quarta-feira, 22 de abril de 2009

SELO DE QUALIDADE PARA QUEIJOS DA REGIÃO

Possuir um certificado de qualificação de produção significa a garantia de um produto que terá maior aceitabilidade no mercado que tem se tornado, a cada ano, mais competitivo. Cientes dessa realidade e por ser uma cidade conhecida há muitos anos por sua produção de queijo, produtores artesanais de São João del Rei e região resolveram se unir. Na última terça-feira, 14, na Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ), foi realizada uma reunião entre produtores rurais e órgãos competentes para a certificação do produto. Atualmente, em Minas Gerais, apenas quatro regiões possuem este selo. São elas: Serra da Canastra, Serra do Salitre, Araxá e Serro.


O coordenador regional do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Ivaldo Fernando Pereira, explica a importância do produto com certificação. "Todo mundo sabe que essa região é produtora de queijo por excelência desde a época do Império. E existe um anseio dos produtores em conseguir esta qualificação, para agregar mais valor ao produto". Ainda segundo o coordenador a certificação depende de vários órgãos reguladores. "A Emater faz a caracterização da região e o IMA faz a auditoria das queijarias e depois fornece o selo de certificação, como se fosse um registro. Certificando a qualidade e garantia do queijo", ressalta. Jonas de Carvalho, produtor e presidente do SindRural, afirma que a cidade possui atualmente de 50 a 70 produtores e que há algum tempo o sindicato busca a certificação, pensando principalmente no pequeno produtor. "Muitas famílias da região dependem da produção do queijo artesanal, se elas não conseguirem vender seu produto, terão que fornecer o leite para os laticínios, os quais pagam um preço muito baixo", afirma Carvalho.

De acordo com o professor da UFSJ, Ivis Bento de Lima, instituição que ficará responsável em assessorar os fabricantes de queijo artesanal, após a reunião ficou decidido que será elaborada uma carta a ser encaminhada ao IMA e Emater solicitando a certificação. "Esse é o primeiro passo de um longo caminho. Iremos apoiar o produtor no que for necessário para conseguir esta certificação", observa. O representante da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Adauto Lemos, presente na reunião, explica que a região também precisa identificar o queijo produzido. "Podemos adquirir um selo mais representativo, não apenas da qualidade do produto. Queremos que o queijo da região seja considerado um patrimônio cultural do estado de Minas Gerais, mas para isso é preciso identificar esse queijo artesanal da região. Esse processo é lento, precisa estabelecer um critério de busca de comprovação e identificação para que ele realmente seja considerado um patrimônio", afirma Lemos.

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