Em meio as polêmicas e discussões que vem envolvendo o adiamento da implantação do curso de medicina na Universidade Federal de Lavras (Ufla), mais capítulo surge em um cenário incerto e de expectativas. Em dezembro do ano passado, a Diretoria Executiva da universidade anunciou a compra do antigo Hospital do Coração, que deve ser transformado em uma unidade do Hospital Escola. Na ocasião, há previsão era de que este hospital ficasse pronto até o final de 2015.
Mas, este é mais um objetivo traçado e que não poderá ser realizado neste prazo. O alto escalão da universidade já trabalha com a hipótese de que a reforma e ampliação do prédio adquirido se arraste pelos próximos anos. A área com quase três mil metros quadrados custou R$ 3 milhões, dinheiro que a Ufla recebeu por meio do “Programa Mais Médicos”, do governo federal.
Neste período, os estudantes de medicina deverão atuar na rede pública municipal de Saúde do município de Lavras, no Sul de Minas. O curso de medicina está envolvido em uma série de controvérsias. Criado pelo Ministério da Educação (MEC), coube ao reitor professor José Roberto Soares Scolforo, anunciá-lo em solenidade na manhã do dia 12 de julho de 2013.
A abertura do curso de Medicina faz parte do programa "Mais Médicos", do governo federal. O curso terá como forma de ingresso o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e ao todo serão ofertadas 60 vagas. Naquela ocasião foi anunciada a construção de laboratórios e novas salas de aula e que não haveria um hospital escola. A ideia era firmar um convênio entre o governo federal e hospitais de Lavras para que os professores e alunos atendam pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Existe a possibilidade do curso de medicina da Ufla não ser implantado ainda no primeiro semestre de 2015, em virtude do quesito tempo, fato já cogitado segundo fontes ligadas ao alto escalão da universidade.
Depois do anúncio
No dia 9 de dezembro do ano passado, a Diretoria Executiva realizou outra solenidade para anunciar a compra do antigo Hospital do Coração, que deve ser transformado em uma unidade do Hospital Escola. A previsão, na época, era de entregar o hospital pronto até o final de 2015.
A área com quase três mil metros quadrados custou R$ 3 milhões, dinheiro que a Ufla recebeu por meio do “Mais Médicos”. A frente do hospital será demolida para dar lugar ao novo projeto. Estima-se que serão gastos em torno de R$ 70 milhões para recuperar, ampliar e equipar a unidade. O hospital universitário deve contar com 120 leitos e terá capacidade para realizar cinco mil consultas por mês.
Liberação de recursos para o Hospital
No dia 7 de fevereiro deste ano, o deputado federal Domingos Sávio (PSDB) esteve na Universidade Federal de Lavras (Ufla). Durante o encontro com o reitor professor José Roberto Scolforo, no Salão dos Conselhos, o deputado fez a assinatura dos documentos que comprovam a inclusão de recursos da ordem de R$30,3 milhões para o Hospital Universitário da instituição.
Na ocasião, o reitor, professor José Roberto Soares Scolforo, informou que o Hospital Escola necessitará de um aporte ao todo de R$70 milhões com a perspectiva de entregá-lo funcionando até o final de 2015.
Fator político definiu adiamento
O principal motivo do adiamento foi por um fator político. Desde que foi anunciado para este próximo semestre, a questão do curto espaço de tempo para sua implantação já era tema de muitos comentários.
Segundo fontes ligadas ao alto escalão da universidade, por 2014 ser um ano eleitoral, o projeto acabou esbarrando nos trâmites burocráticos. O artigo 73, V, da Lei 9.504/97, que estabelece normas gerais para as eleições, não proíbe a realização de concursos públicos no ano eleitoral, mas restringe a nomeação, a contratação ou a admissão do servidor público no período de 90 dias que antecedem o pleito até a posse dos eleitos, ressalvada na hipótese de nomeação dos aprovados em concursos públicos homologados até o início daquele prazo.
