Como é a vida de um artesão? O que motiva a escolha desse ofício? Quais são seus principais obstáculos? Eis algumas questões que a estudante de Jornalismo Cíntia Ferreira, 23, se propõe a responder no livro-reportagem ‘Artistas Ocultos: o ser humano por trás da obra’. O trabalho de conclusão de curso foi apresentado na última segunda-feira, 30, no auditório do Campus Fátima da Universidade do Vale do Sapucaí (Univás), em Pouso Alegre. Orientado pela professora Hellen Morais, o projeto foi aprovado pela banca examinadora. De acordo com Cíntia, o livro-reportagem surgiu para dar voz a artesãos que vivem praticamente no anonimato em Cambuí. A futura jornalista selecionou nove histórias de pessoas simples que produzem peças artesanais por diferentes razões. Sem acesso a cursos e aos grandes meios de comunicação, os entrevistados surpreenderam a autora pelo talento na vida e na arte. “Esses artistas não desistem e têm muito amor pelo que fazem, mesmo sem receber nenhum incentivo. O dinheiro não é o único motivo para criar. Há também a necessidade de se realizar ou de resgatar uma atividade aprendida na infância”, revela.
Esse universo rico de histórias começou a ser descortinado por Cíntia numa pesquisa feita no Centro de Informações Turísticas (CIT) de Cambuí. A estudante de Jornalismo ficou impressionada com o número de artesãos residentes no município, superior a uma centena. Apesar da quantidade de artistas, a autora percebeu que faltam organização e reconhecimento ao segmento. Segundo um levantamento realizado por Cíntia, não há no Sul de Minas publicações destinadas exclusivamente a narrar vidas de artesãos. “Os jornais da região já veicularam pequenas matérias sobre a vida de alguns artesãos, mas todas priorizavam a beleza das obras. E as revistas existentes no mercado só ensinam como fazer artesanato”.
Os nove personagens de ‘Artistas Ocultos’ são Adolfo Simões de Oliveira Neto, 22; Aloísio Alex, 43; Antônio de Oliveira Lima, 80; Benedita Maria Manoel, 62; Benedito César da Silva, 60; Isolino da Silva, 33; Lairton Dias de Souza, 55; Newton Nogueira Gomes, 49; e Terezinha Maria da Rosa, 69. A autora afirma que existem muitos outros artesãos que merecem ter suas trajetórias relatadas em livro. Cíntia busca apoio para publicar sua primeira obra, mas afirma enfrentar dificuldades para concretizar este desejo.
Jonas Costa, Gazeta do Vale
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