quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

CATADORES DO LIXÃO VIVEM EM CONDIÇÃO DESUMANA


É de abandono a situação dos 14 catadores que vivem às custas do aterro sanitário, o lixão, de São João Del-Rei, nas Vertentes. Localizado cerca de 20 km da cidade, nas imediações da estrada de acesso a Piedade do Rio Grande, o local, além de ser um exemplo de crime ambiental, coloca em condição desumana quem dele depende para conseguir o sustento da família. Conforme denunciado por este jornal, na edição passada, a contaminação do lençol freático, pelo chorume, está preocupando as entidades da cidade voltadas às questões ambientais. Além disso, os catadores trabalham de forma autônoma, o pessoal que opera as máquinas não utiliza equipamento de segurança; há alguns barracos e animais no local e, descendo o morro do aterro, encontra-se a nascente de um rio.

O secretário municipal de Meio Ambiente, Celso Sandim Guimarães, comentou que tenta tirar os catadores de lá, já que a presença dos mesmos no local é inadequada. Porém, ressaltou que não se pode fazer isso sem um projeto de inclusão social. Ele, também, disse que está trabalhando e buscando investimentos para a reforma do local e adequação às normas, o que custaria R$ 150 mil.

O local
O que deveria ser um aterro sanitário, na realidade, em São João del-Rei, é um lixão, onde há a presença de homens e mulheres disputando o espaço com cavalos, além de alguns cachorros e uma infinidade de urubus. A cerca construída no local é falha em alguns pontos e o problema social existente é preocupante. Na visita feita por esta equipe de reportagem, ao lixão, foi constatado que há chorume vazando no local. O terreno em que o aterro se encontra é íngreme; o que causa uma situação de crime ambiental, visto que a descida termina na nascente de um rio. Segundo o presidente da Associação Sanjoanense de Pesca Amadora (ASPA), Leonardo Imbrosi, “duas nascentes de rios já estão contaminadas pelo chorume. No barranco, várias árvores seguram sacos plásticos”.

Catadores
Os catadores informaram que vão para o lixão, a cerca de 20 km da cidade, todos os dias, a pé ou de carona. Eles catam material plástico (sacola e pet), depois separam, embalam e alugam um caminhão, quinzenalmente, a fim de mandar para os vários compradores, que adquirem o material por R$ 0,20 (vinte centavos) o quilo. Muitos deles trabalham no locam há muito tempo. Maria do Perpétuo Garcia, por exemplo, vive do lixão há quase 30 anos. Ela afirma que tira R$ 300,00 por mês. Claudemir de Souza, que também tem quase 30 anos de lixão, disse que, desde quando era criança, ouvia falar sobre a construção de uma Usina de Reciclagem. Os catadores são unânimes ao dizer que a Usina seria a solução de seus problemas. Mas muitos demonstram ceticismo ao falar de melhorias para sua classe.”
Folha das Vertentes

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