos de experiência e escuta musical serão transmitidas pelo canal no YouTube do festival. Os participantes inscritos para as rodas de conversa e relatos de experiências terão direito a certificado de participação mediante preenchimento do formulário de inscrição geral, disponível no site do evento.

Inscrições para as atividades no site: https://musicahistoricadiamantina.com.br/inscreva-se

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