Novas tendências para os festivais de inverno de Minas Gerais
O filósofo Sócrates já acreditava na força do diálogo há milhares de anos. Passados muitos séculos, esse pensamento continua atual.
Pois é a partir dele que organizadores e artistas estão decidindo o futuro dos festivais culturais promovidos pelas universidades.
Essa foi a tônica da abertura do Fórum de Cultura, realizado no Campus Santo Antônio no último dia 23, que teve a presença da pró-reitora de extensão da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Ida Berenice; da diretora geral do festival de inverno da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Leda Martins, e da equipe de organização do Inverno Cultural Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ).
De um lado, a tradição e prestígio dos mineiros com os festivais, quer seja o Inverno Cultural UFSJ ou os festivais de inverno da UFOP e UFMG.
De outro, o difícil momento econômico brasileiro e um modelo caro e esgotado de organizar eventos. Nas palavras de Leda Martins, existe um “excesso de festivais muito parecidos, nas mesmas datas e locais e com modelo próximo aos privados, seguindo a lógica comercial”.
Leda afirmou também que os festivais não podem ser dependentes do fomento das empresas privadas, que interferem na escolha das apresentações e são sazonais: em tempos de crise, como o atual, não há incentivo e a realização do festival fica prejudicado, como ocorreu com os festivais da UFOP e UFSJ.
Em Ouro Preto, o último festival foi reduzido, para se adequar ao orçamento. Segundo Ida Berenice, pró-reitora da universidade local, a arrecadação foi de apenas R$ 20 mil.
A proposta para o futuro é “dialogar até o fim” com os artistas e prefeituras locais em busca de parcerias, além da participação da comunidade acadêmica e utilização de equipamentos já disponíveis.
A Universidade Federal de Ouro Preto considera até repassar a organização para outras instituições. “A partir de reuniões em setembro, não sei qual será o destino disso. A posição da Reitoria é buscar o máximo de diálogo possível para achar um novo formato”, afirmou Ida.
Por fim, Leda reafirmou a importância das artes no contexto acadêmico. “São essenciais para a formação do aluno em qualquer lugar e qualquer área. A cultura faz parte do acadêmico”.
E é por meio do diálogo com as comunidades locais, buscando novos formatos e superando desafios, que os organizadores dos festivais encontram formas para manter viva a tradição dos festivais culturais de inverno em Minas Gerais.
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