Com o objetivo de motivar crianças e adolescentes, docentes da rede estadual investem em didática diferente para tornar o aprendizado mais atraente
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Português e sensibilidade: estudantes escrevem cartas para idosos de uma casa de repouso |
Parece uma sala de aula comum, mas os alunos usam faixas amarelas nas cabeças e são tripulantes de um navio. O professor, por sua vez, usa um chapéu e tem os trejeitos e a voz de um capitão. Cada aula é uma aventura específica, e as tarefas dos alunos são missões. Esse é o cotidiano na sala de aula do quinto ano da Escola Estadual Licas de Lima, em Nepomuceno, no Sul de Minas.
Os 31 alunos da turma do navio amarelo - como foi batizada pelo professor regente Rodrigo César Reis - nem parecem os mesmos do início do ano.
“Eles tinham dificuldade de aprendizagem e eram muito desmotivados. Depois que criei o projeto, a frequência e a nota aumentaram, e principalmente a confiança e motivação dos alunos”, conta.
Rodrigo, que é formado em teatro, aproveita a desenvoltura para interpretar o personagem. E a turma entra no clima.
Na Escola Estadual Hilton Rocha, em Belo Horizonte, a professora de português Rosângela Pimenta queria melhorar a escrita dos alunos e incentivá-los a serem mais sensíveis ao outro. Daí surgiu o projeto Escrevendo Cartas.
Em um primeiro momento, as turmas do 1º, 2º e 3º ano do ensino médio trocaram cartas com os próprios funcionários da escola.
Na segunda parte do projeto, os estudantes escreveram cartas com mensagens positivas de amor, esperança e também natalinas e entregaram, pessoalmente, a 22 idosos de uma casa de repouso na cidade.
Sem bicho de sete cabeças
“Tudo que meus alunos precisavam fazer que envolvesse matemática eles desistiam”, conta a professora Rosângela Galatti Reis, da Escola Estadual Bueno Brandão, em Uberlândia, no Triângulo. Para mudar este quadro, ela resolveu montar um laboratório de informática em uma sala que estava vaga na escola.
No local, foram espalhados diversos jogos que ensinam o conteúdo de forma lúdica e contribuem para a formação de raciocínio lógico. As carteiras ficam dispostas em grupos de quatro, incentivando o trabalho coletivo, e além de dois quadros brancos – um deles quadriculado, ideal para o desenho de gráficos -, o aluno tem todo o material necessário à sua disposição na sala.
Projetos inovadores
A partir do ano que vem, a Secretaria de Estado de Educação vai destinar recursos para as escolas mineiras desenvolverem projetos pedagógicos inovadores e que promovam a educação integral, por meio do envolvimento de toda a comunidade escolar.
De acordo com o superintendente de Desenvolvimento da Educação Infantil e do Ensino Fundamental da secretaria, Adelson França Junior, a ideia surgiu a partir das conversas realizadas na Virada Educação Minas Gerais, movimento lançado este ano pela SEE.
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