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Caso aconteceu em Lavras, no interior de Minas Gerais. Segundo a polícia, ele é usuário de drogas |
O caso de um adolescente de apenas 15 anos que já foi detido 16 vezes - três vezes apenas neste ano - acendeu o sinal amarelo sobre a situação dos adolescentes de Lavras, cidade a 219 quilômetros de Belo Horizonte. O jovem é usuário e traficante de drogas. Apesar da gravidade da situação, a polícia recebeu seu caso com indiferença. “É um caso recorrente na cidade. Temos muitos adolescentes reincidentes envolvidos em crimes. Já me deparei com outros casos e, realmente, este número grande de reincidência é mais raro, mas acontece”, contou o capitão José Deon da Silva, há 24 anos na Polícia Militar de Minas Gerais.
Na última vez em que foi detido, no dia 30 de março, o jovem xingou militares e os agrediu com socos e pontapés, segundo a polícia. No dia 17 de fevereiro, ele foi pego com 23 pedras de crack e R$ 82. Além de vender drogas, o adolescente já esteve envolvido em assaltos. Sobre o adolescente detido 16 vezes, o capitão diz que é comum o jovem resistir à prisão e insultar militares. “Ele diz que os policiais atrapalham a 'boca de fumo' dele, mas ele não tem boca, é 'avião' e usuário”, afirmou. O militar também contou que o o adolescente possui uma tatuagem de palhaço no braço direito. Na cidade, comenta-se que a tatuagem representaria criminosos dispostos a matar policiais, mas o menor não possui passagem na polícia por homicídio.
O policial conta ainda que o adolescente, envolvido com uso e venda de crack, pratica crimes próximo à própria casa em uma tradicional rua da cidade, chamada 14 de Agosto. “Esta rua é bem extensa e há uma desigualdade social grande. Há um condomínio de luxo e os menores usam e vendem drogas atrás do imóvel", conta ele. O iG entrou em contato com o Conselho Tutelar da cidade para apurar por que o garoto ainda não passou por alguma medida socioeducativa. Responsável por programa de recuperação de menores em Lavras, Flávia Andrade Siqueira disse que não há local em Lavras para abrigar menores que precisam ser privados temporariamente de liberdade. “O caso dele seria de internação, mas, infelizmente, na região não temos um local específico para isso. O regime de internação é responsabilidade do Estado. Infelizmente, quando os jovens são internados a primeira pergunta a ser feita é quantos homicídios ele cometeu”, lamenta.
por Denise Motta, iG Minas Gerais
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