Pular para o conteúdo principal

GESTORES DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS DEFENDEM PAGAMENTO IMEDIATO DE DÍVIDA

Acolhimento do passivo de fundações pelo Estado é exigência para concluir processo de absorção das instituições
Para Lavínia, a Uemg pode crescer, desde que o processo seja finalizado 

Gestores da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) reivindicaram, nesta quarta-feira, 31, em audiência pública, a aprovação imediata do Projeto de Lei (PL) 5.429/18, do governador, que autoriza o Executivo a assumir o passivo financeiro das fundações de ensino superior vinculadas à universidade.

Eles defenderam que a medida não traz prejuízos, uma vez que a dívida a ser paga, de aproximadamente R$ 100 milhões, é inferior ao valor patrimonial das instituições, avaliado em R$ 150 milhões, o que representaria um ativo de R$ 50 milhões.

As Comissões de Administração Pública, Fiscalização Financeira e Orçamentária, e de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) ouviram, em reunião conjunta, a reitora Lavínia Rosa Rodrigues; o vice-reitor, Thiago Torres Costa Pereira; e o pró-reitor de Planejamento, Gestão e Finanças, Fernando Antônio França Sette Pinheiro Júnior.

O total da dívida a ser assumida pelo Estado corresponde ao passivo de seis fundações de ensino superior: Fundação Educacional de Carangola, Fundação Educacional do Vale do Jequitinhonha, Fundação de Ensino Superior de Passos, Fundação Educacional de Ituiutaba, Fundação Cultural Campanha da Princesa e Fundação Educacional de Divinópolis. Suas atividades de ensino, pesquisa, extensão e gestão acadêmica foram absorvidas pela Uemg, em decorrência da Lei 20.807, de 2013.

Desde a aprovação da norma, a universidade aguarda o envio à ALMG do projeto de lei que trata dessas dívidas, que são de naturezas diversas, inclusive trabalhistas, conforme afirma Lavínia Rodrigues. No entanto, a reitora explica que a Constituição do Estado, de 1989, já havia determinado a incorporação das fundações educacionais criadas por lei pela universidade, o que só foi efetivado em 2013, com a lei 20.807.

Nesse sentido, o processo de absorção das instituições se arrasta há quase 30 anos. A gestora ressalta que o pagamento do passivo é necessário para concluir a transição, o que permitiria a extinção da personalidade jurídica das fundações e a definitiva incorporação dessas entidades pela Uemg.

De acordo com Lavínia, hoje, a universidade está presente em 16 municípios do Estado, acolhe 21 mil alunos, 1.500 professores, 115 cursos de graduação, cinco cursos de mestrado e dois doutorados. Ela lembra que esses números, até 2014, eram bem menores. Para se ter uma ideia, a instituição contabilizava então 32 cursos superiores e seis mil estudantes. “Estamos dispostos a crescer mais, formar cidadãos críticos e contribuir para o desenvolvimento do Estado, mas precisamos urgente finalizar esse processo”, conclui.

Ministério público suspende penhora de bens à espera de aprovação do projeto
O deputado Cássio Soares (PSD) e a deputada Celise Laviola (MDB) apresentaram questionamentos sobre os desdobramentos possíveis da quitação do passivo relativo às fundações. O parlamentar solicitou esclarecimentos sobre o destino de bens que já se encontram listados em processos judiciais. Eles seriam penhorados com o objetivo de pagar parcela dessa dívida.

De acordo com Fernando Sette, o Ministério Público do Estado informou à universidade que suspendeu os leilões de penhora dos bens até o dia 31 de dezembro de 2018. A medida, segundo o gestor, foi tomada pelo órgão devido à sinalização do Executivo de que vai atuar para a aprovação do projeto, que liquidaria os valores devidos: “Ganhamos um tempo até o final deste ano, por isso, solicitamos a rápida aprovação da proposição”.

