O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, solicitou ao Supremo Tribunal Federal a abertura de inquérito contra o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (PSDB-MG).
A solicitação, baseada na delação premiada do senador Delcídio Amaral, tem como objetivo apurar eventuais crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro relacionados ao esquema de propina em Furnas.
Janot pede que Aécio seja ouvido sobre o caso em 90 dias. De acordo com a PGR, a delação de Delcídio acrescentou "fatos novos" que fizeram com que Janot resolvesse reavaliar as denúncias contra Aécio. O tucano já havia sido citado na delação do doleiro Alberto Youssef.
Em seus depoimentos, ele apontou que o PSDB possuía influência em uma diretoria de Furnas por meio de José Janene, morto em 2010. Youssef disse ainda que Aécio teria recebido valores mensais, por intermédio de sua irmã, da empresa Bauruense, contratada por Furnas.
Também deve ser ouvido o ex-diretor de Furnas Dimas Fabiano Toledo, apontado por Delcídio como responsável por repasses de propina.
Na delação, o senador também havia citado que haveria uma fundação no paraíso fiscal de Liechtenstein da qual Aécio Neves seria o beneficiário.
Janot também escreveu, no pedido ao Supremo, que uma operação da Polícia Federal no Rio encontrou documentos de doleiros que confirmam a existência de uma conta no exterior ligada a uma fundação em nome da mãe de Aécio, Inês Maria Neves Faria.
"Referidas informações constituem um conjunto harmônico e apontam para a verossimilhança dos fatos descritos", apontou Janot.
Janot também solicitou um inquérito contra Aécio e o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) sob suspeitas de envolvimento na maquiagem de dados do Banco Rural para esconder o mensalão mineiro, na época em que Aécio era governador de Minas.
Em nota, o senador Aécio Neves disse ter "convicção de que as investigações deixarão clara a falsidade das citações feitas" e as referências feitas por Delcídio a ele "foram todas por ouvir dizer".
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