![]() |
Vereadores retornam do recesso do meio de ano na próxima quinta-feira, 1º de agosto
|
Nem completou um ano de nova gestão e a Câmara Municipal de São João del-Rei já é palco para nova “dança das cadeiras”. Ou melhor: de lideranças. E ao ritmo de coleguismo partidário entre siglas rivais.
Com decreto assinado pelo prefeito Helvécio Reis (PT) atestando a mudança em meados de julho, Jânia Costa (PRTB) não é mais a líder do Governo Municipal no Legislativo. “Abri mão do cargo porque não concordava mais com a administração, com a forma como muita coisa tem sido realizada. Preferi abandonar esse barco e seguir do meu jeito”, explicou Jânia, que apoiou a candidatura de Reis na campanha eleitoral do ano passado. Agora, porém, assume a frente de um grupo parlamentar de oposição ao Executivo com adesão de Gilberto Santos (PMDB) e Cláudio Apolinário (PDT).
Com o troca-troca, na primeira reunião pós-recesso da Casa, na próxima quinta-feira, 1º de agosto, o vereador Robson Zanola (DEM) assume o posto a convite do próprio prefeito, embora o DEM tenha sido coligado ao candidato adversário, Nivaldo Andrade (PMDB), nas eleições de 2012.
A escolha destoa das práticas comuns nas câmaras municipais e na Federal, em que a representação do Executivo no plenário é feita reproduzindo alianças partidárias e políticas. A abertura, porém, é dada pelo próprio Regimento Interno da Câmara. O documento sugere, ainda, que a existência de um líder ligado ao Executivo não é obrigatória. Isso porque o artigo 49 aponta que “haverá líder do prefeito, se ele indicar à Mesa da Câmara”.
Sem trégua
O coro comum de quem fala sobre o assunto é o de que as questões partidárias foram deixadas de lado na montagem das cúpulas. “Já disse isso em inúmeras situações e acho que cabe novamente aqui: as eleições aconteceram em 2012. Agora nosso interesse é administrar e legislar bem. Não foi uma troca de favores. Foi uma escolha por competência. Em 2014 cada um vai apoiar seu partido, seus candidatos. Isso não irá interferir em nada”, garantiu Reis.
O mesmo garantiu Zanola. Segundo ele, ser escolhido como líder do prefeito na Câmara não o intimida quando o assunto é questionar propostas. “Vou ser um elo, não um apoiador. Se for necessário, vou criticar sim. Minha postura como vereador não muda. Não fiz acordos com o Helvécio, não construí nada com ele nem na campanha. No entanto, isso não impede que trabalhemos em harmonia. Meu objetivo é ajudar no que for preciso, apresentar contrapontos e sugerir mudanças no que não concordar”, disse.
Base petista
A escolha soa ainda mais atípica pelo fato de que, além do presidente da Câmara, Antônio Carlos de Jesus Fuzzato (PT), outros três vereadores eleitos compõem a lista de partidários com mandato vigente no Legislativo: Vera Almeida, Lívia Guimarães e Marcos Natividade. Os petistas, porém, não estranharam a decisão. “Zanola é um vereador que tem agradado pela postura, é atuante e não é ‘ficha suja’. Então apoiamos a decisão do prefeito. Cabia a ele a escolha. O fato de ser de outro partido não nos assustou nem incomodou de forma alguma”, explicou Lívia.
O presidente da Casa argumentou na mesma linha. “Jânia tomou a decisão dela e foi respeitada, mesmo que isso não faça tão bem para a imagem da Câmara. Mas ninguém é obrigado a compactuar nem permanecer em um cargo contra a vontade. Da mesma forma, o prefeito não precisa seguir cartilha e escolher vereadores do PT para a liderança. Fez uma boa opção”.
(Nova) Oposição
Em outubro do ano passado, logo após o anúncio da vitória de Helvécio Reis para prefeito de São João del-Rei, Jânia foi uma das presentes em carreata de comemoração por festejo que incluía, também, a própria reeleição à Câmara. Agora, segundo ela, a postura é outra. “De fato eu acreditava nele e no governo que planejava para o município. Nossos partidos inclusive foram coligados. Mas tudo mudou. Eu esperava mais da administração como vereadora e como cidadã”, comentou.
