terça-feira, 1 de janeiro de 2019

EM DEFESA DO SISTEMA S

Presidente da FIEMG defende que novo governo não pode cometer o equívoco de comprometer estrutura que formou milhares de brasileiros

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), Flávio Roscoe, demonstrou preocupação com as recentes falas do futuro ministro da economia do governo de Bolsonaro, Paulo Guedes, a respeito de cortes entre 30% e 50% do Sistema S, composto por nove entidades ligadas aos setores produtivos brasileiros – comércio, agropecuária, transportes, micro/pequenas empresas e indústria. 

Formado pelo SESI, SENAI, SESC, SENAC, SEST, SENAT, SESCOOP (cooperativismo), SENAR e SEBRAE, o Sistema S atua prioritariamente nas áreas da educação básica, ensino profissionalizante, saúde e segurança do trabalho e qualidade de vida do trabalhador brasileiro, em todas as regiões do país.

Segundo Roscoe, mais de 73 milhões de brasileiros tiveram sua formação ou foram beneficiados apenas pelas instituições do sistema ligadas à indústria – SESI e SENAI. 

“Mesmo com todo este acervo de realizações, o Sistema S acaba de se transformar em alvo de ameaças que colocam em risco a sua própria existência. É fato que precisamos reduzir a carga de impostos, mas não se pode fazê-lo cometendo equívocos e atrapalhando o que vem dando certo. O ideal é que sejam atacados os problemas estruturais do Brasil, como a burocracia do serviço público e a ineficiência do Estado”.

SENAI - Financiado e mantido com recursos das empresas industriais, o SENAI é um dos cinco maiores complexos de educação profissional do mundo e o maior da América Latina. Desde 1942, formou mais de 73 milhões de trabalhadores em todo o país e, apenas em 2017, realizou 2,3 milhões de matrículas. 

Em Minas Gerais, são 78 unidades em 63 municípios, o que significa dizer que estamos presentes em todas as regiões do estado. Atualmente,  prepara quase 100 mil estudantes para a indústria mineira e brasileira. Somente neste ano, o SENAI-MG formou mais de 55 mil trabalhadores.

SESI - Em 2017, foram cerca de 1,6 milhão de matrículas em educação básica regular, educação continuada e educação de jovens e adultos a trabalhadores e dependentes. Mais de 50 mil indústrias foram atendidas com programas de segurança e saúde no trabalho que beneficiaram 4 milhões de pessoas. 

Em Minas Gerais, o SESI mantém 38 escolas, com mais de 15 mil alunos. No Enem 2017, as escolas SESI-MG se posicionaram entre as de melhor desempenho no país. O SESI-MG também oferece à sociedade cinco centros de cultura, cinco galerias de arte, oito teatros e o Museu de Artes e Ofícios, na capital mineira. 

Este ano foram atendidos mais de 600 mil espectadores, especialmente trabalhadores da indústria, seus familiares e as comunidades das quais fazem parte. Na área da Saúde e Segurança do Trabalho, o SESI-MG opera 12 unidades, com 448 mil atendimentos este ano.

Corte - Com a possibilidade de corte de 30%, em todo o país, serão perdidas anualmente 1,1 milhão de vagas em cursos profissionalizantes do SENAI e serão fechadas 162 escolas de formação profissional. 

Serão extintas 498 mil vagas para alunos do ensino básico e na educação de jovens e adultos do SESI, que teria que encerrar as atividades em 155 escolas. Será necessário demitir 18,4 mil trabalhadores do SESI e do SENAI (a maioria educadores). E serão cancelados atendimentos em saúde para 1,2 milhão de pessoas.

com assessoria

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