quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

PROJETO REMONTA HISTÓRIA SOBRE AS CONSEQUÊNCIAS DA CRIAÇÃO DA USINA DE FURNAS

Documentário lançado na UNIFAL-MG reúne relatos sobre "quando a água chegou"

No final dos anos 1950 e início dos anos 1960, a construção da Usina Hidrelétrica de Furnas impactou a vida de muitas pessoas que viviam na região Sul de Minas. 

O tema foi destaque em um documentário produzido por um projeto de extensão da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG), lançado no último dia 1º, no auditório Doutor João Leão de Faria, no campus sede, em Alfenas, no Sul de Minas.
O vídeo intitulado "Histórias de quando a água chegou: Antônio Adauto e os índios" reúne o depoimento e os relatos de Antônio Adauto Leite, morador de Carmo do Rio Claro, que foi responsável pela criação do Museu Arqueológico ou Museu do Índio, dedicando 47 anos de sua vida a resgatar mais de 4 mil peças arqueológicas indígenas à beira do Lago de Furnas. 

Suzana Leite Hervas, filha do pesquisador e coordenadora do museu, também participa do documentário, contando como o interesse do pai pelas peças, acabou se tornando uma brincadeira de arqueologia em família. 

“Em final de semana, a brincadeira de domingo era andar na beirada da represa para ver quem achava a primeira peça inteira, porque as peças quebradas não valiam”, narra.

A produção do vídeo, bem como o roteiro cinematográfico, faz parte de um projeto que teve início em 2015, sob a responsabilidade do aluno Paulo César de Carvalho, do curso de Letras, orientado pelo professor Ítalo Oscar Riccardi León, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL).

Em cerimônia de lançamento realizada na UNIFAL-MG, o aluno fez um agradecimento especial ao Prof. Ítalo, e explicou como a ideia do documentário foi desenvolvida, oportunidade em que destacou o fato de haver muitos vilarejos, fazendas e pequenas propriedades rurais, pertencentes às 34 cidades banhadas pelo lago, que foram atingidas e hoje estão submersas. 

“Eu cresci à beira desse lago, ouvindo histórias de pessoas que morreram, de pessoas que sofreram, de pessoas que perderam tudo. Então uma das motivações de desenvolver esse projeto foi justamente essa: de lembranças pessoais, mas um pouquinho de trabalhos que fui desenvolvendo durante o curso de Letras e de histórias que estão registradas também na literatura”, enfatizou.  

Após a exibição do vídeo, a organização surpreendeu Antônio Adauto com uma homenagem, na qual reconhece a sua contribuição e de sua filha, Suzana, para a cultura e a preservação da memória dos índios Catu-auá que habitaram a região do Lago de Furnas, antes da construção da barragem.

O lançamento contou com a presença da vice-reitora da Universidade, Profa. Magali Benjamin de Araújo; da pró-reitora de Extensão, Profa. Eliane Garcia Rezende; da pró-reitora de Administração e Finanças, Vera Rosa; do diretor do ICHL, Prof. Sandro Amadeu Cerveira; da servidora Áurea Lopes, representando a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação; também de Soloni Viana, representando o Conselho de Política Cultural de Alfenas; de Sônia Vieira do Departamento de Educação de Cultura e Cidadania; de Fábio Folgoni da  Associação de Proteção aos Condenados (Apac).

O momento foi abrilhantado pela apresentação musical dos professores do ICHL, Mário Danieli e Walter Lowande, interpretando, na viola e no violão, respectivamente, “Rio de Lágrimas” do Tião Carreiro e Lorival dos Santos, “Asa Branca” de Luiz Gonzaga e “Trenzinho Caipira” de Heitor Vila Lobos.
por Ana Carolina Araújo - da assessoria UNIFAL-MG

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