terça-feira, 3 de janeiro de 2023

A UNIVERSIDADE, O CARGO E A IMAGEM PÚBLICA

Algo não vai bem na Universidade Federal de Lavras.
Frases do reitor com expressões "fatty boy" e "girl novamente" trazem conotação de bullying, preconceito e misoginia

Reza a lenda, que muitos mandatários ao alçar ao poder, que é passageiro ou às vezes nem chega ao final do objetivo, passam a viver em constante estado de comoção. No Brasil pós-imperial, haviam muitos donatários, pessoas que receberam e aceitaram a doação de terras. Estes donatários ao assumir, passaram a reinar sob essas terras acreditando que seriam suas eternamente, passando por gerações sem serem questionados e incomodados.

Após ter post revelado pela imprensa lavrense em que assume que se utilizou de perfil fake em rede social durante o Governo Bolsonaro, o reitor da Universidade Federal de Lavras (UFLA), professor João Chrysóstomo de Resende Júnior fez novos posts deixando de lado o decoro e a envergadura do papel que têm na sociedade, desferindo ataques a imprensa lavrense e utilizando-se de expressões como "fatty boy", uma forma preconceituosa de se dirigir a um dos profissionais da imprensa local.


Insatisfeito com a revelação do seu próprio post, o agente público partiu para cima da mídia. Nos posts do reitor, evidencia-se várias palavras e expressões fora da realidade atual do Brasil e do mundo, quem além de mostrar desprezo pela liberdade de imprensa, denota falta de decoro, assédio moral e bullying.

Um post feito no Twitter pessoal do reitor Universidade Federal de Lavras (UFLA), professor João Chrysóstomo de Resende Júnior, no dia 13 de novembro e viralizada agora nas redes sociais, gerou polêmica. Na publicação, feita semanas após o segundo turno da eleição presidencial, o dirigente diz que durante 3 anos teve que usar um perfil fake na rede social e, que segundo ele, seria para evitar represálias à instituição diante de opiniões pessoais suas.

O professor João Chrysóstomo não é uma unanimidade e sua gestão à frente da UFLA é polêmica desde que assumiu. Oriundo do grupo político dos ex-reitores Antônio Nazareno Guimarães Mendes e José Roberto Soares Scolforo, da qual ocupou altos cargos, Chrysóstomo conseguiu chegar ao cargo com o apoio do grupo político dos ex-dirigentes, porém, logo no início de sua posse e gestão, rompeu com então aliados do grupo político.

Embora no post o reitor fala que durante o Governo Bolsonaro não via liberdade de expressão, em sua gestão como dirigente da UFLA, durante o atual governo se silenciou diante de vários ataques perpetrados pelo MEC contra a universidade pública.

João Chrysóstomo esteve presente da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), postando fotos com o mandatário no Twitter, porém, vale destacar que em setembro de 2021, a Direção Executiva da UFLA determinou a suspensão das aulas e limitou todo acesso e tráfego ao campus, em um dia útil e letivo, apenas para receber o então ministro da Educação Milton Ribeiro, para o mesmo não ser hostilizado e cobrado quanto a sua gestão na pasta. A visita foi articulada sem nenhuma transparência, só sendo de conhecimento geral nos últimos instantes devido vazamento. 

Para fugir de possíveis manifestações, Ribeiro pousou de helicóptero já dentro do campus da UFLA. A passagem dele pela universidade foi cercada por forte esquema de segurança e restrição ao trabalho da imprensa.

Visita do então ministro Milton Ribeiro a UFLA foi mantida em sigilo; reitor determinou fechamento do campus e suspensão das aulas em dia útil para Ribeiro não ser incomodado. Ministro caiu em virtude de denúncias e acabou preso por alguns dias 

Posteriormente, Ribeiro deixaria o MEC em meio a graves denúncias e seria preso por alguns dias.

Apenas em um período do ano passado, 142 trabalhadores terceirizados perderam seus empregos na Universidade Federal de Lavras (UFLA). A instituição é uma das maiores empregadoras do município de Lavras e o principal motor de geração de renda no setor de prestação de serviços da cidade. 

Tudo que se faz na UFLA, afeta diretamente o município de Lavras.

*Por Sebastião Filho

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