As Comissões de Agricultura e de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática realizaram para discutir em conjunto o uso de sorgo na produção de etanol. A iniciativa foi do deputado Duarte Nogueira (PSDB) e participaram das discussões o chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo, Vera Alves, e os pesquisadores João Carlos Garcia e Robert Eugene Schaffert, também da Embrapa Milho e Sorgo. Segundo o deputado, é possível incluir o sorgo na entressafra da cana, dado seu potencial energético. Ele questionou os pesquisadores sobre o tempo e o investimento necessários para que isso aconteça.
A chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo, Vera Alves, destacou o potencial do sorgo na produção de bicombustível no Brasil. Segundo Vera, hoje existem três linhas de frente – sacarina, lignocelulose e granífero. A primeira linha, sacarina, tem como destaque a tecnologia de primeira geração. Vera aponta que o nicho para produção é um complemento à cana-de-açúcar, podendo assim estender o período de colheita por até mais quatro meses. A segunda linha, lignocelulose, ressalta a alta produção, a excelente qualidade de matéria seca, o uso eficiente da água na produção e o complemento mecanizado. A terceira linha , o sorgo granífero, destaca a tecnologia de aproveitamento de ofertas de grãos a custo baixo. Conforme Vera, em mais de 1/3 dos Estados Unidos o sorgo é utilizado na produção de etanol.
O pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, João Carlos Garcia, disse que a primeira experiência foi em 1979 com o objetivo de demonstrar a viabilidade para os produtores rurais. Segundo Garcia, o desenvolvimento do sorgo sacarino vem avançando com o surgimento das colhedoras automotrizes para cana e a operação em grandes destilarias pode eliminar o problema causado de concentração de colheita dos sorgos em uma época restrita. Para que ocorra esse desenvolvimento, é necessário realizar mais projetos-pilotos de ajustes dos sistemas, em destilarias de grande porte, com vistas a possibilitar a avaliação por parte das indústrias. Robert Eugene Schaffert, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, enfatizou o programa de melhoramento de sogro e milho no país. Para Schaffert, é necessário um programa multidisciplinar e a integração do setor privado.
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