Candidata a vereadora em Itumirim, Lorrayne Coelho comemora a conquista histórica e destaca que seu objetivo é trabalhar por todos e em prol de uma sociedade melhor
As eleições municipais deste ano tem um fator a mais que fazem deste, um pleito histórico no Brasil. Pela primeira vez na história, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) permitiu que candidatos e candidatas transgênero possam utilizar o seu nome social nas eleições para os cargos de vereador e prefeito no Brasil. Segundo levantamento, ao todo 165 candidaturas com nomes sociais foram registradas no país, todas concorrem a cargos de vereadores em seus respectivos municípios.
Ainda segundo o levantamento, a maior parte das candidaturas são de mulheres transexuais e travestis. Destes candidatos cadastrados com nome social no TSE, 135 se identificam com o gênero feminino e 30 com o gênero masculino. As campanhas de pessoas trans estão nos mais diversos partidos, de diferentes espectros políticos - desde os mais à direita, como o PSL, Republicanos e Patriotas, até os mais a esquerda como PT, PC do B e PSOL.
É o caso da mineira da pequena Itumirim, no Sul de Minas, Lorrayne Coelho, de 31 anos, que disputa um cargo eletivo pela primeira vez. Candidata pelo PSDB, ela comemora a vitória histórica de poder usar o nome social em um pleito eletivo e destaca que este foi um fator determinante para a tentativa de entrada na vida pública.
Na região do Sul de Minas, além de Lorrayne, existem mais três candidaturas transgênero concorrendo a uma vaga no Legislativo dos respectivos municípios. Uma candidatura em Monte Belo, uma em Campo Belo e uma em Caldas.
Além da visibilidade para a causa LGBTI+, poder usar o nome social traz uma grande responsabilidade para as postulantes, como exemplo da garantia de direitos sociais. "Ocupando a Câmara de Vereadores, faremos com que outros LGBTI+ entendam que ali também é um lugar pra nós. Ou seja vamos promover uma sociedade igual para todos", destaca Lorrayne Coelho.
Ela destaca também, que com a candidatura não somente a causa está representada, mais que entrar para a vida pública também é uma missão com o intuito de lutar para o bem comum, para as diversas causas e defender os direitos sociais.
"Me coloco à disposição para trabalhar pelo bem comum da nossa cidade. Não é só pela nossa causa, mais também é uma forma de poder mostrar que todos os setores da sociedade devem estar presentes no Legislativo, lutando pela melhoria de vida das pessoas e garantindo os direitos fundamentais", reforça Lorrayne.
A predominância de candidaturas com o nome social está nos estados de São Paulo, com 23% dos registros, e Minas Gerais, com 12,7%. Enquanto isso, Tocantins registrou apenas 1,2% das candidaturas. De todo o Brasil, apenas o Acre, o Amapá, o Distrito Federal e o Piauí não registraram nenhuma candidatura com nome social.
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