Golpe: Em sessão no Senado, Dilma deixou claro que não cometeu crimes de responsabilidade, condição necessária para um processo de impeachment
A manhã desta segunda-feira, 29, foi marcada pela histórica ida da presidenta Dilma Rousseff (PT) ao plenário do Senado, para defender-se do golpe em curso no país.
Ela abriu a sessão com um discurso que aponta a falta de fundamentos no pedido de impeachment e logo depois começou a responder perguntas dos senadores.
Kátia Abreu ( PMDB-TO) foi a primeira senadora a falar, elogiando o mandato da presidenta, especialmente a evolução do plano agrícola e pecuário, e preferiu não fazer perguntas. Em seguida, Dilma disse que se orgulha do trabalho feito com o Plano Safra e o Ministério da Agricultura.
Ela reafirmou que, sem as subvenções do governo federal, agricultores não teriam como “fazer todos os grandes feitos dos últimos anos”.
“O precedente é grave porque atingirá outros presidentes da República, além de vereadores e prefeitos eleitos agora.”
A segunda senadora a falar foi Ana Amélia, do PP. Para ela, “Se fosse golpe, o processo teria sido suspenso em seu início.”Dilma respondeu falando sobre a legitimidade do processo, afirmando que é preciso fazer uma diferenciação entre “um golpe de Estado militar e parlamentar.”
“Exemplificando, no golpe militar, derruba-se a árvore. No golpe parlamentar, você tira um presidente que foi eleito por voto direto. É como se a árvore fosse atacada por fungos, por exemplo. Você compromete a árvore. Por que compareço ao Senado? Porque é um espaço democrático que tem que ser preservado”, disse a presidenta.
“Quero que a democracia do meu país saia ilesa desse processo. Estou questionando que não basta ter o rito correto, tem que ter conteúdo.”
A presidenta lembrou que segundo o Ministério Público Federal, a chamada “pedalada” no Plano Safra não foi operação de crédito, nem crime.
“A mentira não está só no fato dos créditos suplementares. Antes eram seis, aí passaram para quatro e agora são três. Acredito que no futuro serão zero. Não se pode usar aspectos genéricos sem avaliar as características específicas desse processo.”
Dilma também afirmou que a crise da economia global prejudicou a economia brasileira. “A queda de arrecadação o meu governo nem nenhum governo controla. A causalidade está errada. Não é a questão fiscal que conduz à crise. Também não aceito essa questão em relação aos bancos oficiais.”
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