A Guiné Equatorial, na África Central, confirmou seu primeiro surto do vírus de Marburg, da mesma família do Ebola. A regional da Organização Mundial de Saúde (OMS) na África informou na segunda-feira, 13, que nove mortes foram confirmadas e 16 casos são investigados como suspeitos, conforme reportagem publicada na página de Saúde nesta quarta-feira, 15, no site do Estadão. A reportagem é assinada pelo jornalista Leon Ferrari.
Ainda segundo a matéria do Estadão, a doença de Marburg causa febre hemorrágica, com taxa de letalidade de até 88%, de acordo com a OMS, o que faz dele um dos vírus mais mortais do mundo. O quadro começa abruptamente, com febre alta, dor de cabeça e mal-estar intensos. Muitos pacientes desenvolvem sintomas hemorrágicos graves dentro de sete dias.
A Universidade Federal de Lavras (UFLA), que possui em seus quadros pesquisadores destacados a nível nacional e internacional, foi destaque mais uma vez. O jornalista Leon Ferrari ouviu Joziana Barçante, coordenadora do Núcleo de Pesquisa Biomédica (Nupeb) e professora do Departamento de Medicina da Faculdade de Ciências da Saúde (FCS) da Universidade Federal de Lavras (UFLA).
“Se a gente pegar um indivíduo, por exemplo, infectado na África e que rompesse essa barreira epidemiológica que já foi instalada, e viesse ao Brasil ou para outro país, a manifestação do sintoma é tão rápida que provavelmente esse indivíduo evoluiria pra um quadro grave e de óbito antes de chegar no território. Então a gente trabalha aí com uma característica viral muito diferente do SARS-CoV (vírus causador da covid)”, destacou a professora Joziana Barçante na entrevista.
A pesquisadora da UFLA destaca na entrevista a importância de se adotar medidas de vigilância epidemiológica.
“Quando a gente pensa nesse vírus de elevada infecciosidade, uma transmissão muito alta e uma letalidade muito alta, quando você consegue implementar medidas de vigilância epidemiológica e controle ali naquele surto identificado, consegue conter isso, evitando a dispersão viral como aconteceu com o Sars-CoV. E (desta vez) a OMS entrou muito rapidamente no auxílio com relação a esse enfrentamento a esse surto que aconteceu, então isso faz com que você consiga controlar mais facilmente as fronteiras, evitando essa disseminação”, afirma.
Referência
A professora Joziana Muniz de Paiva Barçante realizou um trabalho destacado nacionalmente durante pandemia de Covid-19 no Brasil e foi peça-chave na criação do Laboratório de Análise Molecular (então LabCovid), na Universidade Federal de Lavras. Por meio deste laboratório, ao qual Joziana Barçante foi coordenadora, passaram a ser realizados testes de detecção de Covid-19, além do sequenciamento genético do vírus, em parceria com a Fundação Ezequiel Dias (FUNED), de Belo Horizonte.
Confira a matéria na íntegra no link a seguir: Vírus de Marburg, um dos mais letais do mundo, tem surto confirmado pela OMS - Estadão (estadao.com.br)
*Por Sebastião Filho
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