Já a deputada Celise Laviola perguntou sobre os benefícios da medida para os estudantes. O vice-reitor Thiago Pereira lembrou que 70% dos estudantes da Uemg são oriundos de escolas públicas e que a população das regiões onde se encontram instalados os cursos, como o de Medicina no município de Passos (Sul de Minas), realizam importantes trabalhos voltados ao atendimento dos cidadãos.

Fernando Sette acrescentou que, com a incorporação das fundações, a gestão será facilitada. Ele explica que o repasse de recursos às instituições é feito conforme plano de trabalho que prevê o custeio das atividades para períodos determinados, no entanto, as demandas são dinâmicas. “Às vezes, não conseguimos atender a demandas dos alunos por causa dos recursos a serem aplicados conforme o plano, que é fixo, o que pode engessar as ações. Com a administração direta isso será mais viável”.

Privatização – O deputado Antonio Carlos Arantes (PSDB) falou sobre possíveis mudança de cenário no âmbito educacional com a entrada de um novo governo em 2019. Segundo ele, o governador eleito, Romeu Zema, do Partido Novo, já sinalizou até com a possibilidade de privatizar a universidade do Estado.

Lavínia Rodrigues respondeu ao parlamentar que já houve, no passado, tentativa de privatizar a Uemg. "Caso essa ameaça se concretize, a comunidade acadêmica vai se opor à decisão e fará, com certeza, a defesa das universidades mineiras”, afirmou.

com assessoria

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

CAXAMBU VAI SE TRANSFORMAR NA CIDADE DE CORAIS COM O CANTA BRASIL 2025

Aberto ao público, evento vai reunir 18 grupos de diferentes cidades com apresentações no Hotel Glória Caxambu e em vários locais da cidade do Sul de Minas Entre os dias 14 e 17 de agosto, a Caxambu, localizada no Circuito das Águas, será palco do Canta Brasil 2025, um dos maiores festivais de corais do país. O evento musical vai reunir 18 grupos de diferentes cidades da Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. O Canta Brasil 2025 homenageia este ano o saudoso maestro José Henrique Martins (Zeca), idealizador do evento, e o Maestro José Valoni Féo pelos 50 anos de vida artística e dedicação ao canto coral, regente do coral da Associação Bosque Marapendi, do Rio de Janeiro. A cerimônia de abertura será no dia 14 de agosto, às 19 horas, no Hotel Glória Caxambu, e o encerramento no domingo, dia 17, às 8h30, no Parque das Águas. Durante quatro dias, corais vão mostrar um repertório variado e bastante atrativo. A programação prevê diversas apresentações nos dia...

CRESCIMENTO ORDENADO

São célebres e recorrentes exemplos de cidades que, ao experimentar ciclos duradouros de crescimento, deixaram de lado o planejamento urbano e viram parte dos avanços conquistados se converter em degradação.    Para fugir desse indesejável efeito colateral do desenvolvimento, Pouso Alegre, no Sul de Minas, se dedica à modernização das leis que regimentam o uso, a ocupação do solo e a disposição urbana em todas as suas dimensões. Não se trata de uma discussão trivial. Até o final de 2013, ao menos quatro projetos de leis foram elaborados pelo Executivo e aprovados pela Câmara de Vereadores com a missão de estabelecer as regras fundamentais sobre as quais será baseada a expansão urbana da cidade pelas próximas décadas, quando sua população pode triplicar, se aproximando de 500 mil habitantes. O conjunto de leis moderniza e complementa o Plano Diretor Municipal, estabelecendo critérios a serem observados na construção e disposição de imóveis, conforme sua localização e fi...

GRANA NO CAIXA

Entre julho e setembro deste ano de 2023, os municípios receberam um valor menor de Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Essa redução foi por conta da redução do ICMS dos combustíveis feita na gestão do ex-presidente Bolsonaro. Para compensar essas perdas que atingiram negativamente as receitas dos municípios brasileiros, o Governo Lula está repassando R$ 4 bilhões para os municípios brasileiros. Com isso, o município de Lavras acaba de receber mais de 1,9 milhões de reais para cobrir essas perdas e manter os recursos da prefeitura sem prejuízo.