Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão se reúne hoje para decidir se suspende as aulas na Universidade Federal de Lavras. Sessão será presidida pelo reitor
Conselheiros irão se reunir hoje no prédio da Reitoria |
Completando hoje, sexta-feira, 18, uma semana de greve dos professores, as atenções do dia estão voltadas para o prédio da Reitoria da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Com sessão estrategicamente convocada para a sexta-feira de uma semana que se iniciou em meio a um feriadão, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) se reúne hoje, às 17h30.
A sessão do CEPE, que será presidida pelo reitor José Roberto Soares Scolforo tem pauta única: decidir se suspende ou não o calendário acadêmico da instituição.
Antes, às 15h, no Palquinho do Centro de Convivência (antiga Cantina Central), será realizado um evento pela comunidade acadêmica com o objetivo de esclarecer dúvidas sobre o movimento grevista. Logo após, o público pretende se dirigir para a Reitoria com o objetivo de acompanhar a votação do Conselho de Ensino.
O CEPE é composto por 28 membros, sendo o reitor, que também é o presidente do conselho, a vice-reitora, os 7 pró-reitores, além de 7 coordenadores de cursos de graduação, 4 coordenadores de programas de pós-graduação, 2 estudantes de graduação, 2 estudantes de pós-graduação, 2 servidores técnico-administrativos e 2 representantes da sociedade lavrense. O conselho conta com uma secretária, que é responsável pela redação das atas.
As estratégias nos bastidores
Nos últimos dias, o reitor José Roberto Scolforo se reuniu com chefes de departamentos para dar orientações sobre a decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito do corte de ponto de servidores grevistas. A movimentação direta e intensa do reitor, iniciada antes mesmo da votação dos docentes pela adesão a greve, foi mal vista por setores da instituição.
Fontes do alto escalão da universidade relataram ao Blog O Corvo-Veloz, que por parte da direção, a ideia inicial seria lutar pela manutenção do calendário acadêmico, mas devido as fortes movimentações dos setores grevistas e temendo maiores embates, a estratégia agora seria propor somente o congelamento do calendário acadêmico da graduação.
Mas embutido na defesa da suspensão das aulas, viria a proposta de que esse congelamento seria apenas para as aulas presenciais, sendo permitido aos professores continuarem avaliando os estudantes no ambiente virtual.
Além disso, seriam mantidos normalmente o calendário da pós-graduação. Está nova estratégia, também envolveria a manutenção do calendário administrativo da universidade já estipulado.
As estratégias nos bastidores
Nos últimos dias, o reitor José Roberto Scolforo se reuniu com chefes de departamentos para dar orientações sobre a decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito do corte de ponto de servidores grevistas. A movimentação direta e intensa do reitor, iniciada antes mesmo da votação dos docentes pela adesão a greve, foi mal vista por setores da instituição.
Fontes do alto escalão da universidade relataram ao Blog O Corvo-Veloz, que por parte da direção, a ideia inicial seria lutar pela manutenção do calendário acadêmico, mas devido as fortes movimentações dos setores grevistas e temendo maiores embates, a estratégia agora seria propor somente o congelamento do calendário acadêmico da graduação.
Mas embutido na defesa da suspensão das aulas, viria a proposta de que esse congelamento seria apenas para as aulas presenciais, sendo permitido aos professores continuarem avaliando os estudantes no ambiente virtual.
Além disso, seriam mantidos normalmente o calendário da pós-graduação. Está nova estratégia, também envolveria a manutenção do calendário administrativo da universidade já estipulado.
Movimento grevista
Na Universidade Federal de Lavras os quatro segmentos (estudantes, professores, servidores técnico-administrativo e pós-graduandos) aderiram a greve contra a PEC 55 (PEC 241), proposta pelo governo de Michel Temer (PMDB) e que congela os gastos públicos por 20 anos.
Diferente dos movimentos grevistas de anos anteriores, o deste ano foi cercado por passagens históricas e movimentações intensas da direção da universidade nos bastidores.
Os servidores técnico-administrativos em educação (TAE's) da Universidade Federal de Lavras oficializaram junto à Reitoria, no dia 21 de outubro, o início o movimento grevista da categoria. No dia 8 de novembro, foi a vez dos estudantes. Em assembleia, realizada no Restaurante Universitário (RU), uma marca histórica de 3 mil estudantes aprovaram a adesão ao movimento grevista.
Encerrada a assembleia estudantil, eles seguiram para o Centro de Convivência onde seria realizada a votação por parte dos professores da universidade.
Como não se via há muito tempo na universidade, uma multidão de estudantes tomou conta do local. Inicialmente a pauta dos docentes trazia apenas aprovação ou não do estado de greve, que é uma situação que é aprovada pelos trabalhadores, alertando aos governantes que a qualquer momento poderão deflagrar uma greve.
Iniciada as discussões na assembleia dos professores, grande parte dos estudantes manifestavam apoio aos docentes para que deflagrassem a greve contra a PEC 55 e a contra medidas do governo de Michel Temer (PMDB) que possam prejudicar a educação pública no País.
Em torno de 4 mil estudantes lotaram o Centro de Convivência para acompanhar a assembleia. Diante do apoio e ampla manifestavam, os docentes acabaram aprovando por 132 votos a favor, 53 contrários e 2 abstenções a deflagração da greve da categoria.
Já no último dia 9, foi a vez da Associação dos Pós-Graduandos (APG) da Universidade Federal de Lavras convocar sua assembleia. Por 97 votos a favor e 40 contrários foi aprovada a adesão da categoria a greve. Ambos quatro movimentos grevistas são por tempo determinado na instituição. Eles terão fim após a tramitação da PEC 55 no Senado.
Mural "fura greve"
Outra situação que tem rendido discussão na instituição é a não adesão de diversos professores a greve. Eles estão ministrando aulas normalmente, indo contra a deliberação do movimento grevista e estão sendo chamados de "fura greve".
Em mural instalado no Centro Convivência estudantes podem registrar os professores que estão "furando a greve" |
E para registrar a situação, estudantes da universidade montaram um mural no Centro de Convivência. Intitulado de "Mural Fura Greve", no local os estudantes podem inscrever o nome dos docentes que estão dando aula normalmente. O quadro é dividido por departamentos.
Um comentário:
Um fato interessante, relacionado ao "Mural do Fura-Greve", é que há professores não-concordantes com a greve, que pedem aos alunos para colocar o nome deles lá - como forma de mostrar, publicamente, o posicionamento contra a paralisação das aulas (mesmo que sejam contra a PEC 241 e suas implicações negativas.)
Mas o que tenho notado é que muitos professores que são contra a greve (alegando que o calendário acadêmico nem foi reposto por causa da greve do ano passado, e por isso não convém paralisar as aulas agora) são omissos nas votações. OU SEJA: na hora de ir à assembleia votar e mostrar seu posicionamento, eles não vão. Tive professores antigrevistas que, justamente no horário da assembleia que votaria a deflagração ou não, estavam dando aula. E depois reclamam que "uma minoria decide por eles" ao serem favoráveis à greve!!!
Com isso, quem é favorável comparece a votação, e quem é contra nem vai... e com isso os votos favoráveis ganham. MORAL DA HISTÓRIA: Só desabafar com alunos, falando que são contra a greve, NÃO ADIANTA. Tem que usar da maneira OFICIAL para expressar isso, que é ir lá na assembleia e VOTAR contra, mudando assim o placar da votação. Sem mais...
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