Meses de dedicação e muito trabalho, etapa após etapa. O sacrifício não foi pequeno para nenhum dos finalistas da 4ª edição dos prêmios Santander de Empreendedorismo e Ciência e Inovação. Esforço que foi premiado com o anúncio feito na noite de ontem, 18, em São Paulo, quando foram apresentados os sete vencedores deste ano. No prêmio de empreendedorismo, comemoraram a conquista Ana Cláudia Kasseboehmer, (na categoria Cultura e Educação), da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos); Eduarda Queiroz Silva (Indústria), representando a Uniube (Universidade de Uberaba); Liangrid Lutiani da Silva (Tecnologia da Informação e Comunicação), pela PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul); e Suélia de Siqueira Rodrigues (Biotecnologia), da UnB (Universidade de Brasília).Já nos prêmios de Ciência e Tecnologia, os vencedores foram André Pedral de Sampaio de Sena (Tecnologia da Informação e Comunicação), pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina); Luiz Carlos de Oliveira (Indústria), da UFLA (Universidade Federal de Lavras); e Ronaldo Biondo (Biotecnologia), que representou a USP (Universidade de São Paulo). Cada um deles receberá R$ 50 mil em dinheiro e mais uma carteira de cinco ações do Banco Santander.
O pesquisador de Lavras, da Universidade Federal de Lavras (Ufla) foi premiado com o projeto de reutilização dos rejeitos da indústria de couro, processo que, segundo estudos do pesquisador, resulta em substâncias altamente nocivas ao meio ambiente. "Quando comecei o experimento, não imaginava que chegaria a tanto", revela. "Mas o prêmio justifica o trabalho". Após passar pelo tratamento proposto por Oliveira, o rejeito industrial separa o cromo, que pode ser reutilizado pela própria indústria, de um material rico em nitrogênio, que também pode receber outras aplicações.
Outra possibilidade é transformar os rejeitos em carvão, ativado pela pirólise (aquecimento sem oxigênio) do couro, resultando em materiais com comprovadas aplicações no tratamento de efluentes contaminados. Com o dinheiro recebido, "a idéia é fazer um protótipo em escala semi-industrial para testar a viabilidade para a indústria", contou após a cerimônia de premiação. No entanto, Oliveira sabe que os próximos passos serão decisivos. "Ainda é difícil prever o sucesso do projeto. Precisamos buscar empresários interessados em investir e patrocinar", conta.
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