Já os novos cursos de engenharia (Engenharia Civil, Engenharia Mecânica, Engenharia Química, Engenharia de Materiais) que terão início no próximo semestre, não foram adiados porque a Ufla já possui um Departamento de Engenharia consolidado, diferente da medicina em que tudo vai começar do zero. Para implantação de todos os cursos de engenharia e geologia, a universidade necessitará de um aporte de R$80 milhões em recursos.
Atualidade
Além da entrega do Hospital Escola ser um fator de preocupação dentro da universidade, mesmo já possuindo condições físicas e pedagógicas favoráveis, os novos cursos de engenharia também preocupam. A Central de Análises e Prospecção Química, obra orçada em R$2.356.472,72 estão em ritmo bem adiantado, com previsão de entrega para novembro deste ano. Já o Complexo de Engenharia, ainda está na parte de fundação e só deve ficar pronto em junho de 2015. Está obra está orçada em R$14.721.123,86
Gargalos
Somente no primeiro semestre de 2014, 1.200 novos estudantes ingressaram em vários cursos ofertados pela Universidade Federal de Lavras (Ufla). Com o aumento de cursos de graduação é grande a superlotação nos horários de pico principalmente na Biblioteca, Restaurante Universitário e no "Elefantinho", apelido do ônibus que faz o transporte circular interno dos estudantes. As maiores reclamações são referentes aos horários do início da manhã onde é grande o fluxo de estudantes.
A universidade já fez a aquisição de um ônibus articulado, modelo igual ao BRT, por meio de licitação e a expectativa era de que o serviço começasse a funcionar em março deste. Mas a empresa vencedora do certame possui muitos pedidos anteriores e que já estavam de fila de espera, atrasando a chegada do veículo que vai passar a fazer o transporte.
O ônibus que vai fazer serviço de transporte circular interno nos moldes do BRT (transporte rápido por ônibus) que será implantado no campus da Universidade Federal de Lavras, já apelidado de "Mamute" entre os universitários, possui dois vagões e tem capacidade de, em média, 120 passageiros, sendo a média de 60 passageiros sentados.
Abertura de cursos
Nessa terça-feira, 13, o Ministério da Educação autorizou a abertura de 420 vagas para oito novos cursos de medicina em universidades federais. Além disso, uma portaria do ministério publicada na edição desta quarta-feira, 14, do Diário Oficial da União (DOU) autoriza a abertura de 1.220 vagas em 14 novos cursos de universidades federais. Nove cursos são de engenharia, que somam 800 vagas. Eles serão abertos em unidades localizadas em cidades do interior dos estados de São Paulo, Pernambuco e da Paraíba.
No período colonial, existiam no Brasil apenas cursos superiores de Filosofia e Teologia oferecidos pelos Jesuítas, pois Portugal impedia o desenvolvimento do ensino superior nas suas colônias, temendo que os estudos pudessem contribuir com os movimentos de independência.
Especialistas dizem que são necessárias adequações no atual modelo universitário brasileiro que é fruto reforma universitária da década de sessenta. Membros do próprio Partido dos Trabalhadores (PT) que eram da base de oposição ao governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) chegaram a pedir que o MEC revesse a política de autorização de abertura de cursos superiores adotada pelo daquela época. Eles defendiam que o vigente modelo da época provocava um sucateamento das universidades federais para favorecer a privatização do ensino superior.
O ex-deputado-federal Gilmar Machado (PT-MG) - hoje prefeito de Uberlândia - que era um dos integrantes do núcleo de educação do partido, chegou a pedir ao Ministério da Educação que suspendesse a autorização para novos cursos e avisou na época que, se não fosse atendido, as permissões serão revogadas. "Este balcão de negócios não pode continuar".
Em seis anos de governo Lula (2003 a 2008), sucessor de Fernando Henrique, ocorreram 188.683 novas matrículas nas universidades federais. Entre 2007 e 2010, segundo mandato de Lula, foram exatas 478.857 novas matrículas registradas nas universidades federais.
Com o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), desde 2003, aumentou de 43 para 59 o número de universidades mantidas pelo governo federal. O MEC afirma que até meados do ano passado, “as universidades receberam R$ 8,4 bilhões para a expansão e reestruturação desde 2003. Do total de 3.930 obras, 2.493 já estão concluídas (63,4%) e 970 (24,7%) estão em execução. As obras paralisadas ou com contratos cancelados somam 186 (4,7%), as demais 281 obras estão em processo de licitação”.
