Pular para o conteúdo principal

GAME: JOGOS ELETRÔNICOS PODEM ENTRAR EM BREVE NOS JOGOS OLÍMPICOS


Você já parou para pensar o que esportistas olímpicos e atletas de jogos eletrônicos, também chamados de “gamers”, têm em comum? As competições de games ganham cada vez mais espaço no cenário mundial, principalmente entre os jovens. 

Diversos canais de televisão passaram a transmitir as disputas, que reúnem milhares de pessoas em ginásios para assistirem às competições. A multidão de seguidores atrai investimentos altos dos patrocinadores. 

Conhecido como “e-sports”, não é por menos que esse tipo de jogo pode virar modalidade olímpica já a partir dos Jogos Olímpicos de 2024.

Pesquisa do Núcleo de Estudos em Jogos Eletronicos e e-Sports (NEJE), do Departamento de Educação Física (DEF) da Universidade Federal de Lavras (UFLA), desvenda a polêmica por meio de um estudo sobre a história de vida dos atletas de jogos eletrônicos. 

Afinal, quem joga game em campeonatos profissionais pode ser considerado atleta a ponto de conquistar medalha no evento esportivo mais importante do planeta?


A exemplo dos atletas de esportes convencionais, os jogadores de games investem na preparação física para aguentar as batalhas virtuais. É preciso ter dedos, mãos, pescoço, pernas e coluna em dia. Mas se a força física e a parte aeróbica não se comparam, são nas horas de preparação e táticas empregadas que eles se assemelham. 

Segundo o professor do DEF e coordenador do grupo, Raoni Perruci, os atletas de games também são rigorosos nos treinos. 

“Eles não se divertem jogando videogame, porque repetem gestos e estratégias várias vezes. Pensam em abordagens diferentes para derrotar o adversário. Como um atleta olímpico, o cyber atleta tem que jogar mesmo machucado”, afirma.

As habilidades com táticas coletivas e técnicas individuais também derrubam a tese de que jogadores de games eletrônicos não são esportistas. “Às vezes uma pessoa faz apenas uma função dentro do jogo, enquanto outra é feita pela equipe”, conta.

Com um mercado bilionário, as disputas rendem altas premiações em dinheiro e patrocínio exigente. “Jogadores profissionais são obrigados a fazer transmissões ao vivo na TV e internet com frequência porque atraem mais seguidores, o que seria uma das exigências dos patrocinadores. Não raro acontecem aliciamentos e negociações complexas”, frisa.

Devido à quantidade de adeptos, a modalidade ganhou força com a transmissão online e televisiva. “Mais espectadores passam a entender cada regra do jogo, julgar os movimentos e torcer pelos jogadores e suas equipes”, ressalta.

A ascensão das partidas na rede aproximou uma enorme comunidade mundial de jogadores de um público seguidor, sobretudo jovem. “Esse é o alvo do Comitê Internacional”, aponta o pesquisador Raoni Perruci. 

Mudanças
Há quatro anos, o Comitê Olímpico Internacional (COI) estabeleceu um pacote de reformas com a intenção de trazer para o quadro de esportes olímpicos novas modalidades capazes de aumentar a audiência e atrair patrocinadores. 

Desde então, a alta cúpula esportiva mundial deixou para trás o tradicionalismo esportivo e vem apostando em modalidades que atraiam a atenção dos jovens. Porém, a decisão de incluir um ou outro esporte vale apenas para cada edição dos Jogos Olímpicos em questão. Não há garantia de presença na edição seguinte.

Cinco novas modalidades esportivas entraram para o rol na próxima edição dos Jogos, em Tóquio – 2020: surfe, skate, escalada, caratê e beisebol/softbol. A próxima aposta para 2024 são os jogos eletrônicos e o salto de plataforma de 27 metros. 

 “O quesito de inserção de novas modalidades no programa olímpico é o apelo midiático que detém. Não é possível mais perder tempo, porque o que hoje é popular pode não ser em alguns anos”, esclarece o coordenador do Grupo de Estudos Olímpicos da UFLA, Raoni Perruci.

Antes das mudanças, os critérios de seleção dos esportes nos Jogos Olímpicos dependiam da participação desses esportes em campeonatos regionais, representação da confederação esportiva em 60% dos países participantes, apelo midiático, tradição da modalidade e audiência em eventos esportivos.

Congresso
A enxurrada de possibilidades abertas com o mercado dos jogos eletrônicos foi o tema do 1° Congresso Brasileiro de Jogos Eletrônicos e-Sports, realizado entre os dias 27 e 30 de setembro no anfiteatro Magno Antônio Patto Ramalho (Ramalhão) da Universidade Federal de Lavras (UFLA). 

Destinado à toda comunidade, o evento foi realizado pelo Núcleo de Estudos em Jogos Eletrônicos e e-Sports (NEJE) do Departamento de Educação Física (DEF) da instituição.

com Pollyanna Dias - da assessoria da UFLA

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

BOLSONARO CONDENADO

Nesta quinta-feira (11), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu, por maioria, condenar os oito réus do Núcleo 1 da ação penal 2668, a trama golpista. A AP 2668 tem como réus os oito integrantes do Núcleo 1 da tentativa de golpe, ou “Núcleo Crucial”, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR): o deputado federal Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF; o general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro (réu-colaborador); o ex-presidente da República Jair Bolsonaro; o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e o general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa. A acusação envolveu os crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de E...

BELEZAS DO CAMPUS

Se você já caminhou pelo campus da UFLA e olhou para o alto, provavelmente se deparou com esse incrível símbolo da biodiversidade brasileira: o tucano. Com seu longo bico alaranjado e plumagem preta, ele chama atenção por sua beleza e importância ecológica. No entanto, não se engane: apesar de ser encantador, o tucano é considerado um animal silvestre e predador. Os tucanos costumam viver em pares ou em bandos de até duas dezenas, deslocando-se em fila indiana durante o voo. Eles são considerados onívoros e sua alimentação é variada. Apesar de uma dieta majoritariamente composta por frutas e insetos, eles também se alimentam de ovos, filhotes de outras aves e pequenos vertebrados, revelando uma notável adaptabilidade alimentar. É fundamental destacarmos o importante papel que essas aves desempenham na natureza. Ao espalharem sementes durante seus voos, elas promovem a regeneração das florestas. Isso reforça a importância de sua preservação e a necessidade de combater a comercialização ...

DECOLONIZAR A FILOSOFIA

Sinopse: "Política de Descontinuidade: Ética e Subversão" é uma obra provocativa que mergulha nas complexidades éticas e políticas da sociedade contemporânea. Escrito com clareza e profundidade, o livro lança luz sobre as dinâmicas de poder que moldam nossas interações diárias, especialmente no que diz respeito ao reconhecimento e à marginalização dos corpos designados como dissidentes. Com o Prefácio de Adilson Moreira, a obra Políticas de descontinuidade: ética e subversão tem como propósito compreender a dinâmica das estruturas discriminatórias e seu apreço péla retroalimentação do poder. Deste modo, propor, por meio de uma ética da diferença, da solidariedade e antidiscriminatória, a corrosão desses sistemas de precarização e aniquilamento. O autor, Thiago Teixeira, explora como conceitos como racismo e ciseterobrutalidade reforçam uma hierarquia injusta entre os indivíduos, perpetuando fronteiras entre vida e morte e reforçando normas sociais que marginalizam e oprimem. ...