Pular para o conteúdo principal

PRODUTORES VÃO À BRASÍLIA CONTRA A IMPORTAÇÃO DE LEITE

Objetivo é alertar o governo federal e toda a sociedade sobre os graves problemas que a cadeia de lácteos vem enfrentando no Brasil

Com o objetivo de frear a importação de leite, produtores de todo país irão à Brasília no dia 16 de agosto para o Encontro Nacional de Produtores de Leite. A reunião vai ser realizada na Câmara dos Deputados, a partir das 14h. O objetivo é alertar o governo federal e toda a sociedade sobre os graves problemas que a cadeia de lácteos vem enfrentando no Brasil.

Dados do Agrostat/MAPA indicam que no primeiro semestre deste ano, o Brasil importou o equivalente a mais de 1 bilhão de litros de leite. O volume do produto estrangeiro que chega ao Brasil neste período supera em quase 300% quando comparado ao mesmo período do ano anterior. O aumento da disponibilidade da matéria-prima, a custos inferiores ao produto nacional, tem pressionado toda a cadeia.

Como exemplo, para o leite entregue em julho a ser pago em agosto deste ano, o Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado de Minas Gerais (Conseleite-MG) aponta uma queda de 3,1% no preço pago ao produtor. O cenário, de acordo com o vice-presidente de Finanças do Sistema Faemg Senar, Renato Laguardia, pode resultar no esvaziamento total da cadeia de lácteos em Minas e no Brasil.

“É altamente prejudicial aos produtores de leite, porque está entrando leite importado com alíquota zero, principalmente do Mercosul e que não sabemos de fato qual a origem desse leite, se é só de países do Mercosul ou se outros países estão fazendo algum tipo de dumping com Argentina e Uruguai”, detalhou Laguardia.

A cobrança zerada sobre o leite importado gera uma pressão interna sobre os produtores de leite brasileiros que estão perdendo receita e renda, segundo o vice-presidente do Sistema Faemg Senar. “É uma importação predatória porque acaba abaixando muito o preço do leite para o produtor que está parando seu trabalho, passando para outras atividades da agropecuária ou até mesmo vendendo suas propriedades e desestabilizando toda uma cadeia que hoje está presente em quase todos os municípios do estado. Minas Gerais hoje é o maior produtor de leite do país, e é quem mais vai sentir os impactos dessa crise”, lamentou Renato.

Para ele, o governo federal deve rever as alíquotas de importação aplicadas nas negociações envolvendo os lácteos, além da realização de um pente-fino na origem do leite que tem sido comprado junto ao Mercosul. “Hoje, as importações já correspondem a 10% ou mais da nossa produção total, anteriormente era 2%, 3%. Houve um aumento considerável com uma enxurrada de leite estrangeiro no Brasil. Precisamos travar essas importações”, concluiu Laguardia.

Em Minas, o Sistema Faemg Senar tem atuado arduamente junto a outros órgãos para buscar soluções contra o problema. O assunto é tratado junto ao Governo de Minas, e nas reuniões do Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado de Minas Gerais (Conseleite-MG) e da Comissão Técnica da Pecuária de Leite da Faemg.

“O produtor brasileiro tem uma imposição de regras, custos e exigências legais para produzir leite. Tanto nos aspectos técnico e ambiental, quanto nos aspectos econômico e sanitário. O nosso questionamento é se os produtores de outros países têm essas mesmas características e exigências que o produtor brasileiro tem. É uma concorrência desleal, desequilibrada”, lamenta Jônadan Ma, presidente da Comissão Técnica da Pecuária de Leite da Faemg.

Encontro
O Encontro Nacional de Produtores de Leite é liderado pela Frente Parlamentar de Apoio ao Produtor de Leite, junto à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Organização das Cooperativas do Brasil, Abraleite e mais 15 entidades de classe. A audiência será realizada no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

VIGILÂNCIA SANITÁRIA INTENSIFICA FISCALIZAÇÕES PARA PREVENIR O COMÉRCIO DE BEBIDAS IRREGULARES

A Vigilância Sanitária de Varginha está realizando uma ação intensiva de fiscalização em distribuidoras e mercados da cidade para prevenir a comercialização de bebidas adulteradas e irregulares. Até o momento, foram apreendidas bebidas com prazo de validade vencido e sem procedência, mas nenhum caso de bebida falsificada ou adulterada foi identificado no município. Cinco equipes da VISA estão vistoriando 40 estabelecimentos, com foco em bebidas destiladas como cachaças, vodcas, whiskies e gins. A ação faz parte do trabalho preventivo da Secretaria Municipal de Saúde para proteger o consumidor e garantir produtos seguros. Dica importante: Antes de comprar, verifique o lacre e o rótulo, desconfie de preços muito baixos e, em caso de dúvida, entre em contato com o fabricante pelo SAC informado na embalagem. 📞 Denuncie bebidas suspeitas! Vigilância Sanitária de Varginha Telefone: (35) 3690-2204 Site: visavarginha.com.br/index.php/denuncias/

PROJETO CRIA RECEBE PRÊMIO DO ESPORTE MINEIRO 2017

O assessor do reitor para Assuntos de Parcerias, professor Antônio Nazareno Guimarães Mendes, esteve na solenidade para receber o Prêmio O Projeto Cria (Centro Regional de Iniciação ao Atletismo), da Universidade Federal de Lavras (UFLA), idealizado e coordenado pelo professor de Educação Física Fernando de Oliveira, recebeu nesta semana o “Prêmio do Esporte Mineiro 2017”, concedido pelo Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Esportes (Seesp).  A solenidade de premiação ocorreu no auditório da Escola Estadual Governador Milton Campos, em Belo Horizonte, e contou com a participação de distintos atletas e autoridades.   Além de esportistas, o evento também premiou membros da sociedade civil, gestores municipais e entidades que se destacaram nos programas esportivos do Governo de Minas Gerais no decorrer de 2017 e/ou que contribuíram com o fomento do esporte no estado. Para o professor Fernando é uma satisfação obter essa homenage...

COM APOIO DO GOVERNO DE MINAS, GRUPO CANADENSE ANUNCIA INVESTIMENTO DE R$ 1,8 BILHÃO EM ARAXÁ

McCain, líder global na produção de batatas pré-fritas congeladas, vai se expandir com maior aporte da história da empresa na região A cidade de Araxá, no Alto Paranaíba, vai receber um novo impulso econômico com o anúncio de expansão da unidade da McCain, indústria canadense especializada na produção de batatas pré-fritas congeladas, cujo investimento será de R$ 1,8 bilhão. Este aporte, inteiramente privado, será voltado para a ampliação da capacidade produtiva da empresa entre 2025 e 2027. O projeto foi anunciado em cerimônia realizada nesta segunda-feira (8/12). Ele inclui novas linhas de produção, aumento das áreas de armazenagem e estima-se que mais de 350 empregos sejam criados, além da participação de mais de mil profissionais no setor agrícola. “Fico muito feliz com mais esse investimento atraído para Minas Gerais, que hoje é o estado que mais produz batatas pré-fritas no país. É uma ação que vai gerar empregos e movimentar a cadeia produtiva no estado”, disse o governador Rome...