Equipe paralímpica de atletismo do Canadá, em pátio de hotel em Juiz de Fora, começa a treinar neste domingo, 28 
Cadeiras de rodas desenhadas para alcançar mais de 30 quilômetros por hora e serem vetor para obter medalhas já estão estacionadas em Juiz de Fora. Seus usuários são atletas paralímpicos do Canadá, que escolheu a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) como uma das bases de treinamento de atletismo para os Jogos Paralímpicos Rio 2016.

A equipe paralímpica do país chegou à cidade, na tarde deste sábado, 27, com 31 dos 32 integrantes – o último chegará no dia 1º de setembro. 

Neste primeiro dia, a equipe se reuniu no hotel onde estão hospedados para receber orientações sobre a cidade e a preparação local. A previsão de partida para o Rio é o dia 5 de setembro. As provas de atletismo começam no dia 8.

Treinos
Os atletas fazem os primeiros treinos neste domingo, às 9h e às 15h, na Faculdade de Educação Física e Desportos da UFJF (Faefid), no campus, sem acesso de visitantes. 

“Usualmente esses treinos posteriores à chegada são mais leves devido à habituação ao fuso horário”, disse o chefe da delegação de atletismo do Canadá, Peter Eriksson.

A partir desta segunda, as atividades serão abertas ao público, com entrada gratuita e sem necessidade de cadastro. Para acesso à faculdade, será necessário passar pela revista de segurança, que proíbe itens que possam oferecer risco ao evento, como objetos perfurocortantes. 

A programação de atividades, na Faefid e na BR-440 (Via São Pedro), é informada na véspera, no portal UFJF 2016.

JF e meta


Ness Murby, com seu cão-guia, é uma das favoritas a medalha no lançamento de dardo 
Eriksson reforçou que o retorno do Canadá a Juiz de Fora se deve à junção de oportunidades oferecidas pela cidade: boa infraestrutura, acomodação e proximidade com o Rio de Janeiro. 

“Não foi preciso solicitar nenhum ajuste de infraestrutura para receber os atletas paralímpicos. O hotel e a pista possuem acessibilidade.”

O acesso mais visado será o do pódio. A meta do atletismo canadense para esta edição dos Jogos Paralímpicos é obter entre 10 a 12 medalhas, sendo cinco de ouro, e ficar entre os 15 primeiros países no ranking geral. Em Londres 2012, foram conquistadas nove láureas e a 20ª posição.

Um dos destaques da equipe que está em Juiz de Fora é Ness Murby, atual vice-campeã mundial no lançamento de dardo, na categoria F11, de pessoas com deficiência visual. O maior medalhista recente é Brent Lakatos, que não veio à cidade. Possui três pratas dos Jogos de Londres e três ouros do Mundial de Doha, em 2015.

Seis paralimpíadas e novo torcedor


Pela primeira vez no Brasil, atleta Diane Roy participa pela sexta vez de uma Paralimpíada 
Outra atleta, Diane Roy, não tem a medalha como plano exclusivo, mas vem ao Brasil pela primeira vez a fim de “viver cada momento desta Paralimpíada”, que, apesar de ser a sexta de que participa, tem traços próprios. A corredora, com cadeira de rodas, terá um torcedor a mais: seu filho de um ano de idade.

“Nunca se sabe como ficará seu corpo depois de uma gravidez e sobre como será a saúde do bebê. Mas tudo saiu bem, por isso, decidi voltar a competir e ir ao Rio”, disse Diane, de 45 anos, que entrou, em 2009, para o Hall da Fama Terry Fox, destinado a quem se tornou referência para pessoas com deficiência no Canadá.

“Algumas pessoas acham que estou velha para competir, mas provei que posso estar aqui e penso que serei capaz de fazer um bom trabalho. Fiz tempos muito bons, em corridas, nos últimos dois meses, por isso, tudo é possível. Estou entusiasmada com os Jogos, que podem ser os últimos de que participo”, completou a atleta, que perdeu o movimento das pernasquando tinha 17 anos após acidade com quadriciclo. 


Melhor edição

Derek Drouin, em treino na UFJF, conquistou ouro no salto em altura 
Também coordenador da delegação olímpica de atletismo, Peter Eriksson afirmou que a participação do Canadá nos Jogos Olímpicos do Rio foi a melhor do país desde 1932. 

“Todos os nossos medalhistas treinaram em Juiz de Fora e também tivemos quatro atletas em quarto lugar que estiveram aqui. A cidade nos ajudou a ter a nossa melhor campanha no atletismo. Graças à universidade tivemos esse suporte.”

A atuação canadense teve como principal destaque na mídia o velocista Andre de Grasse, medalhista de prata nos 200 metros e de bronze nos 100 metros e no revezamento 4 x 100 metros. 

O atleta protagonizou com o jamaicano Usain Bolt uma das cenas mais icônicas dos Jogos, quando os dois sorriam um para o outro ao liderarem, com folga, uma das semifinais dos 200 metros.

A visibilidade do atletismo praticado pelo país, no Rio, é boa para “atrair mais atletas, patrocinadores, financiamento e apoio do Governo, uma vez que natação e atletismo não tiveram bons resultados, em 2012, mas se tornaram os dois melhores em 2016”, acrescentou Eriksson.
da assessoria - UFJF