quinta-feira, 27 de agosto de 2020

MUNICÍPIO DE BAEPENDI DEVE REGULARIZAR DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Área degradada em aterro irregular também deverá ser recuperada
Cachoeira do Caldeirão, Parque Estadual da Serra do Papagaio, distante 32km do perímetro urbano de Baependi

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) obteve na Justiça decisão liminar favorável obrigando o Município de Baependi, no Sul do estado, a adotar uma série de medidas para regularizar a destinação dos resíduos sólidos na cidade, incluindo a recuperação ambiental da área do aterro irregular (“lixão”) que atualmente é utilizado. 

Como compensação ambiental, o município deverá pagar multa de R$10 mil, a qual será revertida ao Projeto Baependi Socioambiental, executado pela Associação Regional de Proteção Ambiental da Bacia do Rio Grande.

Conforme a decisão, a administração municipal deve interromper imediatamente a supressão de vegetação nativa ao redor do aterro irregular, sob pena de multa diária de R$1 mil. Além disso, deverá, no prazo de seis meses, elaborar Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos.

O município fica obrigado a não destinar ou dispor dos seus resíduos sólidos ou rejeitos em aterro não licenciado pelo órgão ambiental, não os lançar na natureza ou queimá-los a céu aberto ou em recipientes, instalações e equipamentos não licenciados para essa finalidade, em especial no "lixão" que existe no local. O acesso de pessoas e animais à essa área deve ser impedido. Em seis meses, o município deverá ter adotado medidas para dar a destinação final ambientalmente adequada aos seus resíduos sólidos.

Conforme a Ação Civil Pública (ACP) ajuizada pelo MPMG, foram realizadas várias tentativas de resolução extrajudicial da questão, porém sem sucesso. Os municípios deveriam regularizar sua disposição final de resíduos sólidos até o dia 2 de agosto de 2014, extinguindo-se os lixões existentes no país, conforme a Lei nº 12,305/2010. “Assim, vencido o prazo, não pode mais haver mais lixões a céu aberto, devendo o lixão de Baependi ser extinto e implantado aterro sanitário adequado”, diz trecho da ação.

Para o MPMG, o município de Baependi deposita o lixo coletado em desconformidade com a legislação, fato que vem causando sérios danos ao meio ambiente, principalmente a poluição do ar, solo e água, além de prejuízos à saúde pública. “Basta uma visita ao local, acompanhado de especialistas, para se concluir a gravidade da situação, a perspectiva de contaminação do solo, o chorume produzido, a irresponsabilidade administrativa”.

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