UFLA DESENVOLVE IA SUSTENTÁVEL APLICADA EM QUATRO ÁREAS E QUE PODE TRANSFORMAR O DIAGNÓSTICO EM SAÚDE E A PRODUTIVIDADE NO CAMPO
Uma pesquisa inovadora da Universidade Federal de Lavras (UFLA) está mostrando que a inteligência artificial pode ser sustentável, acessível e aplicada diretamente em problemas reais da população. O projeto “Desenvolvimento de Sistemas de Reconhecimento de Padrões com Baixa Complexidade Computacional” desenvolve soluções de IA sustentável (Green Algorithms) — modelos mais leves, econômicos e capazes de funcionar até em celulares básicos, com baixo consumo energético e sem necessidade de grandes estruturas tecnológicas.
Coordenado pelo professor Danton Diego Ferreira, do Departamento de Automática da UFLA, o projeto é financiado pela Fapemig (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais) e tem gestão administrativa e financeira da Fundecc (Fundação de Desenvolvimento Científico e Cultural).
A pesquisa avança simultaneamente em quatro frentes estratégicas: saúde pública, agricultura, energia e indústria, com foco prioritário na área da saúde.
Saúde como prioridade
Entre os resultados mais promissores está um sistema de IA que analisa imagens de raio-x de pulmão para apoiar a triagem de tuberculose ativa usando apenas uma foto feita pelo celular. O Brasil registrou cerca de 80 mil novos casos de tuberculose em 2023, segundo o Ministério da Saúde.
A equipe também desenvolveu o CARPeDia, aplicativo criado para prevenção do pé diabético, condição grave que levou a 11.326 amputações no SUS em 2023 — quase 30 por dia.
O aplicativo foi testado e validado em unidades de saúde durante a pesquisa, e apresentou alta eficiência e ótima aceitação, mas ainda não está disponível no SUS e precisa de articulação com governo e parcerias com empresas.
A validação científica foi coordenada pela Dra. Ana Cláudia Barbosa Honório Ferreira, doutora em Ciências e Saúde pela Unicamp, professora de Enfermagem da UniLavras e responsável pela execução da pesquisa nas UBS.
“O aplicativo facilita muito o trabalho do enfermeiro da atenção básica, porque identifica quem está em maior risco e permite priorizar o atendimento, o que pode evitar sofrimento e amputações que poderiam ser evitadas” — Dra. Ana Cláudia Ferreira
Agricultura
Minas Gerais produz 52,7% do café do Brasil, e a UFLA desenvolve um modelo de IA capaz de identificar doenças e pragas no cafezal a partir de uma foto feita com smartphone, em parceria com EPAMIG e Embrapa.
Energia
Outra solução identifica e localiza falhas em linhas de transmissão elétrica, indicando o quilômetro exato do problema. O protótipo será testado em colaboração com a Michigan Technological University (EUA) e pode gerar patente.
Pesquisa mineira com impacto real
O projeto reúne parcerias com Unicamp, UFRJ, UFPI, UFJF, EPAMIG, Embrapa e universidades da Polônia, Irlanda e Estados Unidos, e integra o Centro de Inovações em Automação e Inteligência Artificial (AIA/UFLA), com cerca de 20 bolsistas e estudantes envolvidos.
“A inteligência artificial está, finalmente, chegando onde faz diferença concreta — da triagem de doenças ao manejo do café. É assim que a pesquisa cumpre seu papel: melhorando a vida das pessoas” — Ferreira
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