A mudança de posto de “líder do prefeito” para “líder da frente de oposição”, porém, já era uma possibilidade mesmo que remota. Pelo menos foi isso o que a vereadora garantiu em entrevista à Gazeta na última segunda-feira, 22. “Logo que fui convidada para a liderança, conversei abertamente com o prefeito e avisei que daria a ele 120 dias para avaliar o trabalho desenvolvido na Prefeitura. Esse prazo acabou se estendendo e não fui convencida de que os rumos serão realmente bons”, atestou.
Questionada sobre os motivos de desagrado, Jânia citou a contratação de funcionários e a criação de alguns cargos como um dos pontos de discórdia. “Há pessoas ocupando funções que não correspondem à necessidade da população. Na campanha a proposta era outra”, reclamou sem citar nomes.
Supervisão
A convocação da ex-colega de bancada, Sílvia Fernanda, como supervisora de governo, está fora de pauta. “Não é a questão central. Não entro nesse mérito”, disse em referência à ex-vereadora que, desde junho, tem como funções “acompanhar, junto à Câmara Municipal, os projetos de interesse de cada secretaria municipal e do Prefeito”, além de “assistir a cada vereador na sua relação com o Poder Executivo”, inclusive atendendo-os e acompanhando-os em reuniões com o prefeito.
No grupo, Robson Zanola também será ponte entre o Executivo e o Legislativo.
Zanola
“Antes de qualquer coisa, prefiro dizer que a nossa relação será profissional, não política”, definiu o ex-membro do Corpo de Bombeiros em conversa com a reportagem na noite de terça-feira, 23. O vereador e advogado também frisou que aceitar o cargo não teve relação com qualquer acordo partidário. “Não ‘mudei de lado’. Também não lutei pela vaga ou pedi para assumi-la. Houve uma indicação por parte dos próprios edis para que eu aceitasse o posto, o prefeito aprovou a sugestão e também concordei de bom grado. Não há problemas nisso, mesmo fazendo parte de um partido que defendeu o candidato adversário. Inclusive recebi apoio da minha própria sigla para isso”, explicou.
Com decreto assinado pelo prefeito Helvécio Reis (PT) atestando a mudança em meados de julho, Jânia Costa (PRTB) não é mais a líder do Governo Municipal no Legislativo. “Abri mão do cargo porque não concordava mais com a administração, com a forma como muita coisa tem sido realizada. Preferi abandonar esse barco e seguir do meu jeito”, explicou Jânia, que apoiou a candidatura de Reis na campanha eleitoral do ano passado. Agora, porém, assume a frente de um grupo parlamentar de oposição ao Executivo com adesão de Gilberto Santos (PMDB) e Cláudio Apolinário (PDT).
Com o troca-troca, na primeira reunião pós-recesso da Casa, na próxima quinta-feira, 1º de agosto, o vereador Robson Zanola (DEM) assume o posto a convite do próprio prefeito, embora o DEM tenha sido coligado ao candidato adversário, Nivaldo Andrade (PMDB), nas eleições de 2012.
A escolha destoa das práticas comuns nas câmaras municipais e na Federal, em que a representação do Executivo no plenário é feita reproduzindo alianças partidárias e políticas. A abertura, porém, é dada pelo próprio Regimento Interno da Câmara. O documento sugere, ainda, que a existência de um líder ligado ao Executivo não é obrigatória. Isso porque o artigo 49 aponta que “haverá líder do prefeito, se ele indicar à Mesa da Câmara”.
Sem trégua
O coro comum de quem fala sobre o assunto é o de que as questões partidárias foram deixadas de lado na montagem das cúpulas. “Já disse isso em inúmeras situações e acho que cabe novamente aqui: as eleições aconteceram em 2012. Agora nosso interesse é administrar e legislar bem. Não foi uma troca de favores. Foi uma escolha por competência. Em 2014 cada um vai apoiar seu partido, seus candidatos. Isso não irá interferir em nada”, garantiu Reis.
