terça-feira, 8 de junho de 2021

PESQUISADORES DA UFLA BUSCAM ALTERNATIVAS INOVADORAS PARA SUBSTITUIR GORDURAS TRANS NOS ALIMENTOS

A amêndoa do jerivá é composta por cerca de 50% de um óleo com aroma agradável que lembra o coco. A palmeira pode ser encontrada nos jardins e praças de áreas urbanas, tendo como característica a produção de um fruto de cor alaranjada bem intensa, conhecido como coquinho, muito apreciado por pássaro

Devido aos malefícios que causam à saúde humana, a partir de 1º julho de 2021, a quantidade máxima permitida de gorduras trans em alimentos industrializados será de 2% da gordura total, segundo as novas regras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA), com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), têm explorado novas fontes de óleos e ingredientes com potencial para substituir gorduras trans industriais nos alimentos.

O professor do Departamento de Ciência dos Alimentos da UFLA (DCA), Cleiton Antônio Nunes, coordenador do projeto, explica que as pesquisas têm trabalhado com a extração do óleo das amêndoas do jerivá e da macaúba, associada a uma alternativa que transforma o óleo em uma textura semi sólida, para fabricar vários produtos livres de gorduras trans, como a margarina.

Os óleos extraídos da amêndoa das palmeiras macaúba e jerivá (popularmente conhecido como coquinho) já foram testados na produção de alimentos e o resultado foi considerado interessante. Contudo, a sua forma natural, de textura muito macia e sem consistência, até então, limitava o seu uso. A nova tecnologia desenvolvida na UFLA aplica oleogel para deixá-los semissólidos. O oleogel é resultado da mistura de um óleo vegetal com uma cera, como de carnaúba ou de abelha, sendo possível transformar um óleo, que é líquido em temperatura ambiente, em uma gordura semissólida, sem promover alterações químicas.

Por meio do oleogel, que transformou os óleos do jerivá e macaúba em ingredientes lipídicos semissólidos sem nenhuma gordura trans, foi possível fazer alimentos como maionese, margarina, recheios de biscoitos e coberturas.

O pesquisador explica que essa tecnologia também foi testada com outros óleos, como por exemplo o óleo de abacate e azeite de oliva. Além disso, um ponto interessante é poder usar óleos virgens, que não passaram por processo de refino, e aproveitar todos os seus componentes benéficos.

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