Pular para o conteúdo principal

JUSTIÇA SUSPENDE DECISÃO DA CÂMARA DE LAVRAS QUE REJEITOU CONTAS DO EX-PREFEITO


A Justiça suspendeu decisão da Câmara Municipal de Lavras a respeito do julgamento da contas do ex-prefeito Carlos Alberto Pereira e o Ministério Público de Contas (MPC) determinou a intimação do presidente do Legislativo, Ubirajara Cassiano Rocha (Bira Rocha), para explicar os fatos, sob pena de responsabilidade pessoal.

No presente ano de 2022, a Câmara Municipal de Lavras recebeu o parecer prévio do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG) para julgamento e, sem sequer notificar o ex-prefeito Carlos Alberto Pereira, rejeitou as sua contas.

De acordo com a defesa do ex-prefeito, a Constituição Federal determina que os acusados em processos judiciais e administrativos tenham direito ao contraditório e à ampla defesa, o que não foi observado pela Câmara.

Entenda o caso
No ano de 2002 a cidade de Lavras sofreu com fortes chuvas e a zona norte da cidade foi a região que teve os maiores danos, com alagamentos em diversos pontos, casas destelhadas e centenas de famílias desabrigadas.

A atuação do Poder Público foi fundamental no processo de recuperação da cidade. O prefeito à época, Carlos Alberto Pereira, entre tantos outros esforços e com um orçamento bastante limitado precisou abrir alguns créditos extraordinários, o que foi ratificado pela Câmara Municipal.

O Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, em parecer prévio, reconheceu a correta aplicação dos recursos mas questionou a abertura dos créditos extraordinários no orçamento, o que só foi necessário pela tragédia das chuvas do fim do ano de 2002.

A votação
Após 20 anos, o caso teve um desfecho final. A Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal emitiu parecer acompanhando a decisão da Corte de Contas mineira e opinando pela rejeição das contas. Dos 17 vereadores da Câmara Municipal de Lavras, 10 votaram favorável ao parecer da Comissão e acompanharam o TCEMG, sacramentando a rejeição das contas do ex-prefeito. 2 vereadores se abstiveram de votar e 5 votaram contra o parecer da Comissão do Legislativo e do Tribunal de Contas, sendo favoráveis então a aprovação da Prestação de Contas.

Para que as contas do ex-prefeito fossem aprovadas eram necessários 12 votos. Sendo assim, a Câmara Municipal de Lavras seguiu o TCEMG e rejeitou as contas de 2002, ficando ainda, conforme a lei, o ex-prefeito com os direitos políticos suspensos por 5 anos em virtude da decisão.

Judicialização
Tão logo tomou conhecimento do julgamento, o Ministério Publico de Contas junto do TCEMG alertou para a ilegalidade praticada pela Câmara Municipal de Lavras e determinou a notificação do presidente, para esclarecimentos.

O ex-prefeito Carlos Alberto impetrou um mandado de segurança e, nessa quarta-feira, dia 10 de agosto, o Poder Judiciário concedeu liminar para suspender os efeitos do julgamento, em decisão que ressaltou as diversas ilegalidades praticadas por alguns vereadores lavrenses.

O advogado do ex-prefeito, Paulo Luciano de Oliveira Carlos, afirmou que seu cliente recebeu a notícia da decisão com muita tranquilidade e sentimento de Justiça. O advogado afirmou ainda que, infelizmente, "o episódio retrata um amadorismo sem precedentes na história do Poder Legislativo Municipal".

O ex-prefeito informou ainda que sempre confiou na Justiça e que todos os seus atos como prefeito se pautaram pela legalidade.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

DECOLONIZAR A FILOSOFIA

Sinopse: "Política de Descontinuidade: Ética e Subversão" é uma obra provocativa que mergulha nas complexidades éticas e políticas da sociedade contemporânea. Escrito com clareza e profundidade, o livro lança luz sobre as dinâmicas de poder que moldam nossas interações diárias, especialmente no que diz respeito ao reconhecimento e à marginalização dos corpos designados como dissidentes. Com o Prefácio de Adilson Moreira, a obra Políticas de descontinuidade: ética e subversão tem como propósito compreender a dinâmica das estruturas discriminatórias e seu apreço péla retroalimentação do poder. Deste modo, propor, por meio de uma ética da diferença, da solidariedade e antidiscriminatória, a corrosão desses sistemas de precarização e aniquilamento. O autor, Thiago Teixeira, explora como conceitos como racismo e ciseterobrutalidade reforçam uma hierarquia injusta entre os indivíduos, perpetuando fronteiras entre vida e morte e reforçando normas sociais que marginalizam e oprimem. ...

BELEZAS DO CAMPUS

Se você já caminhou pelo campus da UFLA e olhou para o alto, provavelmente se deparou com esse incrível símbolo da biodiversidade brasileira: o tucano. Com seu longo bico alaranjado e plumagem preta, ele chama atenção por sua beleza e importância ecológica. No entanto, não se engane: apesar de ser encantador, o tucano é considerado um animal silvestre e predador. Os tucanos costumam viver em pares ou em bandos de até duas dezenas, deslocando-se em fila indiana durante o voo. Eles são considerados onívoros e sua alimentação é variada. Apesar de uma dieta majoritariamente composta por frutas e insetos, eles também se alimentam de ovos, filhotes de outras aves e pequenos vertebrados, revelando uma notável adaptabilidade alimentar. É fundamental destacarmos o importante papel que essas aves desempenham na natureza. Ao espalharem sementes durante seus voos, elas promovem a regeneração das florestas. Isso reforça a importância de sua preservação e a necessidade de combater a comercialização ...

BOLSONARO CONDENADO

Nesta quinta-feira (11), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu, por maioria, condenar os oito réus do Núcleo 1 da ação penal 2668, a trama golpista. A AP 2668 tem como réus os oito integrantes do Núcleo 1 da tentativa de golpe, ou “Núcleo Crucial”, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR): o deputado federal Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF; o general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro (réu-colaborador); o ex-presidente da República Jair Bolsonaro; o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e o general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa. A acusação envolveu os crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de E...