
Apesar do discurso oficial de unidade apregoado pelos pré-candidatos do PSDB à Presidência da República – os governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG) –, o partido vive internamente um clima hostil entre os defensores das duas candidaturas. Além do impasse quanto à realização de prévias para escolha do tucano que vai concorrer ao Palácio do Planalto, em 2010, a formação de alianças para o ano que vem está causando estragos na relação entre os integrantes da legenda. A cizânia foi intensificada na última semana quando o presidente nacional do PDT e ministro do Trabalho, Carlos Lupi, sinalizou apoio do seu partido ao pré-candidato Aécio, um aval que não se estenderá à eventual chapa encabeçada por Serra. A declaração de Lupi é a segunda manifestação explícita de apoio da base do governo Lula ao nome do mineiro. Em março último, o ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB), já havia indicado uma torcida especial por Aécio.Segundo o presidente do PSDB-MG, deputado federal Paulo Abi-Ackel, Aécio é o único nome da legenda capaz de construir uma aliança nacional após oito anos de governo Lula. "Esses são apoios que só Aécio tem. Só ele é capaz de trazer partes significativas de siglas como PMDB, PP e PDT. Essa característica o torna um legítimo representante da aliança nacional", afirma Abi-Ackel.
A aposta em Aécio é tão grande, segundo o parlamentar, que o diretório de Minas sequer iniciou as articulações para o candidato tucano ao governo estadual. "Os preparativos para as eleições em Minas ainda não começaram. Estamos concentrados no Projeto Aécio Presidente. Esse é um sentimento que vem crescendo a cada dia. É grande a quantidade de políticos de todo o Brasil que tem vindo a Belo Horizonte incentivar essa candidatura, a mais competitiva do PSDB". O deputado federal Narcio Rodrigues (PSDB-MG) diz que Aécio levará a disputa com Serra até o fim. "Não há como ser diferente. 72% dos mineiros já declararam que votarão nele numa eventual disputa contra a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que teria 12%", disse. "Com Aécio, tudo fica mais fácil. Poderemos trazer setores do PR, PP, PTB e até boa parte do PMDB. Até o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) disse que poderá ficar a nosso favor", ressaltou".
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