
Diz-se em área segura do Governo de Minas, que, em 2010, o Estado tentará, pela segunda vez, dar uma turbinada na produção da multinacional alemã. É um assunto que o Palácio da Liberdade sabe ser difícil de administrar, enquanto a matriz da Mercedes-Benz mantiver aquela instalação apenas como plataforma de exportação. Neste ano, a Mercedes-Benz completou (sem comemorar) dez anos de sua inauguração em Juiz de Fora. Pouco se divulgou, mas por um longo período, ações ordinárias da Cia. Energética de Minas Gerais (Cemig) serviram como garantias de cumprimento de incentivos fiscais (isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, o ICMS) oferecidas pelo Governo de Minas (Eduardo Azeredo). Os investimentos no projeto foram de US$ 820 milhões (1999). Antes de iniciar a produção (17/02/1999), a base mineira da multinacional alemã foi usada para importação de automóveis e teria gerado R$ 100 milhões, até março de 1999, em ICMS. A empresa ganhou do Estado área de 2,8 milhões m2 para a construção das instalações.
No projeto aprovado junto ao Governo de Eduardo Azeredo, a Mercedes-Benz, inaugurada já no Governo Itamar Franco, tinha números fabulosos: empregava diretamente1.500 pessoas (900 da cidade), dos quais 200 (13%), treinados na Alemanha; fornecedores locais geravam mais 620 ocupações; no total de empregos indiretos, mais 5 mil pessoas; montagem estava programada para 40 mil veículos (Classe A), em 1999, e, 70 mil, em 2000; 15% (6 mil) unidades seriam exportadas (Classe C).
Aquela fábrica da Mercedes-Benz, principalmente na fase DaimlerChrysler (fusão das marcas para algumas instalações), foi um mico em Minas e também Paraná, onde montava jipe Dodge. Quando Aécio Neves foi eleito, em 2002, correu à matriz alemã e recebeu garantias (antes da posse) que a fábrica de Juiz de Fora voltaria a ser um "orgulho" para os mineiros. A marca alemã destinou para lá o Mercedes CLC, para exportação. Depois, em junho deste ano, veio a notícia de nova paralisação da fábrica, logo após começar a vender o modelo também no mercado doméstico. Em outubro, a diretoria no país negou o fechamento da fábrica e manteve a produção do CLC, que encerra o ano na média de 1.300 por mês.
Nairo Alméri, Hoje Em Dia
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