Itamar Augusto Cautiero Franco *Salvador, 28 de junho de 1930 + São Paulo, 2 de julho de 2011 |
“Ninguém nivelará as montanhas de Minas”. A frase reproduzida em letras gigantes no Memorial dedicado ao ex-presidente Itamar Augusto Cautiero Franco (PPS), no edifício Clube Juiz de Fora, revela muito sobre o caráter do senador, registrado na Bahia, mas mineiro radical por opção. Na presidência (1992-1994), nomeou conterrâneos para cargos estratégicos, dando início a um modo de governar que ficou conhecido como a República do Pão de Queijo.
O então presidente e seu grupo de conselheiros de Minas, após muitos dedos de prosa e boa articulação, conseguiram, em 28 meses, apaziguar um dos períodos mais conturbados da história brasileira, no pós-impeachment de Collor. A República do Pão de Queijo conquistou o apoio de alas moderadas da esquerda para arrefecer a turbulência na política. Sobreviveu ao descrédito, ao desemprego e à inflação, que beirava a casa dos 80% ao mês.
Mas algumas decisões, reveladas pelo próprio Itamar, foram tomadas solitariamente. Embora elaborado por seus ex-ministros paulistas, Rubens Ricúpero e Fernando Henrique Cardoso, não integrantes do grupo de mineiros, o Plano Real foi uma das mais importantes jogadas autorizadas solitariamente pelo ex-presidente. Apesar de considerar o termo pejorativo, Itamar tinha orgulho da República do Pão de Queijo, porque considerava Minas um centro da dignidade, ética e decência na política. Marcelo Siqueira, ex-deputado, diretor-financeiro e administrativo da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) e fiel escudeiro, faz parte do grupo remanescente da República de Pão de Queijo que manteve laços fortes e alinhamento político total com Itamar até sua morte.
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