O mesmo garantiu Zanola. Segundo ele, ser escolhido como líder do prefeito na Câmara não o intimida quando o assunto é questionar propostas. “Vou ser um elo, não um apoiador. Se for necessário, vou criticar sim. Minha postura como vereador não muda. Não fiz acordos com o Helvécio, não construí nada com ele nem na campanha. No entanto, isso não impede que trabalhemos em harmonia. Meu objetivo é ajudar no que for preciso, apresentar contrapontos e sugerir mudanças no que não concordar”, disse.
Base petista
A escolha soa ainda mais atípica pelo fato de que, além do presidente da Câmara, Antônio Carlos de Jesus Fuzzato (PT), outros três vereadores eleitos compõem a lista de partidários com mandato vigente no Legislativo: Vera Almeida, Lívia Guimarães e Marcos Natividade. Os petistas, porém, não estranharam a decisão. “Zanola é um vereador que tem agradado pela postura, é atuante e não é ‘ficha suja’. Então apoiamos a decisão do prefeito. Cabia a ele a escolha. O fato de ser de outro partido não nos assustou nem incomodou de forma alguma”, explicou Lívia.
O presidente da Casa argumentou na mesma linha. “Jânia tomou a decisão dela e foi respeitada, mesmo que isso não faça tão bem para a imagem da Câmara. Mas ninguém é obrigado a compactuar nem permanecer em um cargo contra a vontade. Da mesma forma, o prefeito não precisa seguir cartilha e escolher vereadores do PT para a liderança. Fez uma boa opção”.
(Nova) Oposição
Em outubro do ano passado, logo após o anúncio da vitória de Helvécio Reis para prefeito de São João del-Rei, Jânia foi uma das presentes em carreata de comemoração por festejo que incluía, também, a própria reeleição à Câmara. Agora, segundo ela, a postura é outra. “De fato eu acreditava nele e no governo que planejava para o município. Nossos partidos inclusive foram coligados. Mas tudo mudou. Eu esperava mais da administração como vereadora e como cidadã”, comentou.
A mudança de posto de “líder do prefeito” para “líder da frente de oposição”, porém, já era uma possibilidade mesmo que remota. Pelo menos foi isso o que a vereadora garantiu em entrevista à Gazeta na última segunda-feira, 22. “Logo que fui convidada para a liderança, conversei abertamente com o prefeito e avisei que daria a ele 120 dias para avaliar o trabalho desenvolvido na Prefeitura. Esse prazo acabou se estendendo e não fui convencida de que os rumos serão realmente bons”, atestou.
Questionada sobre os motivos de desagrado, Jânia citou a contratação de funcionários e a criação de alguns cargos como um dos pontos de discórdia. “Há pessoas ocupando funções que não correspondem à necessidade da população. Na campanha a proposta era outra”, reclamou sem citar nomes.
Supervisão
A convocação da ex-colega de bancada, Sílvia Fernanda, como supervisora de governo, está fora de pauta. “Não é a questão central. Não entro nesse mérito”, disse em referência à ex-vereadora que, desde junho, tem como funções “acompanhar, junto à Câmara Municipal, os projetos de interesse de cada secretaria municipal e do Prefeito”, além de “assistir a cada vereador na sua relação com o Poder Executivo”, inclusive atendendo-os e acompanhando-os em reuniões com o prefeito.
No grupo, Robson Zanola também será ponte entre o Executivo e o Legislativo.
Zanola
“Antes de qualquer coisa, prefiro dizer que a nossa relação será profissional, não política”, definiu o ex-membro do Corpo de Bombeiros em conversa com a reportagem na noite de terça-feira, 23. O vereador e advogado também frisou que aceitar o cargo não teve relação com qualquer acordo partidário. “Não ‘mudei de lado’. Também não lutei pela vaga ou pedi para assumi-la. Houve uma indicação por parte dos próprios edis para que eu aceitasse o posto, o prefeito aprovou a sugestão e também concordei de bom grado. Não há problemas nisso, mesmo fazendo parte de um partido que defendeu o candidato adversário. Inclusive recebi apoio da minha própria sigla para isso”, explicou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário