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SÃO JOÃO REGISTRA 2.092 OCORRÊNCIAS DE TRÂNSITO

São João del-Rei, no Campo das Vertentes, carrega sobre seus ombros o peso da história, de ruas estreitas e antigas que precisam conviver com a celeridade da vida moderna. O resultado dessa equação não poderia diferir de trânsito, acidentes, estresse e cansaço. Urbanisticamente, a cidade não tem estrutura para comportar tamanho fluxo de carros, caminhões e motos, perto de 50 mil por dia. Além disso, ainda sofre com a má educação no trânsito e negligência dos condutores. Dados oficiais da Polícia Militar compõem um painel visto em praticamente todas as edições dos veículos de comunicação são-joanenses. Somente neste ano, até o momento, são 75 atropelamentos, 96 colisões, 22 capotamentos e 15 mortes, num total de 2.092 ocorrências de trânsito registradas na cidade.

O tripé das batidas
De acordo com o chefe do Setor de Trânsito, Lauriwaldo Ferreira Alves, o Waldo, há um tripé que leva ao acidente no trânsito: “a imperícia, a imprudência e a negligência”. “A imperícia é a inabilidade do condutor, que sai despreparado das escolas e sem experiência; a imprudência é o desrespeito às normas do trânsito, excesso de velocidade, andar na contramão; e a negligência pode ser do Estado e do condutor: por parte do Estado é a infraestrutura: rua mal sinalizada e com buracos, já do motorista é a falta de manutenção do automóvel”, afirmou. Dentre as três, Waldo apontou a imprudência dos motoristas como a maior razão das colisões, uma vez que a sinalização das ruas e o calçamento estão, segundo ele, “regulares, de acordo com a lei”. “O que mais tem causado acidente é, principalmente, o excesso de velocidade e o desrespeito à sinalização, porque quase 90% das ruas da cidade estão sinalizadas, mas ainda precisa melhorar muito”.


Cidade pode parar
O chefe do Setor de Trânsito, também, fez uma crítica à estrutura urbanística de São João del-Rei, comparando o tráfego com o paulistano e preconizando que, dentro de cinco anos, a cidade pode parar. “Nosso trânsito está hoje, proporcionalmente, pior do que o de São Paulo. Se ninguém não fizer nada, contratar um engenheiro que faça um planejamento para aliviar o fluxo de carros, essa cidade deve parar em cinco anos. Aí não tem mais condição de resolver”, comentou. Essa falta de planejamento também causaria as inundações. Waldo informa que “se preocuparam em asfaltar as ruas, só que não se preocuparam em captar a água; o que proporciona ainda mais acidentes, é algo lógico”, enfatizou.
Marcelo Alves, Folha das Vertentes

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