A cidade certa, no lugar certo, no momento certo. As assertivas nunca valeram tanto para Pouso Alegre. A meio caminho dos três maiores centros econômicos do país - Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, a cidade virou o centro das atenções de investidores de todos os cantos do planeta. No contexto de um Brasil que virou destino dos principais investimentos voltados para os mercados emergentes em todo o mundo, Pouso Alegre, no Sul de Minas, soube se posicionar do tabuleiro. Atraiu investimentos bilionários, diversificou sua economia e caminha para reforçar aquela que sempre foi apontada como uma de suas fortes características, a logística. Sede de um plano de otimização logística da Unilever, que constrói na cidade seu maior Centro de Distribuição de produtos da América Latina, o município está próximo de se tornar o endereço do primeiro aeroporto internacuonal de cargas do País inteiramente privado.
Somados, os dois projetos chegam à cifra de R$ 570 milhões. Mas suas implicações vão muito além dos cifrões. Em um país que tenta desatar o maior nó logístico de sua história, Pouso Alegre desponta como uma promissora exceção. Às margens do trecho mais privilegiado da Rodovia Fernão Dias, considerando aí os quesitos localização e infraestrutura, a cidade que já sedia grandes transportadoras será um dos centros de operação da maior empresa de logística do mundo, a DHL.
Centros logísticos
Caso consiga aprovação da Agência Nacional de Aviação Civil, o que deve ocorrer em até dois meses, o aeroporto internacional de cargas deve funcionar em um are de 4 milhões de metros quadrados no bairro rural Curralinho, na zona rural de Pouso Alegre. Pelo projeto, o aeroporto será exclusivo para o transporte de cargas. A pista de pouso terá três quilômetros e 45 metros de largura, que tem capacidade para receber um Boeing 747.
O projeto também prevê pista para manobras, galpão logístico, pátio de estacionamento para descarga de aeronaves e caminhões, e uma área de manutenção mecânica. O investimento é estimado em R$ 400 milhões. As obras teriam início em 2014 com prazo de conclusão para 2017. Sua construção abre a possibilidade também para a criação de um condomínio logístico na cidade, onde as cargas transportadas possam ser despachadas para seu destino final.
Já o Centro de Distribuição da Unilever será operado pela Deutsche Post DHL. Ele está em construção em uma área de 500 mil metros quadrados, em um terreno de frente para a rodovia Fernão Dias, próximo ao bairro Algodão. Apenas na fase de construção do imóvel serão investidos R$ 170 milhões. Na primeira fase do projeto, a de construção do imóvel, foram gerados cerca de 800 empregos. Já na segunda fase, quando o CD entrar em operação, até o final do ano, outros 700 postos devem ser criados, totalizando 1,5 mil empregos.
Como explica o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pouso Alegre, Raphael Prado, pelos corredores da Fernão Dias é escoado 20% de tudo o que é produzido na região sudeste. "Era natural que o município se tornasse um verdadeiro polo logístico, mas isso só começa a ocorrer de fato agora", considera. Para o secretário, dois fatores contribuiram para isso. A posição de destaque do país entre os mercados emergentes e a consequente atração de investimentos internacuonais para o setor produtivo; e o posicionamento político, econômico e administrativo de Pouso Alegre, que soube aproveitar como poucos municípios a onda de investimentos estrangeiros.Os números reforçam a análise do secretario. De janeiro de 2009 a julho de 2013, os investimentos anunciados para o setor industrial na cidade, já executados ou em execução, somam R$ 1,2 bilhão. Outros R$ 1,3 bilhão começam a ser executados no próximo ano. Os investimentos vêm de diversos segmentos da indústria. Desde máquinas pesadas (XCMG), passando por diversos aportes no setor farmacêutico, alimentício, de embalagens e serviços.
A diversificação econômica da cidade chamou a atenção da secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Dorothea Werneck. De passagem pela cidade em abril deste ano, ela declarou que o município é um exemplo no qual o estado pode se mirar. Um dos desafios da secretária no desenvolvimento da política econômica do estado é justamente diversificar a economia, muito dependente de commodities como o minério de ferro e o café. À época, Dorothea usou um conceito de administração, que define as melhores práticas na indústria que conduzem ao desempenho superior. “Pouso Alegre é hoje o Benchmark que todos querem alcançar”.
Cinco maiores
Os cinco maiores investimentos em Pouso Alegre nos últimos três anos demonstram como a cidade está bem posicionada no rol das cidades médias que disputam investimentos estrangeiros. Totalizando R$ 1,5 bilhão em investimentos, três deles são de companhias multinacionais, as inglesas Unilever (R$ 170 milhões) e Rexam (R$ 157 milhões) e a chinesa Xuzhou Construction Machinery Group, a XCMG (R$ 1 bilhão). Juntas, as empresas estão gerando mais de 3,5 mil empregos na cidade.
