Extrato com depósito de R$ 2,8 mil foi encontrado dentro da bolsa da mãe.
Ela disse à polícia que resolveu dar o bebê porque não tinha condições
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Imagem mostra criança sendo levada para adoção por advogada em Lavras |
A Polícia Civil investiga se um bebê recém-nascido foi vendido por R$ 2,8 mil em Lavras, no Sul de Minas. O depósito aparece em um extrato encontrado na bolsa da mãe, que teria entregado a criança a um casal do Rio de Janeiro (RJ) com a ajuda de uma médica ginecologitsta que acompanhou a gravidez dela. O caso foi descoberto pelo Conselho Tutelar após funcionários de um posto de saúde terem notado irregularidades nos documentos apresentados quando a criança foi levada para o teste do pezinho.
Márcia Regina Alves Damasceno, de 41 anos, deu à luz a uma menina do dia 5 de fevereiro, na Santa Casa de Lavras. Segundo Márcia, a filha é fruto de um relacionamento fora do casamento, e como ela ainda vive na casa do ex-marido, ele não aceitou a criança.
"Ele não aceitou, então foi o meu momento de desespero. Eu não tinha o apoio de ninguém para me buscar, para pegar a minha filha. Tudo o que queria era ela do meu lado, colocar ela no bercinho dela, mas não tinha condições", disse Márcia.
Segundo Márcia, ela teria contado à ginecologista que acompanhava o parto que queria dar a criança e a médica teria entrado em contato com o casal interessado na adoção. Durante a investigação da polícia, foi apurado que o casal é parente da médica. Após o nascimento, uma advogada contratada para fazer o processo de adoção teria levado a criança para os interessados.
Segundo o delegado Vítor Matsuoka, que investiga o caso, a advogada é de Luminárias, também no ul de Minas, e foi contratada para providenciar a adoção do bebê. Um termo de guarda foi feito pela advogada, mas ainda segundo o delegado, ele não possui nenhum valor legal.
"Esse documento juridicamente não tem validade. O documento dizia que a mãe biológica passava a guarda para esse casal. A mãe biológica assinou e reconheceu firma, só isso", disse o delegado.
O extrato bancário onde consta o depósito de R$ 2,8 mil, feito no dia 3 de fevereiro na conta da mãe da criança, foi encontrado dentro da bolsa dela. A polícia investiga agora se esse dinheiro é referente ao pagamento pela venda do bebê.
"Se ficar provado que ou o casal ou alguém a mando do casal fez esse depósito na conta da mãe biológica, já configura o artigo 238 do Estatuto da Criança e do Adolescente, com pena de reclusão de 1 a 4 anos", completa o delegado.
O casal que teria comprado a criança prestou depoimento nesta quinta-feira, 12. Já a médica e a advogada serão ouvidas próxima semana. Enquanto o caso é investigado, o bebê vai ficar sob a responsabilidade de um abrigo em Lavras. Tanto a advogada quanto o casal foram procurados para comentar o caso, mas não foram encontrados.
do G1 Sul de Minas
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