Projeto de ressocialização da Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires foi destaque em programa da TV Globo
|
O projeto de ressocialização desenvolvido na Penitenciária Ariosvaldo
Campos Pires, de Juiz de Fora, na Zona da Mata, foi destaque no último domingo, 27, no programa Domingão do Faustão, da Rede Globo. Os detentos
confeccionam peças de tricô de alta costura, em parceria com a grife
Doisélles, em um ateliê montado dentro da unidade prisional. A diretora
da penitenciária, Ândrea Andries, e a estilista da marca, Raquell
Guimarães, foram ao programa e gravaram depoimentos que destacam os
êxitos das políticas de ressocialização de detentos e humanização do
sistema prisional desenvolvidas pelo Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds).
O trabalho de ressocialização desenvolvido com os presos possui êxito
internacionalmente reconhecido, tanto que as peças já ganharam o mundo e
são vendidas em um showroom em São Paulo, em feiras em Paris e Tóquio e
em 70 lojas multimarcas no Brasil. Além disso, a cantora Daniela
Mercury já usou peças produzidas pelos detentos de Juiz de Fora no
Carnaval de Salvador. Recentemente, a apresentadora da TV Globo,
Angélica, também apareceu em um programa com um dos modelos.
Os detentos se dedicam oito horas por dia à produção. A marca,
Doisélles, foi criada pela empresária mineira Raquell Guimarães, que
teve a ideia de buscar mão de obra na prisão, já que não conseguia no
mercado. “Normalmente quem realiza esse tipo de trabalho são pessoas
mais idosas, senhoras, que não conseguiam se dedicar como precisávamos.
Então pensei nessa parceria, mas imaginei mulheres. Quem sugeriu que
fossem os homens foi a diretora da penitenciária”, conta a empresária.
A diretora Ândrea Andries, que comanda a unidade, sempre apostou no
talento dos detentos. “Falei com ela (Raquell Guimarães) que em dez dias
a gente ia conseguir provar que eles eram capazes. E deu tão certo que
eles até já criaram um modelo”, revela. Os detentos realizam o trabalho
desde 2009, quando foram capacitados e aprenderam o ofício. Célio
Tavares de Souza é um deles. Hoje no regime semiaberto, ele foi
contratado pela Doisélles. Trabalha na sede da empresa como auxiliar de
produção. “Essa oportunidade levantou minha autoestima e mostrou que
podemos ser reintegrados à sociedade”, afirma.
da Agência Minas
Nenhum comentário:
Postar um comentário