Economia agregada cria polos segmentados
Uma das estratégias adotadas pelo município para dinamizar sua economia baseia-se na atração de empresas de segmentos afins. A cidade pode ser considerada referência em segmentos como o farmacêutico, o de embalagens e alimentício. “A estratégia e agregar valor a um ciclo produtivo e fazer dele referência no segmento. Quanto mais expertise desenvolvermos em setores específicos da indústria maior será a capacidade de nossa indústria inovar e ser a melhor no seu segmento, com condições para vencer seus concorrentes”, avalia o prefeito Agnaldo Perugini.
Farmacêutico
Sede de um dos maiores pólos farmacêuticos do país, Pouso Alegre segue fortalecendo sua economia graças ao setor. Até o final de 2014 o município será destino de pelo menos R$ 148 milhões de gigantes do ramo. Recentemente, anunciaram novos investimentos em seus parques produtivos a União Química (R$ 20 milhões), a Cimed (R$ 60 milhões) e a indiana ACG (R$ 68 milhões), esta em fase de instalação. Juntas vão gerar perto de 700 empregos ao final da execução de seus planos de negócio. O polo farmacêutico de Pouso Alegre ainda tem outros nomes de peso como a Biolab e a Sanobiol, ambas bem posicionadas no mercado.
Embalagens
Pouso Alegre é nada menos que a cidade onde se produziu a primeira latinha de alumínio do país, com o peso simbólico da revolução que a embalagem provocou no mercado. Mas a empresa Latasa acabou fechando as portas em meados da década de 1990. Regressou em 2010, já incorporada pelo grupo inglês Rexam Beverage. A empresa investiu R$ 157 milhões para reabrir a antiga Latasa e retomar a produção. Na trilha da gigante inglesa, as empresas Sincoplastic e Amaral Embalagens ampliaram suas instalações em Pouso Alegre.
Cinturão chinês
A chegada da empresa XCMG pode ser considerada o divisor de águas para a economia do município. Líder do setor em seu país e a sétima do mundo, a XCMG exporta suas máquinas para nada menos que 134 países. Em 2011, faturou perto de US$ 30 bilhões e espera triplicar esse rendimento até 2015, quando projeta ser a terceira maior empresa do segmento mundial e estar entre as 500 maiores do globo. Para tanto, num movimento calculado, está finalizando no Brasil sua primeira base fabril fora da China.
Os números da revista International Construction (IC) colocam em perspectiva o movimento geográfico do dragão chinês. Em 2012, o mercado mundial de construção movimentou algo em torno de US$ 8 trilhões. Desse total, a América Latina abocanhou um naco de US$ 475 bilhões, uma modesta fatia de 6%. Ásia, Europa e América do Norte são ainda os grandes mercados do segmento. Mas é no potencial de crescimento dos países latinos que a XCMG enxerga o caminho.
A IHS Global Insight, renomada empresa de previsão econômica, projeta uma evolução que pode por o mapa da construção de cabeça para baixo. Com o compromisso de por fim aos gargalos de infraestrutura, novos projetos na América Latina farão com que o segmento cresça, nos próximos quatro anos, a taxas chinesas de 8,8%, enquanto a média mundial ficará em não mais que 4,3%. No Brasil, o avanço deve ser ainda maior, chegando ao vertiginoso percentual de 14%
Cooperação
“Chegamos para somar. Dar nossa contribuição à grande necessidade da região de melhorar sua infraestrutura”, explica o presidente da XCMG no Brasil, Xia Dechang. O executivo assinala que a empresa chega para oferecer toda a sua expertise, com forte atuação na produção, venda e locação de máquinas e um trabalho personalizado no pós-venda. Indo além, o objetivo do grupo é desenvolver uma base de tecnologia e pesquisa apropriada às peculiaridades do mercado latino.
Avaliando um horizonte promissor à frente, a XCMG segue apostando mais fichas no projeto. O planejamento inicial para a fábrica de Pouso Alegre previa um investimento de US$ 160 milhões, número multiplicado por três no final de 2012. Com um aporte de mais US$ 340 milhões, a empreitada aproxima-se da cifra de R$ 1 bilhão, um dos maiores investimentos únicos da China no Brasil.
Dos novos investimentos, cerca de US$ 40 milhões serão empregados ainda na fase de construção e instalação da empresa, que começa a produzir em julho deste ano. A partir de 2014, mais US$ 300 milhões serão investidos para ampliar a produção de 5 mil para 10 mil unidades até 2015. A meta é passar dos atuais US$ 160 milhões em faturamento no Brasil, registrados em 2012, para cerca de US$ 1,4 bilhão em 2015.
Cidade está entre as campeãs em geração de empregos
Tanto dinamismo na indústria faz da cidade umas das campeãs nacionais de geração de empregos. De janeiro a julho de 2013 foram criados 2.068 novos postos de trabalho no município. Quase 40% desse total teve origem na indústria. No mês de julho, a cidade foi a terceira do estado que mais gerou empregos, ficou atrás apenas de Contagem e Montes Claros, cidades até seis vezes mais populosas.
