No último dia 15 de dezembro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios brasileiros referente ao ano de 2021. Cabe destacar que os dados municipais são divulgados com dois anos de defasagem.
O Departamento de Pesquisa do Grupo Unis e o Grupo de Estudos Econômicos do Sul de Minas Gerais (GEESUL), com o apoio do Mestrado em Gestão e Desenvolvimento Regional, analisam pelo quarto ano consecutivo os resultados referentes à região do Sul de Minas.
Tomando por base os 155 municípios que compõem nossa região, o resultado total do PIB a preços correntes em 2021 foi de R$ 111,03 bilhões. Para deflacionar a série e poder realizar um comparativo de 2021 com 2020, foi aplicado o deflator implícito do PIB totalizando o valor real da produção sul mineira de R$ 99,7 bilhões, representando um crescimento econômico de 12,63% em 2021 comparado com o ano anterior. Mais uma vez o crescimento do Sul de Minas foi maior que o nacional, tendo em vista que o Brasil cresceu 4,6% no mesmo ano.
Comparando os resultados de 2021 com 2020 é importante destacar as seguintes observações:
Extrema continua como maior PIB da região e com leve diminuição na diferença para a segunda colocada;
Pouso Alegre se consolida na segunda posição e aumentou a diferença para a terceira colocada que é Poços de Caldas;
Varginha se manteve na quarta colocação e diminuiu a distância para Poços de Caldas;
da quinta à nona posição houveram mudanças.
Alfenas ultrapassa Itajubá e se torna quinto maior PIB da região. Passos e Três Corações ultrapassam Lavras, assumindo, respectivamente, a 7ª e 8ª posição;
Guaxupé se manteve na décima colocação do ranking.
A participação no PIB regional das dez maiores economias sul mineiras teve aumento muito tênue chegando a 53,59%. Observa-se assim a concentração de mais da metade da produção do Sul de Minas em apenas 10 municípios.
Outro indicador econômico importante é o PIB per capita que representa o total da produção medido pelo PIB e dividido pela população estimada do município. Demonstra o quanto da produção em média caberia a cada habitante do município. As cinco primeiras colocadas são as mesmas cidades em comparação com 2020, apenas alterando a posição de Itapeva e São Sebastião da Bela Vista. Extrema se consolida como maior PIB per capita e aumentando ainda mais a diferença para São José da Barra. Ijaci e Pouso Alegre ultrapassam Cambuí; enquanto Varginha e Guaxupé retornam ao top 10 em substituição a Pouso Alto e Ibiraci. Importante observar que entre os 10 maiores PIB’s per capita da região, metade se encontra no eixo geográfico de São Sebastião da Bela Vista a Extrema, indicando forte crescimento dos municípios dessa localidade.
No crescimento econômico, o município de Estiva foi o grande destaque dobrando o seu PIB real de 2020 para 2021, cabendo a realização de um estudo mais pormenorizado a fim de analisar os motivos dessa forte expansão. Comparando os rankings de crescimento econômico de 2020 e 2021, apenas dois municípios se repetem no top 10: Cordislândia e Fortaleza de Minas. E mais uma vez, nenhuma das 10 maiores economias da região esteve entre as cidades de maior crescimento anual.
Apesar de ter sido um período ainda sob a influência da pandemia, o ano de 2021 representou amplo processo de recuperação econômica após os impactos oriundos de 2020. Novamente a economia do Sul de Minas cresceu acima do nível nacional e com resultados muito interessantes, visto que em 2021 apenas nove municípios apresentaram queda no PIB, enquanto que em 2020 foram vinte e dois nesta situação e em 2019 tivemos 44 cidades com diminuição na produção real. Tal comportamento mostra a capacidade econômica da região.
Importante destacar que o objetivo desta nota técnica é apresentar de forma geral o resultado do PIB dos municípios do Sul de Minas. Estudos mais específicos e ajustados devem ser realizados para identificar os motivos dos comportamentos observados, bem como analisar questões para além da economia.
Os municípios podem demandar do GEESUL e do Departamento de Pesquisa do Unis análises mais pormenorizadas sobre suas realidades, principalmente no que tange à vocação econômica destes territórios e a dinâmica do PIB desde o ano de 2003 com os dados ajustados.
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