Mas, este é mais um objetivo traçado e que não poderá ser realizado neste prazo. O alto escalão da universidade já trabalha com a hipótese de que a reforma e ampliação do prédio adquirido se arraste pelos próximos anos. A área com quase três mil metros quadrados custou R$ 3 milhões, dinheiro que a Ufla recebeu por meio do “Programa Mais Médicos”, do governo federal.
Neste período, os estudantes de medicina deverão atuar na rede pública municipal de Saúde do município de Lavras, no Sul de Minas. O curso de medicina está envolvido em uma série de controvérsias. Criado pelo Ministério da Educação (MEC), coube ao reitor professor José Roberto Soares Scolforo, anunciá-lo em solenidade na manhã do dia 12 de julho de 2013.
A abertura do curso de Medicina faz parte do programa "Mais Médicos", do governo federal. O curso terá como forma de ingresso o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e ao todo serão ofertadas 60 vagas. Naquela ocasião foi anunciada a construção de laboratórios e novas salas de aula e que não haveria um hospital escola. A ideia era firmar um convênio entre o governo federal e hospitais de Lavras para que os professores e alunos atendam pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Existe a possibilidade do curso de medicina da Ufla não ser implantado ainda no primeiro semestre de 2015, em virtude do quesito tempo, fato já cogitado segundo fontes ligadas ao alto escalão da universidade.
Depois do anúncio
No dia 9 de dezembro do ano passado, a Diretoria Executiva realizou outra solenidade para anunciar a compra do antigo Hospital do Coração, que deve ser transformado em uma unidade do Hospital Escola. A previsão, na época, era de entregar o hospital pronto até o final de 2015.
A área com quase três mil metros quadrados custou R$ 3 milhões, dinheiro que a Ufla recebeu por meio do “Mais Médicos”. A frente do hospital será demolida para dar lugar ao novo projeto. Estima-se que serão gastos em torno de R$ 70 milhões para recuperar, ampliar e equipar a unidade. O hospital universitário deve contar com 120 leitos e terá capacidade para realizar cinco mil consultas por mês.
Liberação de recursos para o Hospital
No dia 7 de fevereiro deste ano, o deputado federal Domingos Sávio (PSDB) esteve na Universidade Federal de Lavras (Ufla). Durante o encontro com o reitor professor José Roberto Scolforo, no Salão dos Conselhos, o deputado fez a assinatura dos documentos que comprovam a inclusão de recursos da ordem de R$30,3 milhões para o Hospital Universitário da instituição.
Na ocasião, o reitor, professor José Roberto Soares Scolforo, informou que o Hospital Escola necessitará de um aporte ao todo de R$70 milhões com a perspectiva de entregá-lo funcionando até o final de 2015.
Fator político definiu adiamento
O principal motivo do adiamento foi por um fator político. Desde que foi anunciado para este próximo semestre, a questão do curto espaço de tempo para sua implantação já era tema de muitos comentários.
Segundo fontes ligadas ao alto escalão da universidade, por 2014 ser um ano eleitoral, o projeto acabou esbarrando nos trâmites burocráticos. O artigo 73, V, da Lei 9.504/97, que estabelece normas gerais para as eleições, não proíbe a realização de concursos públicos no ano eleitoral, mas restringe a nomeação, a contratação ou a admissão do servidor público no período de 90 dias que antecedem o pleito até a posse dos eleitos, ressalvada na hipótese de nomeação dos aprovados em concursos públicos homologados até o início daquele prazo.
Já os novos cursos de engenharia (Engenharia Civil, Engenharia Mecânica, Engenharia Química, Engenharia de Materiais) que terão início no próximo semestre, não foram adiados porque a Ufla já possui um Departamento de Engenharia consolidado, diferente da medicina em que tudo vai começar do zero. Para implantação de todos os cursos de engenharia e geologia, a universidade necessitará de um aporte de R$80 milhões em recursos.