Esse retrato animador do mercado de trabalho foi precisado em março deste ano pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Ação Regional do município. A pasta cruzou dados dos últimos cinco anos do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), órgão ligado ao Ministério do Trabalho, com o Censo 2010 do IBGE e concluiu: Pouso Alegre gerou mais que o dobro de empregos que a média nacional e estadual no período.
Foram 10.783 postos de trabalho gerados, entre janeiro de 2008 e dezembro de 2012, para uma população de 130.615 habitantes, segundo dados do Censo de 2010. A média de um emprego para cada 12,1 habitantes é mais que o dobro do registrado pelo país (1/27,1) e em Minas (1/25,7).
Embalagens
Pouso Alegre é nada menos que a cidade onde se produziu a primeira latinha de alumínio do país, com o peso simbólico da revolução que a embalagem provocou no mercado. Mas a empresa Latasa acabou fechando as portas em meados da década de 1990. Regressou em 2010, já incorporada pelo grupo inglês Rexam Beverage. A empresa investiu R$ 157 milhões para reabrir a antiga Latasa e retomar a produção. Na trilha da gigante inglesa, as empresas Sincoplastic e Amaral Embalagens ampliaram suas instalações em Pouso Alegre.
Cinturão chinês
A chegada da empresa XCMG pode ser considerada o divisor de águas para a economia do município. Líder do setor em seu país e a sétima do mundo, a XCMG exporta suas máquinas para nada menos que 134 países. Em 2011, faturou perto de US$ 30 bilhões e espera triplicar esse rendimento até 2015, quando projeta ser a terceira maior empresa do segmento mundial e estar entre as 500 maiores do globo. Para tanto, num movimento calculado, está finalizando no Brasil sua primeira base fabril fora da China.
Os números da revista International Construction (IC) colocam em perspectiva o movimento geográfico do dragão chinês. Em 2012, o mercado mundial de construção movimentou algo em torno de US$ 8 trilhões. Desse total, a América Latina abocanhou um naco de US$ 475 bilhões, uma modesta fatia de 6%. Ásia, Europa e América do Norte são ainda os grandes mercados do segmento. Mas é no potencial de crescimento dos países latinos que a XCMG enxerga o caminho.
A IHS Global Insight, renomada empresa de previsão econômica, projeta uma evolução que pode por o mapa da construção de cabeça para baixo. Com o compromisso de por fim aos gargalos de infraestrutura, novos projetos na América Latina farão com que o segmento cresça, nos próximos quatro anos, a taxas chinesas de 8,8%, enquanto a média mundial ficará em não mais que 4,3%. No Brasil, o avanço deve ser ainda maior, chegando ao vertiginoso percentual de 14%
Cooperação
“Chegamos para somar. Dar nossa contribuição à grande necessidade da região de melhorar sua infraestrutura”, explica o presidente da XCMG no Brasil, Xia Dechang. O executivo assinala que a empresa chega para oferecer toda a sua expertise, com forte atuação na produção, venda e locação de máquinas e um trabalho personalizado no pós-venda. Indo além, o objetivo do grupo é desenvolver uma base de tecnologia e pesquisa apropriada às peculiaridades do mercado latino.
Avaliando um horizonte promissor à frente, a XCMG segue apostando mais fichas no projeto. O planejamento inicial para a fábrica de Pouso Alegre previa um investimento de US$ 160 milhões, número multiplicado por três no final de 2012. Com um aporte de mais US$ 340 milhões, a empreitada aproxima-se da cifra de R$ 1 bilhão, um dos maiores investimentos únicos da China no Brasil.
Dos novos investimentos, cerca de US$ 40 milhões serão empregados ainda na fase de construção e instalação da empresa, que começa a produzir em julho deste ano. A partir de 2014, mais US$ 300 milhões serão investidos para ampliar a produção de 5 mil para 10 mil unidades até 2015. A meta é passar dos atuais US$ 160 milhões em faturamento no Brasil, registrados em 2012, para cerca de US$ 1,4 bilhão em 2015.
Cidade está entre as campeãs em geração de empregos
Tanto dinamismo na indústria faz da cidade umas das campeãs nacionais de geração de empregos. De janeiro a julho de 2013 foram criados 2.068 novos postos de trabalho no município. Quase 40% desse total teve origem na indústria. No mês de julho, a cidade foi a terceira do estado que mais gerou empregos, ficou atrás apenas de Contagem e Montes Claros, cidades até seis vezes mais populosas.
Esse retrato animador do mercado de trabalho foi precisado em março deste ano pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Ação Regional do município. A pasta cruzou dados dos últimos cinco anos do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), órgão ligado ao Ministério do Trabalho, com o Censo 2010 do IBGE e concluiu: Pouso Alegre gerou mais que o dobro de empregos que a média nacional e estadual no período.
Foram 10.783 postos de trabalho gerados, entre janeiro de 2008 e dezembro de 2012, para uma população de 130.615 habitantes, segundo dados do Censo de 2010. A média de um emprego para cada 12,1 habitantes é mais que o dobro do registrado pelo país (1/27,1) e em Minas (1/25,7).
da assessoria - Prefeitura de Pouso Alegre
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