Pular para o conteúdo principal

POLÍCIA MILITAR NO CAMPUS DE UNIVERSIDADE FEDERAL É LEGAL, MAS AÇÃO É LIMITADA

Em junho de 2011, foi inaugurado o Posto Policial Comunitário fixo da Universidade Federal de Lavras (UFLA), em parceria com a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), que também abriga a Central de Videossegurança da Universidade. A atuação ostensiva da PM no Campus em conjunto com o Serviço Orgânico de Segurança Patrimonial (SOSP), órgão da própria UFLA,  tem o apoio logístico de quatro motocicletas e uma viatura. 

O Acordo de Mútua Cooperação é regido pela Lei 8.666/93 foi celebrado em 13 de abril de 2011 na gestão do professor Antônio Nazareno Guimarães Mendes, correspondendo sua vigência por um período de 48 meses. No dia 31 de maio de 2012, já na gestão do professor José Roberto Soares Scolforo, foi assinado o primeiro Termo Aditivo ao convênio, prorrogando a vigência da parceria de 1º de junho de 2012 a 31 de maio de 2016. O patrulhamento ocorre sempre durante os horários de aulas da universidade. 


De acordo com a universidade, a parceria tem por objetivo potencializar a segurança da comunidade acadêmica, que já ultrapassa 14 mil pessoas, e dos bairros adjacentes à universidade. O Posto é capaz de processar as ocorrências registradas dentro do Campus pela internet, por meio do Sistema Integrado de Defesa Social (SIDS). O sistema integra os atendimentos da PM, Polícia Civil, Promotoria e Sistema Judiciário.

Sem impedimento, mas com ação limitada
As universidades federais não podem restringir ou proibir o policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública nas ruas de seus campi, haja vista que estes são bens públicos e de uso comum do povo. Também não podem proibir que pessoas externas à universidade transitem pelas suas ruas.



As normas internas das universidades públicas podem definir normas de segurança privada, mas nunca normas de segurança pública, eis que esta encontra previsão Constitucional (art. 144, CF), e compete ao Estado legislar sobre isto. Como a Polícia Federal (PF) compete, no que tange à prevenção “prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência” (Art. 144, § 1º, II, CF) a Polícia Militar é a responsável pela realização do policiamento ostensivo e preservação da ordem pública dentro dos campi das universidades federais.

A Constituição Federal não restringe essa possibilidade. Mas a atuação da PM dentro do Campus é limitada. Conforme consta do Acordo de Mútua Cooperação, a Polícia Militar deve manter neutralidade e não intervir em manifestações, passeatas ou similares, em locais abertos ao público e que não impliquem em pertubação da ordem ou causem dano público.

Questão de segurança
Em julho de 2010 dois vigilantes de uma agência bancária localizada dentro do Campus da Ufla foram feitos reféns durante um assalto. Na fuga os bandidos deixaram todo o equipamento que seria utilizado para arrombar o cofre-forte da agência bancária e os caixas eletrônicos. 

A União Nacional dos Estudantes (UNE) é contrária à presença da PM em universidades. “Há medidas mais eficazes, como a melhoria da iluminação e a contratação de mais seguranças. Muitas vezes policiais se utilizam de formas repressivas, violentas. Eles podem cometer abusos, parar e constranger qualquer estudante”, afirma o vice-presidente da entidade, Mitã Chalfun.

“A instalação deste Posto Policial Comunitário reforça a segurança da comunidade acadêmica, uma das principais metas de nossos dois mandatos. A UFLA agradece o empenho da 6ª Região da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), pelo atendimento de nosso pleito”, ressaltou na ocasião da inaguração do Posto o então reitor Antônio Nazareno Guimarães Mendes.

Ressalvas
Nem todo bem público é acessível a qualquer pessoa. Existem os bens públicos de uso comum que podem ser usados por qualquer pessoa do povo, como ruas, praças e estradas e os bens públicos de uso especial. Estes são destinados a uma determinada atividade pública específica, como, por exemplo, os prédios das repartições públicas e das universidades. Cabe à Polícia Militar realizar o policiamento ostensivo em locais de uso comum, mas os prédios e terrenos das autarquias são propriedades de uso especial e, como tais, estão sujeitos à responsabilidade dos chefes destas autarquias. 

Comentários

Unknown disse…
Muito bom. Nós precisamos da segurança mesmo. 14 mil pessoas é muita coisa

Postagens mais visitadas deste blog

VIGILÂNCIA SANITÁRIA INTENSIFICA FISCALIZAÇÕES PARA PREVENIR O COMÉRCIO DE BEBIDAS IRREGULARES

A Vigilância Sanitária de Varginha está realizando uma ação intensiva de fiscalização em distribuidoras e mercados da cidade para prevenir a comercialização de bebidas adulteradas e irregulares. Até o momento, foram apreendidas bebidas com prazo de validade vencido e sem procedência, mas nenhum caso de bebida falsificada ou adulterada foi identificado no município. Cinco equipes da VISA estão vistoriando 40 estabelecimentos, com foco em bebidas destiladas como cachaças, vodcas, whiskies e gins. A ação faz parte do trabalho preventivo da Secretaria Municipal de Saúde para proteger o consumidor e garantir produtos seguros. Dica importante: Antes de comprar, verifique o lacre e o rótulo, desconfie de preços muito baixos e, em caso de dúvida, entre em contato com o fabricante pelo SAC informado na embalagem. 📞 Denuncie bebidas suspeitas! Vigilância Sanitária de Varginha Telefone: (35) 3690-2204 Site: visavarginha.com.br/index.php/denuncias/

BOLSONARO CONDENADO

Nesta quinta-feira (11), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu, por maioria, condenar os oito réus do Núcleo 1 da ação penal 2668, a trama golpista. A AP 2668 tem como réus os oito integrantes do Núcleo 1 da tentativa de golpe, ou “Núcleo Crucial”, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR): o deputado federal Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF; o general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro (réu-colaborador); o ex-presidente da República Jair Bolsonaro; o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e o general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa. A acusação envolveu os crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de E...

DECOLONIZAR A FILOSOFIA

Sinopse: "Política de Descontinuidade: Ética e Subversão" é uma obra provocativa que mergulha nas complexidades éticas e políticas da sociedade contemporânea. Escrito com clareza e profundidade, o livro lança luz sobre as dinâmicas de poder que moldam nossas interações diárias, especialmente no que diz respeito ao reconhecimento e à marginalização dos corpos designados como dissidentes. Com o Prefácio de Adilson Moreira, a obra Políticas de descontinuidade: ética e subversão tem como propósito compreender a dinâmica das estruturas discriminatórias e seu apreço péla retroalimentação do poder. Deste modo, propor, por meio de uma ética da diferença, da solidariedade e antidiscriminatória, a corrosão desses sistemas de precarização e aniquilamento. O autor, Thiago Teixeira, explora como conceitos como racismo e ciseterobrutalidade reforçam uma hierarquia injusta entre os indivíduos, perpetuando fronteiras entre vida e morte e reforçando normas sociais que marginalizam e oprimem. ...