O garoto de Três Corações, no Sul de Minas, cresceu vendo o avô, militar da cavalaria, saltar pela Escola de Sargentos das Armas, da cidade. O pai, um funcionário público que prestava serviços para o Exército, também era apaixonado por hipismo. Eles tinha talento, mas jamais conseguiram saltar para o profissionalismo. Como os cavalos de competição custavam muito, havia uma barreira que os impedia de seguir adiante. A sina foi quebrada por Francisco José Mesquita Musa, o representante da terceira geração de cavaleiros da família, que aos 12 anos começou a montar e hoje, aos 32, é um dos principais nomes do esporte no país. Musa trabalhou em haras a vida toda.
Quase duas décadas depois, ao custo de muito suor e trabalho, comprou enfim seu primeiro animal de competição. “Arrematei um cavalo por R$40 mil num leilão”, diz Musa. “Tive de parcelar o pagamento em 24 prestações”. A performance de Musa se deve obviamente ao seu talento, mas também boa parte do crédito deve ser dada a seu parceiro de provas: O Première Xindoctro Método, que hoje vale muito mais do que os R$ 40 mil pagos no leilão. “Ele já se pagou mais tempo”, diz Musa, que em 2010 levantou R$ 150 mil em prêmios.
Ao contrário da imagem que a modalidade tem no Brasil, a de um esporte restrito a milionários, o hipismo está aberto a todas as classes sociais – e Musa é um exemplo preciso disso. “Como sou de uma família humilde, foi difícil conquistar meu espaço, mas consegui”. Ele só não abriu caminho como deixou muita gente para trás; foi o primeiro no ranking brasileiro de 2009 e está na briga pelo topo em 2010. Musa é um dos talentos que surpreendentemente surgem todos os anos no país.
por Maria Folgato, da IstoÉ
Nenhum comentário:
Postar um comentário