Uma das figuras mais conhecidas da Vila Tibério é a andarilha Paulínia de Oliveira, 44, que há pelo menos dois anos caminha pelas ruas do bairro, sem destino. Os acessórios, que lembram trajes típicos do continente africano, e o cabelo exageradamente grande, parecido com o rastafari da cultura jamaicana, e coberto com um pano de mesa comum, marcam sua fisionomia. "Tem quatro anos que não corto meu cabelo", revela a andarilha, que não gosta de tirar fotos. Paulínia conta que nasceu na cidade de Varginha, no Sul de Minas, e está em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, de passagem. "Vim resolver problemas aqui", comenta ela, que diz ter familiares "não tão próximos" morando na rua Santos Dumont. O carrinho de supermercado que leva pelas ruas do bairro é outra característica de Paulínia. Nele, a andarilha carrega bugigangas que podem ser útil em algum momento. "Tem muita coisa legal aqui como vasilhas, roupas de frio e de calor, colher e pratos", conta.
Os moradores que se acostumaram com a presença da andarilha pela Vila Tibério até reservam moedas, comidas e garrafas de água gelada para ela. Até dois cachorros de moradores ficam com ela enquanto anda por aí. "Eu chego no endereço e o cachorro já está me esperando. No final do dia eu volto e devolvo [Patrícia e Réis]. O Tim-Tim é meu", brinca ela, falando do seu animal de estimação. Paulínia admite que pensa em se mudar logo para São Paulo, onde diz ter parentes que "podem ajudá-la" a ter uma vida com melhor estrutura. Mas enquanto isso não acontece, a mineira continuará pelas ruas da Vila Tibério, sobrevivendo e criando amizades.
EPTV Ribeirão Preto
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