Atualidade
Além da entrega do Hospital Escola ser um fator de preocupação dentro da universidade, mesmo já possuindo condições físicas e pedagógicas favoráveis, os novos cursos de engenharia também preocupam. A Central de Análises e Prospecção Química, obra orçada em R$2.356.472,72 estão em ritmo bem adiantado, com previsão de entrega para novembro deste ano. Já o Complexo de Engenharia, ainda está na parte de fundação e só deve ficar pronto em junho de 2015. Está obra está orçada em R$14.721.123,86
Gargalos
Somente no primeiro semestre de 2014, 1.200 novos estudantes ingressaram em vários cursos ofertados pela Universidade Federal de Lavras (Ufla). Com o aumento de cursos de graduação é grande a superlotação nos horários de pico principalmente na Biblioteca, Restaurante Universitário e no "Elefantinho", apelido do ônibus que faz o transporte circular interno dos estudantes. As maiores reclamações são referentes aos horários do início da manhã onde é grande o fluxo de estudantes.
A universidade já fez a aquisição de um ônibus articulado, modelo igual ao BRT, por meio de licitação e a expectativa era de que o serviço começasse a funcionar em março deste. Mas a empresa vencedora do certame possui muitos pedidos anteriores e que já estavam de fila de espera, atrasando a chegada do veículo que vai passar a fazer o transporte.
O ônibus que vai fazer serviço de transporte circular interno nos moldes do BRT (transporte rápido por ônibus) que será implantado no campus da Universidade Federal de Lavras, já apelidado de "Mamute" entre os universitários, possui dois vagões e tem capacidade de, em média, 120 passageiros, sendo a média de 60 passageiros sentados.
Abertura de cursos
Nessa terça-feira, 13, o Ministério da Educação autorizou a abertura de 420 vagas para oito novos cursos de medicina em universidades federais. Além disso, uma portaria do ministério publicada na edição desta quarta-feira, 14, do Diário Oficial da União (DOU) autoriza a abertura de 1.220 vagas em 14 novos cursos de universidades federais. Nove cursos são de engenharia, que somam 800 vagas. Eles serão abertos em unidades localizadas em cidades do interior dos estados de São Paulo, Pernambuco e da Paraíba.
No período colonial, existiam no Brasil apenas cursos superiores de Filosofia e Teologia oferecidos pelos Jesuítas, pois Portugal impedia o desenvolvimento do ensino superior nas suas colônias, temendo que os estudos pudessem contribuir com os movimentos de independência.
Especialistas dizem que são necessárias adequações no atual modelo universitário brasileiro que é fruto reforma universitária da década de sessenta. Membros do próprio Partido dos Trabalhadores (PT) que eram da base de oposição ao governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) chegaram a pedir que o MEC revesse a política de autorização de abertura de cursos superiores adotada pelo daquela época. Eles defendiam que o vigente modelo da época provocava um sucateamento das universidades federais para favorecer a privatização do ensino superior.
O ex-deputado-federal Gilmar Machado (PT-MG) - hoje prefeito de Uberlândia - que era um dos integrantes do núcleo de educação do partido, chegou a pedir ao Ministério da Educação que suspendesse a autorização para novos cursos e avisou na época que, se não fosse atendido, as permissões serão revogadas. "Este balcão de negócios não pode continuar".
Em seis anos de governo Lula (2003 a 2008), sucessor de Fernando Henrique, ocorreram 188.683 novas matrículas nas universidades federais. Entre 2007 e 2010, segundo mandato de Lula, foram exatas 478.857 novas matrículas registradas nas universidades federais.
Com o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), desde 2003, aumentou de 43 para 59 o número de universidades mantidas pelo governo federal. O MEC afirma que até meados do ano passado, “as universidades receberam R$ 8,4 bilhões para a expansão e reestruturação desde 2003. Do total de 3.930 obras, 2.493 já estão concluídas (63,4%) e 970 (24,7%) estão em execução. As obras paralisadas ou com contratos cancelados somam 186 (4,7%), as demais 281 obras estão em processo de licitação”.
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