Wagner Tiso junto ao piano de sua mãe, na casa de seu irmão, em Alfenas-MG
A proposta de concessão do título foi apresentada pela Reitoria, por sugestão do produtor cultural Ivanei Salgado, diretor de Comunicação da Universidade. De acordo com o reitor, Prof. Sandro Amadeu Cerveira, a sugestão foi prontamente aceita devido à trajetória artística de Wagner Tiso e à sua relação com o Sul de Minas.
“A conexão de Wagner Tiso com a cultura mineira e, naturalmente, com aquilo que a universidade representa nesse campo, passa, na minha opinião, por sua significativa presença naquilo que Raymond Murray Schafer chamou de ‘paisagem musical’ na qual nos movemos. Mesmo quando não sabemos ele está lá como arquiteto da nossa memória musical coletiva. Nossa homenagem para além de uma honraria é um registro desse lugar que nosso homenageado ocupa na música brasileira”, explicou Sandro Cerveira.
O maestro Wagner Tiso, natural de Três Pontas/MG, mudou-se com seus familiares para Alfenas na década de 1960, antes de residir em Belo Horizonte e participar ativamente do movimento Clube da Esquina. Em 2014, foi uma das atrações culturais das comemorações do Centenário da Universidade. “Sua proximidade com a região sul-mineira e sua atuação como difusor da música e da cultura mineira justificam ainda mais a homenagem”, reforça o Reitor.
Biografia
Wagner Tiso Veiga é pianista, maestro, compositor e arranjador, com mais de 60 anos de carreira. Nascido em 1945, em Três Pontas (MG), teve os primeiros contatos com a música por influência da mãe e desenvolveu uma longa parceria com Milton Nascimento, com quem fundou o Clube da Esquina, um dos mais importantes movimentos da música brasileira.
Iniciou sua carreira nos anos 1950 com o grupo W’s Boys e, na década de 1960, participou de conjuntos como Sambacana e Berimbau Trio. Nos anos 1970, integrou a banda Som Imaginário, que lançou o icônico álbum de rock progressivo Matança do Porco, e destacou-se como arranjador e compositor de trilhas sonoras, incluindo mais de 30 filmes, como Os Deuses e os Mortos, Chico Rei, Jango e O Guarani.
Ao longo da carreira, colaborou com grandes nomes da música brasileira, como Gal Costa, Cauby Peixoto, Ney Matogrosso, Hermeto Pascoal, César Camargo Mariano, Toninho Horta, entre outros. Lançou mais de 30 discos solo, incluindo Wagner Tiso (1977), Trem Mineiro (1980), Coração de Estudante (1985), Profissão: Música (1992), Cenas Brasileiras (2004) e Samba e Jazz (2009).
Morou e se apresentou em diversos países, gravando álbuns na Suíça, Estados Unidos, Portugal e Espanha, e atuando com orquestras internacionais. É autor de duas peças sinfônicas – American Nights e Cenas Brasileiras – executadas por orquestras brasileiras. Participou também de projetos como o show Saudade da Elis, ao lado de Tunai, e da turnê Uma Travessia, com Milton Nascimento.
Criou, em 2018, o Instituto Wagner Tiso, com o objetivo de compartilhar seu conhecimento por meio da associação a projetos sociais, como “Cidade dos Meninos São Vicente de Paulo” e “Projeto Valores de Minas”. Recebeu diversos prêmios por sua contribuição à música brasileira, incluindo o Troféu Villa-Lobos, prêmios de melhor trilha sonora em festivais de cinema e reconhecimentos da Ordem dos Músicos do Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário